Pressionado, Orlando Silva deixa o Ministério do Esporte
Após inquérito no Supremo Tribunal Federal e sucessão de novas denúncias, ministro decide entregar o cargo à presidenta Dilma
O aumento das pressões provocadas pelo inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF)
e a sucessão de novas denúncias de irregularidades no Ministério do
Esporte levaram o ministro Orlando Silva a acatar o pedido feito pelo
Palácio do Planalto e entregar o cargo. Líderes de partidos da base já
haviam sido comunicados ontem sobre a provável demissão, embora não
houvesse garantias de que a saída se concretizaria de fato na manhã
desta quarta-feira.
A decisão de Orlando Silva de entregar o cargo, antecipada pela coluna Poder Online, está sendo sacramentada em reunião no Palácio do Planalto, entre a presidenta Dilma Rousseff,
o ministro, dirigentes do PC do B, e o chefe da Secretaria-Geral da
Presidência, Gilberto Carvalho. Mais cedo, já circulava a informação de
que a saída de Orlando Silva era iminente e que Dilma deveria decidir
seu destino nas próximas horas, como adiantou a coluna de Guilherme Barros.
Foto: AE
Ministro do Esporte resistiu às pressões na semana passada, mas inquérito no STF dificultou permanência no cargo
O plano, por enquanto, é manter a pasta sob comando do PC do B. A
ordem no governo é aguardar até que um novo nome seja definido antes de
anunciar formalmente a saída de Orlando Silva da Esplanada dos
Ministérios.
Ainda assim, não está totalmente descartada a possibilidade de o
ministério ficar internamente nas mãos do secretário-executivo. Segundo
líderes da base, foi colocada na mesa a ideia de deixar a crise esfriar
e, dependendo da evolução do quadro, fazer uma substituição definitiva
em um cenário de menor tensão política. Hoje, quem ocupa esse posto é
Waldemar Manoel Silva de Souza.
Com a saída de Silva, a presidenta Dilma Rousseff perde seu sexto ministro em apenas 11 meses de governo. A "faxina" comandada na Esplanada dos Ministérios já derrubou Pedro Novais (PMDB-MA) do Turismo, Wagner Rossi (PMDB-SP) da Agricultura, Antonio Palocci (PT-SP) da Casa Civil, Alfredo Nascimento dos Transportes (PR-AM) e Nelson Jobim
da Defesa (PMDB-RS). Apenas Jobim não caiu após denúncias de corrupção.
Ele se afastou após a repercussão negativa provocada por declarações
polêmicas sobre o governo e colegas de ministério.
A demissão do ministro do Esporte também remove mais um integrante do
grupo de ministros herdados da administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em geral, Dilma tem escolhido nomes de sua confiança e de perfil mais
técnico para substituir os ministros afastados em decorrência de
denúncias de corrupção.
*Com colaboração de Nara Alves, iG São Paulo
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