MP avalia missão em Serra Pelada junto com o
governo
26/11/2013
às 15:39
O Ministério Público estadual por meio do
procurador de Justiça Nelson Medrado e os promotores Hélio Rubens Pinho Pereira
e Franklin Jones Vieira da Silva participou no sábado (23) da missão do Governo
do Estado do Pará (GEP) de visita programada ao município de Curionópolis, onde
se localiza a mina de Serra Pelada.
A missão do GEP foi apresentar aos garimpeiros o projeto governamental de uma
intervenção social com odontólogos, médicos, emissão de documentos e tratamento
de água potável para a comunidade. Além de propor uma auditoria independente
para avaliar o quadro socioambiental na região de Serra Pelada e fiscalizar se
a empresa já está executando a lavra mineraria.
MPE - O papel do MPE e cobrar que o Estado atue em Serra Pelada e assuma o
papel de fiscalizar o que compete ao governo, como a construção de escolas,
postos de saúde, creches dentre outros equipamentos urbanos necessários à
infraestrutura na região para atender a população nos seus direitos fundamentais.
Mas, segundo o procurador de Justiça Nelson Pereira Medrado o resultado da
missão foi positiva “ouvimos as lideranças comunitárias observamos a realidade
e visitamos o projeto de mineração da Colossus – empresa canadense que
desenvolve o processo de exploração da mina de ouro de serra Pelada”.
O governo do Estado por sua vez assumiu a responsabilidade de ampliar o projeto
social na região para atender as áreas da saúde, educação, transporte,
segurança pública dentre outros necessários para atender os interesses das
populações que residem na região.
Saiba mais sobre Serra Pelada
Serra Pelada localizada na região sudeste no estado do Pará tornou-se
mundialmente famosa a partir da década de 80, fruto da desenfreada a da corrida
ao ouro naquela região. Serra Pelada faz parte do complexo mineral conhecido
como província mineral no Pará. Nesse local já foram extraídos mais de 30
toneladas de ouro numa área que abrange aproximadamente de 5 mil hectares.
Nos anos 80 as condições dos trabalhadores de
mineração na Serra Pelada eram bastante miseráveis. Apesar de hoje o minério
ser extraído de forma totalmente diferente a realidade ainda impõe sacrifícios
aos que procuram o caminho da garimpagem a céu aberto.
Texto: Edson Gillet
Fotos: Assessoria de comunicação da Seicom
28 de outubro de 2013
SERRA PELADA: MP INVESTIGA PAGAMENTO MILIONÁRIO A GARIMPEIROS LIGADOS AO MINISTRO EDSON LOBÃO
Revista Época
Investigação apura o destino de R$ 50 milhões repassados por
mineradora canadense a uma cooperativa de Imperatriz (MA) pela
exploração de Serra Pelada.
Gessé
Simão de Melo (à esq.) com Edison Lobão. Com o apoio de um assessor do
ministro, ele se tornou presidente da cooperativa de garimpeiros (Foto:
Reprodução)
A dona de casa Antônia Alves de Oliveira, de 58 anos, leva uma vida
tranquila em Imperatriz, a segunda maior cidade do Maranhão – e, no mapa
político do Brasil, capitania de Edison Lobão, do PMDB, ministro de
Minas e Energia. Antônia gasta os dias cuidando do pequeno jardim de sua
casa, no modesto bairro Parque Alvorada. Interrompeu os afazeres
domésticos para receber ÉPOCA na tarde da última segunda-feira, sob um
úmido calor de 33 graus. Não havia ar-condicionado. Ela ofereceu água
gelada, servida em copos de alumínio. Contou a história de sua família. É
uma história que, como muitas outras em Imperatriz, se confunde com a
aventura do garimpo de Serra Pelada, no sul do Pará. Na década de 1980,
ele chegou a ser o maior do mundo.
Imperatriz fica relativamente perto
de Serra Pelada, e a oportunidade de fazer dinheiro levou muitos pais de
família ao sul do Pará. Além do ex-marido de Antônia, seus três irmãos
foram garimpeiros. Um deles, Davi Alves Silva, aliado de Lobão no PFL,
antigo partido do ministro, se elegeu deputado estadual, deputado
federal e prefeito de Imperatriz, quando Lobão era governador do
Maranhão, em 1990. Davi foi assassinado em 1992, ano em que o governo
federal resolveu pôr fim ao garimpo em Serra Pelada – ao menos com as
mãos, não era mais possível achar ouro. A partir dali, apenas com alta
tecnologia. “Serra Pelada deu muita chateação, mas ainda tem muito ouro
lá”, diz Antônia. Se, para a maioria dos garimpeiros, o ouro acabou,
para alguns poucos, como Antônia, o ouro continua brotando da terra,
como que por milagre.
O santo se chama Edison Lobão, padroeiro dos garimpeiros de Serra
Pelada. Ele afirma, em discursos e campanhas, ser o político que mais
lutou em Brasília pelos direitos dos garimpeiros. “Olhando o sofrimento
desses brasileiros – 70% dos quais maranhenses –, recordo-me do que foi
também o sofrimento dos judeus, retirados do Egito por Moisés, que
durante 40 anos peregrinaram pelo deserto, em busca de um lugar onde
ficar”, afirmou Lobão na tribuna do Senado em 2010. “Não é diferente,
salvo quanto ao tempo, o que ocorre com os garimpeiros. Esses homens
foram para Serra Pelada, descobriram ouro; extraíram-no e o entregaram,
por algum pagamento, ao governo federal; ajudaram o governo federal a
fazer seu lastro com ouro, ativo financeiro de grande valor, e, hoje,
expulsos da Serra Pelada, em nome de direitos da Companhia Vale do Rio
Doce, estão sem saber o que fazer da vida.” Se a história de Imperatriz
passa por Serra Pelada, a história de Serra Pelada passa por Lobão.
Foi por influência dele que, em 2007, o governo convenceu a Vale a
abdicar do tesouro ainda existente em Serra Pelada. Estima-se que o ouro
remanescente valha, por baixo, R$ 3 bilhões. Por apenas US$ 59 milhões,
a Vale aceitou transmitir a uma cooperativa de antigos garimpeiros os
direitos de exploração mecanizada da área. Antônia e outros garimpeiros
tomaram o controle da cooperativa. Com o aval do Ministério de Minas e
Energia, já ocupado pelo PMDB, tornaram-se sócios da empresa de
mineração canadense Colossus. Em 2010, com Lobão no ministério, a
Colossus aumentou sua participação no consórcio com os garimpeiros de
51% para 75%. O que rendeu aos garimpeiros – especialmente a partir
2010, ano em que Lobão venceu mais uma eleição ao Senado – a quantia de
R$ 50 milhões, segundo a própria Colossus.
De acordo com o Ministério Público, a dona de casa Antônia recebeu
dos canadenses, em sua conta pessoal no Banco do Brasil, R$ 19,2
milhões, entre janeiro de 2010 e março de 2011. Um rastreamento do
Conselho de Controle das Atividades Financeiras, o Coaf, que investiga
casos de lavagem de dinheiro, revelou que 65% desse total foi sacado na
boca do caixa. Alguns dos saques foram superiores a R$ 100 mil. Antônia
era tesoureira da cooperativa. Como o dinheiro foi sacado, os
investigadores não conseguiram descobrir os beneficiários finais da
fortuna. O que Antônia fez com tantos milhões? Claramente, o dinheiro
não foi investido em seu jardim, embora ela tenha também uma casinha na
Vila Lobão, bairro batizado em homenagem ao padroeiro. “Não ficava nada
comigo. Podem abrir minhas contas no banco. Se entrasse o dinheiro às 11
horas, às 17 horas não tinha mais nada. Tinha uma lista de pagamentos
para fazer”, afirma Antônia. Ela não conta para quem passava o dinheiro.
No máximo, diz que fazia “pagamento de despesas administrativas” da
cooperativa.
DINHEIRO VIVO - Antônia
Alves de Oliveira e trechos do relatório da investigação do Ministério
Público. Ela fez saques na boca do caixa em valores superiores a R$ 100
mil
Antônia é amiga do garimpeiro Gesse Simão de Melo, o entusiasmado
senhor que aparece no palanque da foto acima, junto a Lobão. Gesse era
presidente da cooperativa, quando Antônia era tesoureira. Para chegar ao
comando da cooperativa, os dois receberam a ajuda do radialista Antônio
Carvalho Duarte, ex-assessor de Lobão no Senado Federal. Hoje Antônio
comanda outra associação de garimpeiros. Foi Gesse quem assinou parte
dos contratos com a Colossus. Segundo o Coaf, ele recebeu R$ 344 mil dos
canadenses, após o dinheiro passear pela conta de quem ele diz ser seu
assessor – um sujeito que ganhou R$ 890 mil da Colossus.
Essas operações
foram rastreadas entre março e junho de 2010. No dia 4 de maio daquele
ano, sob a supervisão do Ministério de Minas e Energia, a cooperativa,
representada por Gesse, fechara com a Colossus o acordo que aumentava
para 75% a participação dos canadenses no negócio. O acordo já estava
encaminhado dentro do ministério, àquela altura representado pelo
ministro interino, Márcio Zimmermann. Lobão deixara o ministério havia
pouco para se dedicar à campanha eleitoral – Gesse foi cabo eleitoral de
Lobão. O documento de 4 de maio é o que respalda até hoje a parceria
entre a Colossus e os garimpeiros. Depois dessa data, a Colossus ampliou
as milionárias transferências para as contas dos garimpeiros ligados a
Lobão.
Assim como Antônia, Gesse mora em Imperatriz. Recebeu ÉPOCA em sua
casa e negou que tenha se apropriado do dinheiro dos garimpeiros, ou que
tenha repassado esse dinheiro a terceiros. Disse que os recursos foram
usados para despesas com a realização de assembleias gerais convocadas
pela cooperativa. “Era gente de todo lugar que tinha de trazer para
Curionópolis (em Serra Pelada)”, afirmou. “É um povo sem recurso. E que
não podia ficar de fora dessas assembleias, eram decisões importantes
para o futuro do garimpo.” A conta bancária da cooperativa, segundo
Gesse, estava bloqueada por causa de dívidas questionadas na Justiça.
“Ou você recebia desse jeito ou parava a cooperativa.” Outros dois
garimpeiros que receberam dinheiro da Colossus, ambos funcionários
públicos do Estado do Maranhão, disseram que repassaram parte do
dinheiro, em espécie, ao advogado Jairo Leite, ex-funcionário do Senado
ligado a Lobão.
Tanto para o Ministério Público do Pará quanto para o Ministério
Público Federal, é ilegal a operação que permitiu aos canadenses tomar
conta de Serra Pelada. O promotor Hélio Rubens apresentou denúncia na
Justiça contra Gesse, Antônia e outros três garimpeiros ligados a Lobão.
Acusa-os de apropriação indébita de dinheiro, ocultação de valores
desviados e formação de quadrilha. O Ministério Público Federal tenta
cancelar o contrato com os canadenses.
Segundo os procuradores, o
contrato foi feito sob medida para a Colossus, e o aumento da
participação dos canadenses no consórcio foi fechado sem o aval da
maioria dos garimpeiros. Essa ação também tramita na Justiça. Em 2012,
diante dos fatos, a Justiça determinou o afastamento da turma do comando
da cooperativa. Os investigadores ainda tentam descobrir quem recebeu o
restante dos R$ 50 milhões. Procurado por ÉPOCA, o ministro Lobão
afirmou que conheceu Gesse como militante político em Imperatriz nos
anos 1980. Disse que conheceu Antônio Duarte na mesma época e confirmou
que ele trabalhou duas vezes em seu gabinete de senador, como assessor
de imprensa. Lobão afirma desconhecer o relatório do Coaf que apontou as
movimentações atípicas de Gesse e Antônia. Ele informou ainda que não
recebeu qualquer ajuda financeira da Colossus durante as eleições de
2010.
Cláudio Mancuso, CEO da Colossus, disse a ÉPOCA que os valores
transferidos à cooperativa estavam previstos no contrato firmado com os
garimpeiros para retomar a exploração mineral em Serra Pelada. Segundo
ele, cerca de R$ 50 milhões foram repassados à cooperativa desde o
início da parceria, incluindo a “compra de direitos minerários”, antes
pertencentes à cooperativa. “Fizemos as transferências para contas
indicadas pela cooperativa”, disse ele.
Quem recebeu os R$ 50 milhões? Certamente os beneficiários não estão
na sede da cooperativa em Imperatriz, conhecida como “casa do
garimpeiro”. No escritório, há até máquina de escrever. Na manhã de
terça da semana passada, havia cerca de 20 garimpeiros na casa, todos
senhores, jogando dominó e batendo papo sob a sombra das árvores. Todos
reclamavam da vida que tiveram no garimpo. Nenhum deles confirmou ter
recebido dinheiro dos canadenses nem de nenhum santo padroeiro. (Fotos: Rosana Barros/Imperatriz/ÉPOCA) Fonte+ Revista Época)
23 de outubro de 2013
Polícia apreende cocaína durante operação em Imperatriz
Cocaína estava em duas latas de margarina. Polícia vai investigar qual a origem da droga
A polícia apreendeu quase um quilo de cocaína durante uma operação de combate ao tráfico de drogas em Imperatriz. A cocaína estava em duas latas de margarina. A caixa estava lacrada e, de acordo com as investigações da policia, foi entregue pelos Correios na casa de Marcos Alexandre da Conceição, suspeito de tráfico de drogas.
O suspeito alegou que não tinha conhecimento do conteúdo da caixa e recebeu a encomenda para entregá-la a uma terceira pessoa, que não foi identificado, mas, o delegado regional de Imperatriz, Assis Ramos, afirma não ter duvidas no envolvimento dele.
O homem já tem passagem pela polícia quando foi preso na Operação Galáticos, que investigou crimes praticados pela internet, por meio de pagamentos de boletos e transferências bancárias. A operação foi realizada em Imperatriz em 2006 pela Polícia Federal. Agora a polícia vai investigar qual a origem da cocaína e para quem a droga seria vendida em Imperatriz.
Cooperativa de garimpeiros deverá ser regularizada em seis meses
Justiça determina que Coomigasp deverá ser organizada por um interventor. Segundo MPE, movimentação financeira da cooperativa sugere fraudes.
Após a Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) ter tido intervenção por ordem da Justiça, a entidade deverá ser organizada em seis meses. O interventor nomeado Marcos Alexandre Mendes será o responsável pela regularização. Contratos irregulares serão desfeitos. Dívidas contraídas ilegalmente não serão pagas e quem não for garimpeiro vai deixar a cooperativa. Uma auditoria começa em 30 dias.
"A partir daí nós vamos abrir uma conta bancária para cada garimpeiro para quando esse valor for repassado, que seja diretamente para os garimpeiros. Ele não vem mais para a cooperativa", disse o interventor.
Uma investigação do Ministério Público do Estado (MPE) revelou que mais de 30% dos associados não são garimpeiros e que parte dos recursos estaria sendo desviada. A Coomigasp, cooperativa de garimpeiros de Curionópolis, tem um contrato com uma mineradora canadense desde 2007. A Colossus é responsável pela exploração e venda do ouro produzido em Serra Pelada, no mercado internacional. A cooperativa tem direito a 25% do dinheiro arrecadado. Mas de acordo com o Ministério Público, os recursos são desviados.
saiba mais
“Desde o começo do contrato até a ação do Ministério Público, a ação da Coomigasp teria recebido mais de R$ 50 milhões. Ela nunca distribuiu um centavo sequer para o garimpeiro. Nós percebemos que esse dinheiro estava sendo canalizado primeiro para a conta de alguns diretores e depois pulverizado para a conta de várias pessoas, que não têm nenhuma conexão com a cooperativa: professores primários, camelôs, que recebiam R$ 800 mil, R$ 900 mil, R$ 1 milhão na sua conta, além de haver saques, de até R$ 2 milhões na boca do caixa”, disse o promotor Hélio Rubens.
“Por incrível que pareça, a cooperativa com todo o dinheiro que recebeu, não possui um computador. Não achamos nenhum documento. Vão ter que ser feitos levantamentos no registro imobiliário de cada cadastro de barrancos e através de outras informações, para chegar ao número de garimpeiros”, disse o procurador Nelson Medrado.
A Coomigasp teria cerca de 40 mil associados. Mas o Ministério Público estima que 30% não são garimpeiros. De acordo com as investigações, títulos da cooperativa foram vendidos ilegalmente pelos antigos diretores. Segundo o promotor do caso, as contas da Coomigasp também revelam uma dívida milionária injustificável.
“Até hoje a cooperativa não tem nenhuma atividade , porque não é ela que explora diretamente a mina. Apesar de estar sem atividade, a cooperativa, por exemplo, no âmbito trabalhista tem uma dívida de R$ 17 milhões, sem prestar serviço algum, o que é muito estranho e cheira a fraude", disse Hélio Rubens.
O Ministério Público conseguiu na justiça a intervenção da Coomigasp. O juiz Danilo Alves Fernandes determinou a contratação de uma equipe técnica para criar uma gestão profissional na cooperativa, o levantamento de todo o passivo da Coomigasp, ou seja, a dívida, e o recadastramento dos cooperados, para identificar o número real de garimpeiros.
A Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) informa que os desvios de recursos citados pelo Ministério Público ocorreram durante a gestão da diretoria passada da cooperativa, e que os referidos diretores foram destituídos pela Justiça do Pará e estão sendo julgados em ação criminal. Segundo a associação, as denúncias não têm nenhuma relação com a atual diretoria da Coomigasp.
Ainda de acordo com a cooperativa, a gestão atual luta na justiça pelo direto de voltar ao comando da Coomigasp, após intervenção sofrida por ordem da Justiça no último dia 11 de outubro, e que é de total interesse da nova diretoria que as denúncias sejam apuradas e esclarecidas o mais rápido possível. Reunião Na tarde desta segunda-feira (21) houve uma reunião no Ministério Público sobre a intervenção na cooperativa de garimpeiros. Deputados federais do Pará e do Maranhão conversaram com promotores e procuradores e decidiram que vão pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara e no Senado.
Eles também informaram que vão solicitar o apoio da Polícia Federal para investigar a ligação entre a Coomigasp e a empresa Colossus. Em nota, a mineradora afirmou que respeita a intervenção determinada pela Justiça e que está aberta ao diálogo. A empresa informou ainda que defende a criação de um mecanismo justo e transparente para distribuir os lucros entre os garimpeiros. Entenda o caso O juiz Danilo Alves Fernandes decidiu no último dia 11, em Curionópolis, no sudeste do Pará, nomear um interventor judicial para a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp). De acordo com o processo, a decisão é justificada pela existência de fraudes na formação de dívida da Cooperativa, além de má gestão e desmandos administrativos por parte das diretorias.
16 de setembro de 2013
Ricos perdem exclusividade e reclamam da classe emergente
Segundo Renato Meirelles, do Data
Popular, serviços mais caros e enriquecimento das classes C e D geram
desconforto entre os endinheirados
Na última semana, o lançamento do iPhone 5C
levantou uma polêmica entre usuários nas redes sociais. Com a Apple
dedicando esforços à popularização de seus produtos, houve quem
reclamasse que os smartphones da marca, antes restritos a uma minoria
privilegiada, virariam “coisa de pobre”.
O aparelho não tem nada de "pobre" – as versões
desbloqueadas do aparelho custarão no mínimo US$ 549 (cerca de R$ 1,3
mil), um preço suficientemente impeditivo frente aos principais
concorrentes. No entanto, o movimento nas redes fez lembrar o lançamento
do Instagram para Android, quando um coro de usuários dizia temer pelas
fotos que “infestariam” a rede.
A questão não é a qualidade do produto ou do serviço, mas
o status que o uso dessas ferramentas agrega. O fato é que as classes
mais altas andam muito incomodadas com o enriquecimento dos chamados
emergentes, principalmente porque sentem o peso da perda da
“exclusividade”.
Essa é uma das percepções de Renato Meirelles, presidente
do Data Popular, consultoria de pesquisas especializada nas classes
emergentes. “Não tenho dúvidas que é a perda da exclusividade que está
incomodando esses consumidores”, afirma.
Entre 2010 e 2011, segundo dados da pesquisa O Observador
, a renda média disponível para as classes C e D aumentou 50%. A renda
dos mais pobres cresceu três vezes mais que a renda dos mais ricos nos
últimos dez anos. Naturalmente, a maior parte do que era acessível
apenas a alguns privilegiados já está ao alcance dos emergentes. “Hoje é
comum, por exemplo, empregada e patroa usarem o mesmo perfume. O
exclusivo está cada vez mais democrático”, explica.
Para completar, esse crescimento desproporcional da renda
coloca os mais ricos em situação ainda mais desfavorável: diante da
inflação de serviços, o dinheiro da classes A e B já não comporta
grandes gastos. “Agora para o mais rico adquirir o produto ou serviço
‘exclusivo’, vai precisar desembolsar um dinheiro que não tem”, diz
Meirelles. “Os mais ricos têm a sensação de que saíram perdendo.”
Erro de avaliação
Na última semana, no C4 (Congresso de Cartões e
Crédito ao Consumidor), a consultoria de pesquisas Data Popular exibiu
um vídeo em que apresentava entrevistas de cidadãos comuns – de classes A
e B – falando sobre o “incômodo” que a popularização dos serviços
provocava no seu dia a dia. ”Incomoda ver como as pessoas entram nos
aviões carregando coisas absurdas”, diz uma senhora. “Empresas como a
CVC acabaram como a nossa boa vida. Viajar de avião não é mais classe
A”, afirmou outro rapaz.
Esse grupo, no entanto, muitas vezes ignora que boa parte
desses emergentes de fato já são mais ricos que eles. Meirelles destaca
que 44% das pessoas que compõe as classes A e B são os primeiros ricos
da família.
“São pessoas com histórico de classe C, com jeito de
pensar de classe C, mas que têm renda muitas vezes até maior que o
'rico' que reclama”, diz.“Um dono de padaria ou mercadinho de bairro,
por exemplo, fatura R$ 100 mil por mês. O engenheiro ou advogado quase
nunca tira tudo isso.”
É no histórico que mora a principal diferença. Enquanto
no passado o novo rico costumava esconder sua origem, hoje ele se
orgulha de sua trajetória e já não tem mais as classes A e B como
referência inconteste.
“Quem acha que a aspiração da classe C é ser classe A
está enganado”, afirma Meirelles ressaltando que a lógica social das
duas classes são inversas. “Enquanto a classe C trabalha na lógica da
inclusão, a elite trabalha na lógica exclusividade. Os mais ricos
esperavam que esse novo público os tivesse como exemplo de
comportamento, mas isso não aconteceu.” Do aspiracional para o inspiracional
Há um processo de acomodação em curso. Segundo os
prognósticos do Data Popular, na próxima década, as classe A e B vão
crescer duas vezes mais que a classe C. Com isso, empresas de todo o
País estão em busca de novos modelos de operação, de forma a atender
eficientemente os novos clientes.
Nesse novo contexto, as aspirações perdem espaço para as inspirações.
“O indivíduo deixa de usar o consumo para mostrar algo
que não é, preferindo ferramentas que o façam uma pessoa melhor”,
afirma. Mesmo que já estejam significativamente mais próximas dessa nova
realidade, as empresas ainda não entenderam completamente quem é esse
novo rico – e seus principais comportamentos de consumo.
Para Meirelles, o perfil do novo rico brasileiro está
mais alinhado com o que se vê nos Estados Unidos – onde a pauta central é
do consumo e da cultura do espetáculo. Esse formato é oposto ao modelo
europeu, por exemplo, que valoriza o capital cultural, social e
acadêmico.
Por aqui, Meirelles aposta na terceira via.
“Temos esse traço na nossa cultura, de aproveitar todas
as experiências e mostrar um caminho com a nossa cara”, diz. “Vejo dois
componentes a mais no nosso contexto: a flexibilidade do brasileiro e a
vontade de reduzir os pontos de conflito.”
Mãe é presa e acusada de matar as duas filhas adolescentes no Butantã
Polícia.
Corpos foram descobertos após vizinhos chamarem os bombeiros por causa
de vazamento de gás; encontrada no chão da sala, corretora de imóveis
teria confessado o crime e dito que queria morrer; polícia vai
interrogá-la
Mônica Reolom/Estadão
"A casa onde o crime aconteceu amanheceu pichada neste domingo, 15"
A
corretora de imóveis Mary Vieira Knorr, de 53 anos, foi presa em
flagrante neste sábado, 14, pela polícia sob a acusação de ter
assassinado as duas filhas, de 13 e de 14 anos. O crime aconteceu na
casa onde viviam, no Butantã, na zona oeste de São Paulo. Mary, que
teria tentado o suicídio, foi encontrada anteontem à tarde com as
jovens. Ela parecia agonizar no chão da sala e teria confessado o crime.
Disse que havia matado as filhas e afirmou que queria morrer.
Uma
denúncia sobre um vazamento de gás feita ao Corpo de Bombeiros levou à
descoberta do crime. Quando os bombeiros chegaram à casa, um sobrado da
Rua Doutor Romeu Ferro, na Vila Gomes - região do Butantã -, encontraram
o imóvel trancado. Não havia sinais de arrombamento e ninguém respondia
aos chamados. O cheiro de gás vinha da casa. Os bombeiros decidiram
entrar e encontram a mãe na sala.
Havia sinais de gasolina
derramada em seu corpo. O gás estava aberto. Na parte superior da
residência, encontraram as duas adolescentes. Os corpos de Paola Knorr
Victorazzo, de 13 anos, e Giovanna Knorr Victorazzo, de 14, estavam cada
um em um beliche. Segundo a polícia, havia sinais de estrangulamento e
as duas devem ter morrido por asfixia.
O quarto estava revirado e
com fezes de animais - a perícia suspeita que as jovens estivessem
mortas havia dias. No box do banheiro do quarto havia um cachorro morto
com um saco plástico amarrado na cabeça.
Mary, que é divorciada e
tem outros dois filhos, de 27 e 31 anos, foi levada por uma unidade de
resgate dos bombeiros para o pronto-socorro do Hospital Universitário,
onde permanecia internada em observação sob efeito de sedativos, com
escolta. Segundo o hospital, a corretora está "clinicamente bem". À
tarde, ela passou por um exame psiquiátrico no pronto-socorro da Lapa e
retornou.
Policiais do 14.º DP (Pinheiros) tentaram interrogá-la
no hospital, para saber o motivo do crime, mas não foi possível. Peritos
do Instituto de Criminalística devem fazer a perícia do local. Ao
Instituto Médico-Legal ficará a tarefa de determinar como as jovens
foram mortas.
Segundo a PM, Mary tinha passagem na polícia por
periclitação de vidas (pôr em risco a vida de alguém) e estelionato. Uma
amiga de Mary contou que ela tinha muitas dívidas.
Pichação. A
casa onde o crime aconteceu amanheceu pichada ontem com a frase "Não
existe amor em SP". Vizinhos disseram que não tinham contato com Mary,
mas que ela e as meninas moravam na casa, alugada, havia menos de um
ano.
Uma ex-colega de Paola contou que as três mudavam de casa com
frequência. "Elas nunca arrumavam muito as coisas. Era como se fossem
se mudar em seguida." A ex-colega as descreveu como tímidas e doces.
Segundo
a bancária Juliana Folon, mãe do melhor amigo de Giovanna, o garoto
relatou que mãe e filha tinham uma relação conturbada e a jovem tomava
antidepressivos. Em frente à casa havia muitos móveis. "Sempre achamos
estranho isso tudo jogado", disse uma vizinha.
Investigação liga mulher de ministro do Trabalho a convênios irregulares
Como secretária estadual em Santa Catarina, Dalva Dias repassou recursos a 3 entidades, uma delas ligadas ao PDT
Prefeitura de Florianópolis/Divulgação
"'Tudo foi feito com a maior lisura', disse mulher do ministro do Trabalho"
BRASÍLIA
- No mesmo dia em que a Polícia Federal prendeu três funcionários do
Ministério do Trabalho acusados de desviar recursos da pasta, o Tribunal
de Contas de Santa Catarina decidiu pedir ao Tribunal de Contas da
União investigação de denúncias que ligam a mulher e o chefe de gabinete
do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias (PDT-SC), a
irregularidades em convênios abastecidos por dinheiro do ministério em
Santa Catarina. O Estado é a base eleitoral de Dias. Veja também:
• Advogado de Dalva Dias ganha cargo em fundação pública • Em processo, defesa nega envolvimento com despesas
Relatórios
do órgão apontam suposto dano ao erário e favorecimento de três
entidades, uma delas ligada ao PDT, em parcerias de R$ 2,1 milhões,
firmadas nas gestões de Dalva Maria de Luca Dias, como secretária
estadual de Assistência Social, Trabalho e Habitação do Estado, e
Rodrigo Minotto, então coordenador do Sistema Nacional do Emprego (Sine)
no Estado.
Dalva Dias, atual presidente do PDT em Florianópolis
(SC), foi secretária estadual de maio de 2007 a julho de 2010. Rodrigo
Minotto, o chefe de gabinete do ministro, ocupou vários cargos públicos
indicado por Manoel Dias, entre eles o de superintendente regional do
Trabalho em Santa Catarina.
Na última segunda-feira, o TCE-SC
determinou o envio das auditorias e da documentação dos convênios ao
TCU, que fiscaliza e pune irregularidades no uso de verbas federais. Dos
R$ 2,1 milhões previstos, 83% vinham do Ministério do Trabalho, na
época comandado por Carlos Lupi (PDT-RJ), padrinho político de Dias, que
liderava o partido em Santa Catarina.
O TCU já havia deliberado
apenas sobre formalidades da contratação das três entidades por dispensa
de licitação, o que considerou legal. Mas diante de novas constatações,
como eventual dano aos cofres públicos, informou ao Estado que voltará a
avaliar o caso e, se necessário, aprofundará as investigações.
Até
o início das investigações pelo Tribunal de Contas de Santa Catarina,
em 2008, ao menos R$ 1,5 milhão havia sido repassado às entidades. Cabia
a elas dar cursos profissionalizantes variados a trabalhadores, de
vigia a costureiro, por meio do Programa Estadual de Qualificação
Profissional, mantido pela secretaria e executado pelo Sine.
Segundo
o TCE-SC, houve aprovação de despesas sem "caráter público",
"ilegítimas e genéricas". Os auditores constataram que nem sequer houve
menção aos tipos de aula que as contratadas dariam no edital de
convocação das entidades. "Quais critérios foram adotados para a
escolha? Se não havia nos autos esses elementos mínimos, pergunta-se:
como a secretaria distribuiu entre os institutos os cursos que pretendia
contratar?", questiona um dos relatórios. As disciplinas e os materiais
necessários foram apresentados pelos institutos contratados, e não pela
secretaria, que demandava os serviços.
Destino de R$ 393 mil em
pagamentos, o Instituto Wilson Picler é do ex-deputado federal pelo PDT
Wilson Picler. A entidade chegou a gastar R$ 16 mil com a compra de 82
bicicletas para distribuir como brindes. Para os auditores, "despesa que
não possui caráter público". A defesa da ex-secretária alegou, porém,
que as bicicletas foram compradas pelo instituto sem consentimento da
pasta.
DETALHES
As auditorias mostram que as despesas eram
genericamente descritas. Na proposta de preços da Associação de
Desenvolvimento Econômico, Social e Cultural de Santa Catarina (Adesc),
gastos de R$ 196,8 mil, aprovados por Dalva, aparecem como "outros
materiais necessários". A entidade recebeu R$ 836 mil. Na Amea,
contemplada com 362 mil, ao menos R$ 82,4 mil foram apresentados como
"kit material", "diversos" ou "matérias-primas".
Ao todo, a
secretaria autorizou ou fez gastos de quase R$ 400 mil indevidamente,
segundo o TCE-SC. O órgão, porém, focou sua análise só nos recursos
estaduais dos convênios.
As irregularidades foram apuradas em 2008
e confirmadas em mais dois relatórios, mesmo após esclarecimentos de
Dalva e Minotto. "As alegações de defesa e documentos apresentados são
insuficientes para elidir todas as irregularidades", concluíram os
auditores.
O tribunal catarinense diz que só aguarda a assinatura
de suas autoridades para remeter o processo ao TCU. Na decisão tomada na
última segunda-feira, entendeu que a responsabilidade pela apuração de
danos e aplicação de punições é do órgão federal, pois a maior parte dos
recursos dos convênios é proveniente da pasta do Trabalho.
9 de setembro de 2013
Polícia faz a segunda etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo
Investigadores
refazem a parte do trajeto entre o Centro de Comando e Controle à sede
da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, feito pela viatura
da PM no dia do desaparecimento
A
Polícia Civil do Rio inicia na noite deste domingo, 8, a segunda etapa
da reconstituição do sumiço de Amarildo de Souza. O pedreiro está
desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por
policiais militares de sua casa à sede da Unidade de Polícia
Pacificadora (UPP) da Rocinha, na localidade conhecida como Portão
Vermelho, parte alta da favela. A expectativa é de que a reprodução
simulada termine na madrugada desta segunda-feira, 9. Veja também:
• Reconstituição do sumiço de Amarildo inclui antiga casa do traficante Nem • Após 16 horas, termina reconstituição do caso Amarildo
Desta
vez, os investigadores da Divisão de Homicídios (DH) refazem o trajeto
da viatura da PM prefixo 54-6014, que levou Amarildo do Centro de
Comando e Controle (onde são monitoradas as imagens das câmeras de
segurança da Rocinha) à sede da Unidade de Polícia Pacificadora.
No
dia do sumiço, Amarildo e os PMs fizeram o caminho da casa do pedreiro
até o Centro de Comando e Controle a pé (já que o trajeto inclui várias
vielas, onde carros não passam). Areconstituição dessa parte, realizada
na semana passada, durou 16 horas.
Além do caminho entre o Centro
de Comando de Controle e a sede da UPP, os policiais da DH devem refazer
todo o trajeto da viatura entre a noite de 14 de julho e do dia
seguinte, inclusive fora da Favela da Rocinha. O roteiro completo foi
revelado em 14 de agosto pela TV Globo, que teve acesso aos dados do
rastreador via satélite instalado no radiocomunicador do carro da
polícia. O carro esteve na zona portuária, no centro e em bairros da
zona sul da cidade.
Conforme o Estado noticiou, entre os locais
que os investigadores da DH estiveram na primeira parte da reprodução
simulada está a antiga casa do traficante Antonio Francisco Bonfim
Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha. O imóvel, que fica na
localidade conhecida como Cachopa, atualmente é utilizado como uma base
da UPP.
Tortura. Relatório do Conselho Estadual de Defesa dos
Direitos Humanos (CEDDH) - ao qual o Estado teve acesso - destaca que,
no dia 24 de abril, o órgão recebeu denúncias de três moradores da
Rocinha dizendo que a antiga casa de Nem era utilizada pelos PMs para
"práticas de tortura, como eletrochoques, para conseguir testemunhos de
moradores sobre o tráfico de drogas local".
Datado de 29 de
agosto, o documento é assinado por Pedro Strozenberg, presidente do
CEDDH, e Thais Duarte, da comissão de Segurança Pública do órgão, que é
subordinado à secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
O
advogado João Tancredo, que representa a família de Amarildo,
encaminhou o relatório ao Ministério Público, cobrando providências.
Pelo menos oito PMs da UPP da Rocinha serão denunciados à Justiça pelo
MP-RJ sob acusação de tortura contra moradores.
Depoimentos.
Durante a reprodução simulada, os policiais da DH também estiveram no
bar onde Amarildo foi abordado pelos PMs. O estabelecimento é próximo à
casa onde o pedreiro morava. Depois, os policiais civis foram ao Centro
de Comando e Controle. Por fim, visitaram a sede da UPP, onde ouviram os
depoimentos de 13 PMs que estavam de plantão na noite do sumiço de
Amarildo - entre eles, o comandante da UPP, major Edson Santos, foi
exonerado do cargo na última sexta-feira (6). O
trajeto entre o
bar onde Amarildo foi abordado e a sede da UPP foi refeito três vezes
pelos investigadores - um PM participou de cada vez. O objetivo era
encontrar contradições em depoimentos anteriores dos PMs.
Documentos indicam que Petrobrás é espionada por agência americana
Papéis
revelados pelo ex-agente Edward Snowden, mostrados pelo Fantástico,
indicam que rede de computadores da empresa foi invadida pela NSA
Documentos
secretos em poder do ex-consultor de inteligência americano Edward
Snowden indicam que a rede privada de computadores da Petrobrás é
espionada pela Agencia Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês)
dos Estados Unidos. A informação foi publicada na noite deste domingo,
8, pelo Fantástico, da TV Globo. Veja também:
• Abin cria sistemas de criptografia para proteger dados do governo
A
emissora disse ter tido acesso a documentos obtidos pelo agente -
atualmente asilado na Rússia - entre os milhares vazados em junho
passado. Os dados, concluiu a Globo, desmentem a alegação da NSA de que
não faz espionagem com objetivos econômicos.
A reportagem traz
dados, fichas e textos de aulas dadas pela NSA, em maio passado, no
treinamento de agentes encarregados de espionar redes privadas de
computadores. O nome da Petrobrás é um dos primeiros a aparecer nos
slides mostrados nessas aulas - e reaparece outras vezes, à medida que o
treinamento vai avançando. Nâo foram divulgados detalhes sobre que tipo
de dados foram capturados pela agência americana.
Além dela,
aparecem nesse material o Google, o Ministério de Relações Exteriores da
França e a rede Swift - uma cooperativa que reúne milhares de bancos de
212 países.
A reportagem chamou a atenção para a importância dos
campos de pré-sal da Petrobrás, avaliados em bilhões de dólares, e para o
leilão do Campo de Libra, que serpa realizado em outubro - o maior da
história da empresa. Observa que, se dados a respeito dos lotes foram
captados, algum concorrente pode entrar na disputa com grande vantagem
sobre os demais.
Procurada pelo Estado, a Petrobrás informou que
não comentaria o assunto. Para a Globo, a agência americana NSA
limitou-se a afirmar que não usa sua capacidade "para roubar beneficiar
empresas americanas".
Nada muda. No Palácio do Planalto, a
informação é de que a reportagem do Fantástico não muda o quadro em
relação à cobrança que a presidente Dilma Rousseff fez ao presidente
Barack Obama, dos Estados Unidos. De acordo com os esclarecimentos do
Planalto, a presidente continua aguardando as explicações que o colega
americano prometeu dar até quarta-feira.
Nos bastidores do governo
admite-se que a presidente Dilma já desconfiava de espionagem na área
do pré-sal. Tanto que no início da semana ela chegou a comentar com
auxiliares, que um dos alvos potenciais da espionagem seria a reserva de
petróleo do pré-sal.
Na sexta-feira, durante a reunião do G-20 em
São Petersburgo, na Rússia, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso
enfático no qual deu um "ultimato" a Obama e falou da "indignação
pessoal e do conjunto do País" a respeito da espionagem de ligações
telefônicas e mensagens entre o Palácio do Planalto e ministros e
auxiliares diretos da presidente - denúncia feita também pelo
Fantástico, na semana passada.
Dilma disse esperar que até
quarta-feira ele esclareça "tudo" a respeito. A cobrança foi acompanhada
de uma ameaça - a de cancelar a visita de Estado que Dilma tem agendada
a Washington, em outubro.
8 de setembro de 2013
PM dispersa manifestantes na Lapa com bombas
Cerca de 50 ativistas faziam protesto
no bairro. Ao longo do dia, cenas de guerra ocorreram no Centro e na
Zona Sul do Rio. Protestos tiveram 77 detidos e 14 feridos
Alessandro Lo-Bianco
e Ricardo Schott
Rio - A Polícia Militar dispersou, no fim da noite deste
sábado, cerca de 50 manifestantes que protestavam na Lapa, no Centro do
Rio. Usando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, policiais do
Batalhão de Choque atiraram nos ativistas, que ocupavam as duas pistas
no Arcos da Lapa, carregando faixas, cartazes e gritando palavras de
ordem. Com a ação da polícia, houve tumulto e correria em um dos
principais pontos de lazer da cidade. Muitos estabelecimentos fecharam
as portas e turistas se assustaram com a movimentação. Pedestres e
jornalistas foram atingidos pelas bombas e muitos passaram mal.
"O pior de tudo é que hoje eu deixei de ir a um
restaurante em Laranjeiras porque estava perigoso lá e optei por vir à
Lapa no aniversário de uma tia. Acabou sendo até pior", afirma a
manicure Iris Fernandes.
O produtor Renato Abdalla, que faz um evento com bandas
de rock aos sábados num bar na Mem de Sá, tentava contabilizar os
prejuízos. "Aqui geralmente dá 100 pessoas por edição e hoje só temos
10. Alguns manifestantes tentaram entrar aqui, mas não deixei. Vai rolar
o show assim mesmo, mas está sendo um problema", lamenta.
Os manifestantes se dispersaram pelas ruas da
Lapa. Momentos antes, os ativistas estavam concentrados nas esquinas da
Avenida Mem de Sá com a Rua João Pessoa. O trânsito no local ficou
complicado, já que os presentes se sentaram no asfalto. Após alguns
instantes o protesto seguiu em marcha até os Arcos, momento em que os
policiais recuaram para, 20 minutos depois, reprimirem a ação. Até o
momento, 77 pessoas foram detidas durante os protestos no Dia da
Independência e 14 ficaram feridas, de acodo com a Secretaria Municipal
de Saúde.
Entre os detidos, uma pessoa foi presa por
porte de arma; 15 foram autuadas e liberadas — uma delas, um homem com
três passagens pela polícia. Entre as autuações, estão crimes de lesão
corporal, desacato, resistência e posse de material explosivo. Com os
detidos, foram apreendidos um estilingue, um spray de gás lacrimogêneo,
pedras, canivete, bolas de gude, bombas artesanais e toucas. Alguns
foram encaminhados para a 17ª DP (São Cristóvão) e para a 9ª DP
(Catete). Segundo a PM, outros foram transferidos para a 21ª DP
(Bonsucesso).
Um jovem identificado apenas como Gabriel foi
levado para a 21ª DP para averiguações. Ele estava com a máscara atrás
da cabeça e entregou documentos aos PMs e, ainda assim, foi conduzido
pelos policiias. O assessor jurídico do Instituto de Defesa dos Direitos
Humanos, Gabriel Aquino, 24 anos, disse que a ação foi incostitucional.
"O que ficou estabelecido é que se os manifestantes tirassem as
máscaras e apresentassem documentos, não poderiam ser detidos, já que
não existe o flagrante. Além disso, agora estão levando os jovens para
delegacias que ficam longe, para que os manifestantes não possam
acompanhá-los ou protestar", afirmou.
De acordo com os PMs, um homem de camisa branca
foi detido por estar roubando na área. Ele foi perseguido pelos
policiais e colocaram em uma viatura. No entanto, os PMs não revelaram
se o suspeito foi levado para as delegacias citadas.
O fotógrafo Alessandro Costa, do DIA
, foi agredido com um chute por um policial identificado com o número 3,
do Grupamento de de Ações Táticas, quando fotografava um dos detidos
Confronto em desfile
Quando o Desfile Cívico na Avenida Presidente
Vargas chegava ao fim, mais de cem manifestantes — alguns mascarados —
entraram em confronto com a polícia na área das arquibancadas, em frente
ao palanque principal do evento. Balas de borracha e bombas de gás
lacrimogêneo foram lançadas pela PM para dispersar ativistas, que
revidaram atirando latas de lixo e pedras.
A confusão durou pouco mais de 15 minutos.
Enquanto o corre-corre tomava conta da pista lateral, o desfile
transcorria em frente ao Pantheon Duque de Caxias. A Polícia do Exército
fez um cordão de isolamento para impedir a entrada de manifestantes no
local. Mais de 200 policiais mantiveram-se perfilados, munidos de escudo
e spray de pimenta, e alguns com extintores de incêndio. Mesmo com a
mobilização do Exército, o confronto foi contido apenas pela PM.
No tumulto, famílias que assistiam o desfile da
arquibancada se feriram. Grades que isolavam a área foram abertas pelos
policiais para a passagem do público. Luiz Fernando Diogo Dumas, de 29
anos, no evento com o filho, Luiz Eduardo, 8, entrou em estado de
choque. “Meu filho não para de chorar. Ele vai ficar traumatizado para
sempre. Nunca vi tanta covardia. O que eles (manifestantes) querem? Vão
acabar com a cidade”, desabafou, lacrimejando por causa do spray de
pimenta.
Em Laranjeiras, o tumulto começou às 17h, nos
arredores do Palácio Guanabara. Manifestantes saíram do Largo do Machado
e seguiram para a Rua Pinheiro Machado, onde havia uma barreira de
policiais. A PM atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Houve correria e a confusão se espalhou por ruas próximas. Integrantes
do protesto atearam fogo em lixeiras e depredaram agências bancárias.
Mulher foi atingida pela PM e idosa se feriu
Dos 14 feridos que foram atendidos no Hospital Municipal
Souza Aguiar, apenas três seguiam em observação. A aposentada Nair Rosa,
de 69 anos, deu entrada na unidade com escoriações no corpo após cair
da arquibancada durante o tumulto. “Não consegui escapar, acabei caindo e
passei mal”, contou Nair.
Já a autônoma Francisca Barbosa, de 37 anos, foi atingida
por um taser (arma de choque) de um policial, na Avenida Senhor dos
Passos. “Um PM estava revistando e batendo em um rapaz. Fui com um grupo
lá e pedi para ele parar. Daí ele disparou o taser na minha cabeça”,
denunciou Francisca, que ficou com um grampo alojado na cabeça. Ela foi
submetida por uma tomografia e liberada.
Mais de dez policiais do esquadrão antibombas
da Polícia Civil precisaram entrar em ação durante as manifestações pela
manhã. Quatro bombas caseiras foram recolhidas ainda sem serem
deflagradas, na Avenida Presidente Vargas.
“As bombas ofereciam ameaças à população. Iremos analisar
se elas pertencem aos policiais ou se foram fabricadas pelos
manifestantes”, explicou o inspetor Cassiano Martins, chefe do
esquadrão. Desfile foi como planejado, diz Comando Militar do Leste
Em nota, o Comando Militar do Leste lamentou os
incidentes no Desfile Cívico, mas reforçou que ele transcorreu de acordo
com o planejado. O evento durou duas horas e teve mais de 11
grupamentos, entre entidades civis e forças militares. No palanque, o
deputado federal Jair Bolsonaro (PP) dividiu espaço com dezenas de
autoridades. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes não
compareceram.
No início da marcha, a população que lotou as sete
arquibancadas reclamou da distância do público em relação ao desfile.
“Eu comprei um binóculo, porque não dá para enxergar”, criticou a
professora Marize dos Santos, de 37 anos.
POLICIAL MILITAR TEM PERNA QUEBRADA EM GRAVE ACIDENTE, ENVOLVENDO 2 CARROS E 7 MOTOS
NO DIA 07-09-2013 POR VOLTA 17: HS E 45 MIN. ACONTECEU UM GRAVE ACIDENTE
NA RUA LUÍS DOMINGUES COM PERNAMBUCO ENVOLVENDO 2 VEÍCULOS E 7 MOTOS.
SEGUNDO INFORMAÇÕES DA POLICIA MILITAR TRÊS POLICIAIS , FORAM VÍTIMA
DESSE ACIDENTE , SENDO ELES: (CABO ANDRIS, SARGENTO SOCORRO E SOLDADO
ALMIR ) SEGUNDO INFORMAÇÕES DE POPULARES: O MOTORISTA DO CORSA SEDAN DE
PLACA MXM2123 -MOSSORÓ -RN, ESTARIA EM VISÍVEL ESTADO DE BREAGUEIS
,DEPOIS DE ATROPELAR UM MOTOQUEIRO , VEIO ATROPELANDO AS OUTRAS 6 MOTOS E
ANDA BATEU EM UM GOL DE COR PRATA VINDO PARA EM CIMA DE ALGUMAS MOTOS
NA CALÇADA DA IGREJA CATÓLICA SÃO FRANCISCO .O POLICIAL CABO ANDRIS FOI
LEVADO AO HOSPITAL MUNICIPAL SOCORRÃO COM FRATURA NO FÊMUR , O MESMO
JÁ ENCONTRA -SE NA SALA DE CIRURGIA E SOLDADO ALMIR FRATUROU O
TORNOZELO .
A PERÍCIA ESTEVE NO LOCAL E REALIZOU TODOS OS LEVAMENTOS PERICIAS
29 de agosto de 2013
Conflito em Serra Pelada gera reações
Deputada do Tocantis está preocupada com o caso
O deputado Federal do Pará, Arnaldo Jordy – PPS do Pará e a Deputada Estadual do Tocantins Amália Santana – PT, se manifestaram depois das ocorrências em Serra Pelada no ultimo domino dia 25.
O Federal falou em favor dos garimpeiros e protestou, nesta terça-feira, contra o que taxou de repressão ao protesto que cerca de 7 mil garimpeiros de Serra Pelada fizeram em frente ao prédio da empresa canadense Colossus Minerals no último domingo. O parlamentar esteve presente à assembleia que decidiu pela manifestação e presenciou a reação da empresa e da polícia. “Foi uma das cenas mais brutais e injustas que vi nos últimos tempos”, disse.
Jordy considerou a atitude inaceitável porque “os garimpeiros estavam apenas protestando, em um país democrático, contra o aviltamento de que são vítimas”. Segundo o parlamentar, 22 pessoas ficaram feridas, algumas delas até chegaram a ser hospitalizadas, por causa da ação da guarda da empresa e da PM, que foi distinta da que estava prevista em acordo firmado com os garimpeiros momentos antes.
O deputado ressaltou que vem pedindo providências ao Ministério Público Federal, que entrou com ação civil pública questionando a legitimidade do contrato e à Justiça Federal, para que seja ágil no julgamento da questão.
Jordy vai procurar MPF, Justiça, CNJ e embaixada
do Canadá para alertar sobre a situação
Já a deputada Petista do Tocantis, estado que concentra milhares de garimpeiros que vem constantemente ao Pará para Assembleia e reuniões, apresentou um requerimento nesta terça-feira, 27, na Assembleia Legislativa onde pediu envio de expediente á presidente Dilma Rousseff, à Secretária de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, ao Ministério de Minas e Energia e ainda ao Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM solicitando providências urgentes para solucionar os conflitos existentes nos canteiros de obras da mina de Serra Pelada.
A parlamentar tocantina disse ainda que outro fator preocupante são as condições precárias e falta de infraestrutura básica do local o que coloca em risco a vida das pessoas que estão na área.
O Blog da Adepag, entidade de Defesa dos Direitos dos Garimpeiros lamentou a ausência de coberturas de veículos da grande mídia, no post publicado hoje o autor lamenta e afirma: “Lamentavelmente nenhum veículo de comunicação noticiou os fatos violentos cometidos pela Polícia Militar contra indefesos garimpeiros durante a tarde de domingo passado na Vila de Serra Pelada. Jornais como o Liberal e o Diário do Pará publicaram a “nota paga e mentirosa” da Colossus , mas se esquivaram de registrar os acontecimentos como eles ocorreram. Uma lastimade”.