16 de setembro de 2013

Ricos perdem exclusividade e reclamam da classe emergente

Segundo Renato Meirelles, do Data Popular, serviços mais caros e enriquecimento das classes C e D geram desconforto entre os endinheirados


Wilson Dias/ABr
Um total de 104 milhões de brasileiros pertence à classe média, segundo o governo

Na última semana, o lançamento do iPhone 5C levantou uma polêmica entre usuários nas redes sociais. Com a Apple dedicando esforços à popularização de seus produtos, houve quem reclamasse que os smartphones da marca, antes restritos a uma minoria privilegiada, virariam “coisa de pobre”.
O aparelho não tem nada de "pobre" – as versões desbloqueadas do aparelho custarão no mínimo US$ 549 (cerca de R$ 1,3 mil), um preço suficientemente impeditivo frente aos principais concorrentes. No entanto, o movimento nas redes fez lembrar o lançamento do Instagram para Android, quando um coro de usuários dizia temer pelas fotos que “infestariam” a rede.
A questão não é a qualidade do produto ou do serviço, mas o status que o uso dessas ferramentas agrega. O fato é que as classes mais altas andam muito incomodadas com o enriquecimento dos chamados emergentes, principalmente porque sentem o peso da perda da “exclusividade”.
Essa é uma das percepções de Renato Meirelles, presidente do Data Popular, consultoria de pesquisas especializada nas classes emergentes. “Não tenho dúvidas que é a perda da exclusividade que está incomodando esses consumidores”, afirma.
Entre 2010 e 2011, segundo dados da pesquisa O Observador , a renda média disponível para as classes C e D aumentou 50%. A renda dos mais pobres cresceu três vezes mais que a renda dos mais ricos nos últimos dez anos. Naturalmente, a maior parte do que era acessível apenas a alguns privilegiados já está ao alcance dos emergentes. “Hoje é comum, por exemplo, empregada e patroa usarem o mesmo perfume. O exclusivo está cada vez mais democrático”, explica.
Para completar, esse crescimento desproporcional da renda coloca os mais ricos em situação ainda mais desfavorável: diante da inflação de serviços, o dinheiro da classes A e B já não comporta grandes gastos. “Agora para o mais rico adquirir o produto ou serviço ‘exclusivo’, vai precisar desembolsar um dinheiro que não tem”, diz Meirelles. “Os mais ricos têm a sensação de que saíram perdendo.”

Caio Vasques
"Coisa de pobre": a cantora Anitta brincou com um fã que arremessou uma lata no palco, mostrando que a caricatura do público emergente
Erro de avaliação
Na última semana, no C4 (Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor), a consultoria de pesquisas Data Popular exibiu um vídeo em que apresentava entrevistas de cidadãos comuns – de classes A e B – falando sobre o “incômodo” que a popularização dos serviços provocava no seu dia a dia. ”Incomoda ver como as pessoas entram nos aviões carregando coisas absurdas”, diz uma senhora. “Empresas como a CVC acabaram como a nossa boa vida. Viajar de avião não é mais classe A”, afirmou outro rapaz.
Esse grupo, no entanto, muitas vezes ignora que boa parte desses emergentes de fato já são mais ricos que eles. Meirelles destaca que 44% das pessoas que compõe as classes A e B são os primeiros ricos da família.
“São pessoas com histórico de classe C, com jeito de pensar de classe C, mas que têm renda muitas vezes até maior que o 'rico' que reclama”, diz.“Um dono de padaria ou mercadinho de bairro, por exemplo, fatura R$ 100 mil por mês. O engenheiro ou advogado quase nunca tira tudo isso.”
É no histórico que mora a principal diferença. Enquanto no passado o novo rico costumava esconder sua origem, hoje ele se orgulha de sua trajetória e já não tem mais as classes A e B como referência inconteste.
“Quem acha que a aspiração da classe C é ser classe A está enganado”, afirma Meirelles ressaltando que a lógica social das duas classes são inversas. “Enquanto a classe C trabalha na lógica da inclusão, a elite trabalha na lógica exclusividade. Os mais ricos esperavam que esse novo público os tivesse como exemplo de comportamento, mas isso não aconteceu.”
Do aspiracional para o inspiracional
Há um processo de acomodação em curso. Segundo os prognósticos do Data Popular, na próxima década, as classe A e B vão crescer duas vezes mais que a classe C. Com isso, empresas de todo o País estão em busca de novos modelos de operação, de forma a atender eficientemente os novos clientes.
Nesse novo contexto, as aspirações perdem espaço para as inspirações.
“O indivíduo deixa de usar o consumo para mostrar algo que não é, preferindo ferramentas que o façam uma pessoa melhor”, afirma. Mesmo que já estejam significativamente mais próximas dessa nova realidade, as empresas ainda não entenderam completamente quem é esse novo rico – e seus principais comportamentos de consumo.
Para Meirelles, o perfil do novo rico brasileiro está mais alinhado com o que se vê nos Estados Unidos – onde a pauta central é do consumo e da cultura do espetáculo. Esse formato é oposto ao modelo europeu, por exemplo, que valoriza o capital cultural, social e acadêmico.
Por aqui, Meirelles aposta na terceira via.
“Temos esse traço na nossa cultura, de aproveitar todas as experiências e mostrar um caminho com a nossa cara”, diz. “Vejo dois componentes a mais no nosso contexto: a flexibilidade do brasileiro e a vontade de reduzir os pontos de conflito.”

Mãe é presa e acusada de matar as duas filhas adolescentes no Butantã

Polícia. Corpos foram descobertos após vizinhos chamarem os bombeiros por causa de vazamento de gás; encontrada no chão da sala, corretora de imóveis teria confessado o crime e dito que queria morrer; polícia vai interrogá-la


Mãe é presa e acusada de matar as duas filhas adolescentes no Butantã
"A casa onde o crime aconteceu amanheceu pichada neste domingo, 15"
A corretora de imóveis Mary Vieira Knorr, de 53 anos, foi presa em flagrante neste sábado, 14, pela polícia sob a acusação de ter assassinado as duas filhas, de 13 e de 14 anos. O crime aconteceu na casa onde viviam, no Butantã, na zona oeste de São Paulo. Mary, que teria tentado o suicídio, foi encontrada anteontem à tarde com as jovens. Ela parecia agonizar no chão da sala e teria confessado o crime. Disse que havia matado as filhas e afirmou que queria morrer.
Uma denúncia sobre um vazamento de gás feita ao Corpo de Bombeiros levou à descoberta do crime. Quando os bombeiros chegaram à casa, um sobrado da Rua Doutor Romeu Ferro, na Vila Gomes - região do Butantã -, encontraram o imóvel trancado. Não havia sinais de arrombamento e ninguém respondia aos chamados. O cheiro de gás vinha da casa. Os bombeiros decidiram entrar e encontram a mãe na sala.
Havia sinais de gasolina derramada em seu corpo. O gás estava aberto. Na parte superior da residência, encontraram as duas adolescentes. Os corpos de Paola Knorr Victorazzo, de 13 anos, e Giovanna Knorr Victorazzo, de 14, estavam cada um em um beliche. Segundo a polícia, havia sinais de estrangulamento e as duas devem ter morrido por asfixia.
O quarto estava revirado e com fezes de animais - a perícia suspeita que as jovens estivessem mortas havia dias. No box do banheiro do quarto havia um cachorro morto com um saco plástico amarrado na cabeça.
Mary, que é divorciada e tem outros dois filhos, de 27 e 31 anos, foi levada por uma unidade de resgate dos bombeiros para o pronto-socorro do Hospital Universitário, onde permanecia internada em observação sob efeito de sedativos, com escolta. Segundo o hospital, a corretora está "clinicamente bem". À tarde, ela passou por um exame psiquiátrico no pronto-socorro da Lapa e retornou.
Policiais do 14.º DP (Pinheiros) tentaram interrogá-la no hospital, para saber o motivo do crime, mas não foi possível. Peritos do Instituto de Criminalística devem fazer a perícia do local. Ao Instituto Médico-Legal ficará a tarefa de determinar como as jovens foram mortas.
Segundo a PM, Mary tinha passagem na polícia por periclitação de vidas (pôr em risco a vida de alguém) e estelionato. Uma amiga de Mary contou que ela tinha muitas dívidas.
Pichação. A casa onde o crime aconteceu amanheceu pichada ontem com a frase "Não existe amor em SP". Vizinhos disseram que não tinham contato com Mary, mas que ela e as meninas moravam na casa, alugada, havia menos de um ano.
Uma ex-colega de Paola contou que as três mudavam de casa com frequência. "Elas nunca arrumavam muito as coisas. Era como se fossem se mudar em seguida." A ex-colega as descreveu como tímidas e doces.
Segundo a bancária Juliana Folon, mãe do melhor amigo de Giovanna, o garoto relatou que mãe e filha tinham uma relação conturbada e a jovem tomava antidepressivos. Em frente à casa havia muitos móveis. "Sempre achamos estranho isso tudo jogado", disse uma vizinha.

Investigação liga mulher de ministro do Trabalho a convênios irregulares

Como secretária estadual em Santa Catarina, Dalva Dias repassou recursos a 3 entidades, uma delas ligadas ao PDT


Investigação liga mulher de ministro do Trabalho a convênios irregulares
"'Tudo foi feito com a maior lisura', disse mulher do ministro do Trabalho"
BRASÍLIA - No mesmo dia em que a Polícia Federal prendeu três funcionários do Ministério do Trabalho acusados de desviar recursos da pasta, o Tribunal de Contas de Santa Catarina decidiu pedir ao Tribunal de Contas da União investigação de denúncias que ligam a mulher e o chefe de gabinete do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias (PDT-SC), a irregularidades em convênios abastecidos por dinheiro do ministério em Santa Catarina. O Estado é a base eleitoral de Dias.
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Relatórios do órgão apontam suposto dano ao erário e favorecimento de três entidades, uma delas ligada ao PDT, em parcerias de R$ 2,1 milhões, firmadas nas gestões de Dalva Maria de Luca Dias, como secretária estadual de Assistência Social, Trabalho e Habitação do Estado, e Rodrigo Minotto, então coordenador do Sistema Nacional do Emprego (Sine) no Estado.
Dalva Dias, atual presidente do PDT em Florianópolis (SC), foi secretária estadual de maio de 2007 a julho de 2010. Rodrigo Minotto, o chefe de gabinete do ministro, ocupou vários cargos públicos indicado por Manoel Dias, entre eles o de superintendente regional do Trabalho em Santa Catarina.
Na última segunda-feira, o TCE-SC determinou o envio das auditorias e da documentação dos convênios ao TCU, que fiscaliza e pune irregularidades no uso de verbas federais. Dos R$ 2,1 milhões previstos, 83% vinham do Ministério do Trabalho, na época comandado por Carlos Lupi (PDT-RJ), padrinho político de Dias, que liderava o partido em Santa Catarina.
O TCU já havia deliberado apenas sobre formalidades da contratação das três entidades por dispensa de licitação, o que considerou legal. Mas diante de novas constatações, como eventual dano aos cofres públicos, informou ao Estado que voltará a avaliar o caso e, se necessário, aprofundará as investigações.
Até o início das investigações pelo Tribunal de Contas de Santa Catarina, em 2008, ao menos R$ 1,5 milhão havia sido repassado às entidades. Cabia a elas dar cursos profissionalizantes variados a trabalhadores, de vigia a costureiro, por meio do Programa Estadual de Qualificação Profissional, mantido pela secretaria e executado pelo Sine.
Segundo o TCE-SC, houve aprovação de despesas sem "caráter público", "ilegítimas e genéricas". Os auditores constataram que nem sequer houve menção aos tipos de aula que as contratadas dariam no edital de convocação das entidades. "Quais critérios foram adotados para a escolha? Se não havia nos autos esses elementos mínimos, pergunta-se: como a secretaria distribuiu entre os institutos os cursos que pretendia contratar?", questiona um dos relatórios. As disciplinas e os materiais necessários foram apresentados pelos institutos contratados, e não pela secretaria, que demandava os serviços.
Destino de R$ 393 mil em pagamentos, o Instituto Wilson Picler é do ex-deputado federal pelo PDT Wilson Picler. A entidade chegou a gastar R$ 16 mil com a compra de 82 bicicletas para distribuir como brindes. Para os auditores, "despesa que não possui caráter público". A defesa da ex-secretária alegou, porém, que as bicicletas foram compradas pelo instituto sem consentimento da pasta.
DETALHES
As auditorias mostram que as despesas eram genericamente descritas. Na proposta de preços da Associação de Desenvolvimento Econômico, Social e Cultural de Santa Catarina (Adesc), gastos de R$ 196,8 mil, aprovados por Dalva, aparecem como "outros materiais necessários". A entidade recebeu R$ 836 mil. Na Amea, contemplada com 362 mil, ao menos R$ 82,4 mil foram apresentados como "kit material", "diversos" ou "matérias-primas".
Ao todo, a secretaria autorizou ou fez gastos de quase R$ 400 mil indevidamente, segundo o TCE-SC. O órgão, porém, focou sua análise só nos recursos estaduais dos convênios.
As irregularidades foram apuradas em 2008 e confirmadas em mais dois relatórios, mesmo após esclarecimentos de Dalva e Minotto. "As alegações de defesa e documentos apresentados são insuficientes para elidir todas as irregularidades", concluíram os auditores.
O tribunal catarinense diz que só aguarda a assinatura de suas autoridades para remeter o processo ao TCU. Na decisão tomada na última segunda-feira, entendeu que a responsabilidade pela apuração de danos e aplicação de punições é do órgão federal, pois a maior parte dos recursos dos convênios é proveniente da pasta do Trabalho.

9 de setembro de 2013

Polícia faz a segunda etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo

Investigadores refazem a parte do trajeto entre o Centro de Comando e Controle à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, feito pela viatura da PM no dia do desaparecimento


A Polícia Civil do Rio inicia na noite deste domingo, 8, a segunda etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo de Souza. O pedreiro está desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por policiais militares de sua casa à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na localidade conhecida como Portão Vermelho, parte alta da favela. A expectativa é de que a reprodução simulada termine na madrugada desta segunda-feira, 9.
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• Reconstituição do sumiço de Amarildo inclui antiga casa do traficante Nem
• Após 16 horas, termina reconstituição do caso Amarildo
Desta vez, os investigadores da Divisão de Homicídios (DH) refazem o trajeto da viatura da PM prefixo 54-6014, que levou Amarildo do Centro de Comando e Controle (onde são monitoradas as imagens das câmeras de segurança da Rocinha) à sede da Unidade de Polícia Pacificadora.
No dia do sumiço, Amarildo e os PMs fizeram o caminho da casa do pedreiro até o Centro de Comando e Controle a pé (já que o trajeto inclui várias vielas, onde carros não passam). Areconstituição dessa parte, realizada na semana passada, durou 16 horas.
Além do caminho entre o Centro de Comando de Controle e a sede da UPP, os policiais da DH devem refazer todo o trajeto da viatura entre a noite de 14 de julho e do dia seguinte, inclusive fora da Favela da Rocinha. O roteiro completo foi revelado em 14 de agosto pela TV Globo, que teve acesso aos dados do rastreador via satélite instalado no radiocomunicador do carro da polícia. O carro esteve na zona portuária, no centro e em bairros da zona sul da cidade.
Conforme o Estado noticiou, entre os locais que os investigadores da DH estiveram na primeira parte da reprodução simulada está a antiga casa do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha. O imóvel, que fica na localidade conhecida como Cachopa, atualmente é utilizado como uma base da UPP.
Tortura. Relatório do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH) - ao qual o Estado teve acesso - destaca que, no dia 24 de abril, o órgão recebeu denúncias de três moradores da Rocinha dizendo que a antiga casa de Nem era utilizada pelos PMs para "práticas de tortura, como eletrochoques, para conseguir testemunhos de moradores sobre o tráfico de drogas local".
Datado de 29 de agosto, o documento é assinado por Pedro Strozenberg, presidente do CEDDH, e Thais Duarte, da comissão de Segurança Pública do órgão, que é subordinado à secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
O advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo, encaminhou o relatório ao Ministério Público, cobrando providências. Pelo menos oito PMs da UPP da Rocinha serão denunciados à Justiça pelo MP-RJ sob acusação de tortura contra moradores.
Depoimentos. Durante a reprodução simulada, os policiais da DH também estiveram no bar onde Amarildo foi abordado pelos PMs. O estabelecimento é próximo à casa onde o pedreiro morava. Depois, os policiais civis foram ao Centro de Comando e Controle. Por fim, visitaram a sede da UPP, onde ouviram os depoimentos de 13 PMs que estavam de plantão na noite do sumiço de Amarildo - entre eles, o comandante da UPP, major Edson Santos, foi exonerado do cargo na última sexta-feira (6). O
trajeto entre o bar onde Amarildo foi abordado e a sede da UPP foi refeito três vezes pelos investigadores - um PM participou de cada vez. O objetivo era encontrar contradições em depoimentos anteriores dos PMs.

Documentos indicam que Petrobrás é espionada por agência americana

Papéis revelados pelo ex-agente Edward Snowden, mostrados pelo Fantástico, indicam que rede de computadores da empresa foi invadida pela NSA


Documentos secretos em poder do ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden indicam que a rede privada de computadores da Petrobrás é espionada pela Agencia Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A informação foi publicada na noite deste domingo, 8, pelo Fantástico, da TV Globo.
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A emissora disse ter tido acesso a documentos obtidos pelo agente - atualmente asilado na Rússia - entre os milhares vazados em junho passado. Os dados, concluiu a Globo, desmentem a alegação da NSA de que não faz espionagem com objetivos econômicos.
A reportagem traz dados, fichas e textos de aulas dadas pela NSA, em maio passado, no treinamento de agentes encarregados de espionar redes privadas de computadores. O nome da Petrobrás é um dos primeiros a aparecer nos slides mostrados nessas aulas - e reaparece outras vezes, à medida que o treinamento vai avançando. Nâo foram divulgados detalhes sobre que tipo de dados foram capturados pela agência americana.
Além dela, aparecem nesse material o Google, o Ministério de Relações Exteriores da França e a rede Swift - uma cooperativa que reúne milhares de bancos de 212 países.
A reportagem chamou a atenção para a importância dos campos de pré-sal da Petrobrás, avaliados em bilhões de dólares, e para o leilão do Campo de Libra, que serpa realizado em outubro - o maior da história da empresa. Observa que, se dados a respeito dos lotes foram captados, algum concorrente pode entrar na disputa com grande vantagem sobre os demais.
Procurada pelo Estado, a Petrobrás informou que não comentaria o assunto. Para a Globo, a agência americana NSA limitou-se a afirmar que não usa sua capacidade "para roubar beneficiar empresas americanas".
Nada muda. No Palácio do Planalto, a informação é de que a reportagem do Fantástico não muda o quadro em relação à cobrança que a presidente Dilma Rousseff fez ao presidente Barack Obama, dos Estados Unidos. De acordo com os esclarecimentos do Planalto, a presidente continua aguardando as explicações que o colega americano prometeu dar até quarta-feira.
Nos bastidores do governo admite-se que a presidente Dilma já desconfiava de espionagem na área do pré-sal. Tanto que no início da semana ela chegou a comentar com auxiliares, que um dos alvos potenciais da espionagem seria a reserva de petróleo do pré-sal.
Na sexta-feira, durante a reunião do G-20 em São Petersburgo, na Rússia, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso enfático no qual deu um "ultimato" a Obama e falou da "indignação pessoal e do conjunto do País" a respeito da espionagem de ligações telefônicas e mensagens entre o Palácio do Planalto e ministros e auxiliares diretos da presidente - denúncia feita também pelo Fantástico, na semana passada.
Dilma disse esperar que até quarta-feira ele esclareça "tudo" a respeito. A cobrança foi acompanhada de uma ameaça - a de cancelar a visita de Estado que Dilma tem agendada a Washington, em outubro.

8 de setembro de 2013

PM dispersa manifestantes na Lapa com bombas

Cerca de 50 ativistas faziam protesto no bairro. Ao longo do dia, cenas de guerra ocorreram no Centro e na Zona Sul do Rio. Protestos tiveram 77 detidos e 14 feridos

Alessandro Lo-Bianco e Ricardo Schott
Rio - A Polícia Militar dispersou, no fim da noite deste sábado, cerca de 50 manifestantes que protestavam na Lapa, no Centro do Rio. Usando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, policiais do Batalhão de Choque atiraram nos ativistas, que ocupavam as duas pistas no Arcos da Lapa, carregando faixas, cartazes e gritando palavras de ordem. Com a ação da polícia, houve tumulto e correria em um dos principais pontos de lazer da cidade. Muitos estabelecimentos fecharam as portas e turistas se assustaram com a movimentação. Pedestres e jornalistas foram atingidos pelas bombas e muitos passaram mal.
"O pior de tudo é que hoje eu deixei de ir a um restaurante em Laranjeiras porque estava perigoso lá e optei por vir à Lapa no aniversário de uma tia. Acabou sendo até pior", afirma a manicure Iris Fernandes.
O produtor Renato Abdalla, que faz um evento com bandas de rock aos sábados num bar na Mem de Sá, tentava contabilizar os prejuízos. "Aqui geralmente dá 100 pessoas por edição e hoje só temos 10. Alguns manifestantes tentaram entrar aqui, mas não deixei. Vai rolar o show assim mesmo, mas está sendo um problema", lamenta.
Manifestantes ocuparam os Arcos da Lapa
Foto:  Alessandro Lo-Bianco / Agência O Dia

Os manifestantes se dispersaram pelas ruas da Lapa. Momentos antes, os ativistas estavam concentrados nas esquinas da Avenida Mem de Sá com a Rua João Pessoa. O trânsito no local ficou complicado, já que os presentes se sentaram no asfalto. Após alguns instantes o protesto seguiu em marcha até os Arcos, momento em que os policiais recuaram para, 20 minutos depois, reprimirem a ação. Até o momento, 77 pessoas foram detidas durante os protestos no Dia da Independência e 14 ficaram feridas, de acodo com a Secretaria Municipal de Saúde.
Entre os detidos, uma pessoa foi presa por porte de arma; 15 foram autuadas e liberadas — uma delas, um homem com três passagens pela polícia. Entre as autuações, estão crimes de lesão corporal, desacato, resistência e posse de material explosivo. Com os detidos, foram apreendidos um estilingue, um spray de gás lacrimogêneo, pedras, canivete, bolas de gude, bombas artesanais e toucas. Alguns foram encaminhados para a 17ª DP (São Cristóvão) e para a 9ª DP (Catete). Segundo a PM, outros foram transferidos para a 21ª DP (Bonsucesso).
PM perseguiu e prendeu homem (camisa branca) que estaria roubando. Policiais, no entanto, não revelaram destino do suspeito
Foto:  Alexandre Brum / Agência O Dia
Um jovem identificado apenas como Gabriel foi levado para a 21ª DP para averiguações. Ele estava com a máscara atrás da cabeça e entregou documentos aos PMs e, ainda assim, foi conduzido pelos policiias. O assessor jurídico do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, Gabriel Aquino, 24 anos, disse que a ação foi incostitucional. "O que ficou estabelecido é que se os manifestantes tirassem as máscaras e apresentassem documentos, não poderiam ser detidos, já que não existe o flagrante. Além disso, agora estão levando os jovens para delegacias que ficam longe, para que os manifestantes não possam acompanhá-los ou protestar", afirmou.
De acordo com os PMs, um homem de camisa branca foi detido por estar roubando na área. Ele foi perseguido pelos policiais e colocaram em uma viatura. No entanto, os PMs não revelaram se o suspeito foi levado para as delegacias citadas. 
O fotógrafo Alessandro Costa, do DIA , foi agredido com um chute por um policial identificado com o número 3, do Grupamento de de Ações Táticas, quando fotografava um dos detidos
Bombas de gás lacrimogênio e efeito moral foram lançadas contra manifestantes no Desfile Cívico
Foto:  Efe
Confronto em desfile
Quando o Desfile Cívico na Avenida Presidente Vargas chegava ao fim, mais de cem manifestantes — alguns mascarados — entraram em confronto com a polícia na área das arquibancadas, em frente ao palanque principal do evento. Balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas pela PM para dispersar ativistas, que revidaram atirando latas de lixo e pedras. 
A confusão durou pouco mais de 15 minutos. Enquanto o corre-corre tomava conta da pista lateral, o desfile transcorria em frente ao Pantheon Duque de Caxias. A Polícia do Exército fez um cordão de isolamento para impedir a entrada de manifestantes no local. Mais de 200 policiais mantiveram-se perfilados, munidos de escudo e spray de pimenta, e alguns com extintores de incêndio. Mesmo com a mobilização do Exército, o confronto foi contido apenas pela PM.
Batalhão de Choque acompanha as manifestações no Centro do Rio durante o desfile cívico
Foto:  Efe
No tumulto, famílias que assistiam o desfile da arquibancada se feriram. Grades que isolavam a área foram abertas pelos policiais para a passagem do público. Luiz Fernando Diogo Dumas, de 29 anos, no evento com o filho, Luiz Eduardo, 8, entrou em estado de choque. “Meu filho não para de chorar. Ele vai ficar traumatizado para sempre. Nunca vi tanta covardia. O que eles (manifestantes) querem? Vão acabar com a cidade”, desabafou, lacrimejando por causa do spray de pimenta.
Em Laranjeiras, PM atirou bombas de gás e balas de borracha tentando conter cerca de 200 manifestantes
Foto:  João Laet / Agência O Dia
Em Laranjeiras, o tumulto começou às 17h, nos arredores do Palácio Guanabara. Manifestantes saíram do Largo do Machado e seguiram para a Rua Pinheiro Machado, onde havia uma barreira de policiais. A PM atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Houve correria e a confusão se espalhou por ruas próximas. Integrantes do protesto atearam fogo em lixeiras e depredaram agências bancárias.
Mulher foi atingida pela PM e idosa se feriu
Dos 14 feridos que foram atendidos no Hospital Municipal Souza Aguiar, apenas três seguiam em observação. A aposentada Nair Rosa, de 69 anos, deu entrada na unidade com escoriações no corpo após cair da arquibancada durante o tumulto. “Não consegui escapar, acabei caindo e passei mal”, contou Nair.

Já a autônoma Francisca Barbosa, de 37 anos, foi atingida por um taser (arma de choque) de um policial, na Avenida Senhor dos Passos. “Um PM estava revistando e batendo em um rapaz. Fui com um grupo lá e pedi para ele parar. Daí ele disparou o taser na minha cabeça”, denunciou Francisca, que ficou com um grampo alojado na cabeça. Ela foi submetida por uma tomografia e liberada.

Integrantes do protesto tentaram chegar ao Palácio Guanabara e alguns deles atearam fogo em lixeiras
Foto:  João Laet / Agência O Dia
Mais de dez policiais do esquadrão antibombas da Polícia Civil precisaram entrar em ação durante as manifestações pela manhã. Quatro bombas caseiras foram recolhidas ainda sem serem deflagradas, na Avenida Presidente Vargas.
“As bombas ofereciam ameaças à população. Iremos analisar se elas pertencem aos policiais ou se foram fabricadas pelos manifestantes”, explicou o inspetor Cassiano Martins, chefe do esquadrão.
Desfile foi como planejado, diz Comando Militar do Leste
Em nota, o Comando Militar do Leste lamentou os incidentes no Desfile Cívico, mas reforçou que ele transcorreu de acordo com o planejado. O evento durou duas horas e teve mais de 11 grupamentos, entre entidades civis e forças militares. No palanque, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP) dividiu espaço com dezenas de autoridades. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes não compareceram.
No início da marcha, a população que lotou as sete arquibancadas reclamou da distância do público em relação ao desfile. “Eu comprei um binóculo, porque não dá para enxergar”, criticou a professora Marize dos Santos, de 37 anos.

POLICIAL MILITAR TEM PERNA QUEBRADA EM GRAVE ACIDENTE, ENVOLVENDO 2 CARROS E 7 MOTOS







NO DIA 07-09-2013 POR VOLTA 17: HS E 45 MIN. ACONTECEU UM GRAVE ACIDENTE NA RUA LUÍS DOMINGUES COM PERNAMBUCO ENVOLVENDO 2 VEÍCULOS E 7 MOTOS. SEGUNDO INFORMAÇÕES DA POLICIA MILITAR TRÊS POLICIAIS , FORAM VÍTIMA DESSE ACIDENTE , SENDO ELES: (CABO ANDRIS, SARGENTO SOCORRO E SOLDADO ALMIR ) SEGUNDO INFORMAÇÕES DE POPULARES: O MOTORISTA DO CORSA SEDAN DE PLACA  MXM2123 -MOSSORÓ -RN, ESTARIA EM VISÍVEL ESTADO DE BREAGUEIS ,DEPOIS DE ATROPELAR UM MOTOQUEIRO , VEIO ATROPELANDO AS OUTRAS 6 MOTOS E ANDA BATEU EM UM GOL DE COR PRATA  VINDO PARA EM CIMA DE ALGUMAS MOTOS NA CALÇADA DA IGREJA CATÓLICA SÃO FRANCISCO  .O POLICIAL CABO ANDRIS FOI LEVADO AO HOSPITAL MUNICIPAL SOCORRÃO COM FRATURA NO FÊMUR  , O MESMO  JÁ  ENCONTRA -SE  NA SALA DE CIRURGIA E SOLDADO ALMIR FRATUROU O TORNOZELO .
 A PERÍCIA ESTEVE NO LOCAL E REALIZOU TODOS OS  LEVAMENTOS PERICIAS