24 de setembro de 2011

Casal é acusado de aplicar golpe em formandos do Piauí, Ceará e Maranhão

Casal é acusado de aplicar golpe em formandos do Piauí, Ceará e Maranhão

"Estamos rindo para não chorar". Foi o comentário de uma das vítimas do golpe da Styllo's Eventos, empresa que organizava festas de formatura e que deixou de existir mesmo tendo centenas de contratos na mão, deixando formandos em todo o Piauí, além do Ceará e do Maranhão, a ver navios.

Até no discurso de Dilma Roussef na ONU Keila
teria aparecido: "Só pra quem pode", diz a página
O casal dono da Styllo's, empresários Keila Moreno e Fabiano Nunes é acusado de ter aplicado o golpe e teriam viajado para a Europa com cerca de R$ 5 milhões, que seria o dinheiro arrecadado com o golpe. O assunto, que completa uma semana sem saber o paradeiro deles, virou realmente piada, depois dos vários 'sonhos' de formatura que se transformaram em pesadelo.

Um site foi criado para ironizar o casal, ou talvez a situação. No endereço: styllosnomundo.tumblr.com os autores seriam os próprios Keila e Fabiano. Eles, que quando estavam no Piauí se passavam por pessoas bem sucedidas, viviam em festas da alta sociedade, diriam, logo no início do site:

"Demos calote no Piauí, agora viajamos por aí". Seria uma ironia para dizer que o casal está viajando pelo mundo com o dinheiro do golpe aplicado. O caso deles continua sob investigação do 12º DP e a Polícia pode declará-los como procurados até mesmo pela Interpol.

Fonte: 180º Graus

Satélite dos EUA, com 6t, caiu sobre o Pacífico

Satélite dos EUA, com 6t, caiu sobre o Pacífico

O satélite norte-americano de 6,3 toneladas que se esperava caísse sobre a Terra sexta-feira ou sábado caiu por volta das 5 da madrugada, hora de Portugal continetal, sobre o Pacífico, anunciou a Nasa.

Através da rede social Twitter, a Nasa informou que o satélite entrou na atmosfera sobre o oceano Pacífico.

Antes, a Nasa tinha indicado que o satélite caiu entre as 23:23 de sexta-feira e as 1.09 de sábado, hora de Washington (4.23 e 6.09 de sábado em Portugal continental), quando sobrevoava uma parte do Canadá e de África, assim com grande parte dos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico.

O Satélite de Investigação de Alta Atmosfera foi lançado em 1991 para medir os efeitos da poluição na atmosfera e a evolução das alterações climáticas. O UARS deixou de funcionar em 2005.

Fonte: Jornal de Notícias - Portugal

8 de setembro de 2011

Reuniões de garimpeiros em Serra Pelada exigem presença da PM


Reuniões de garimpeiros em Serra Pelada exigem presença da PM

Líder da cooperativa de garimpeiros anda com segurança particular.
Ex-presidente da cooperativa foi assassinado a tiros em 2008.

Iara Lemos Do G1, em Serra Pelada

















Policial armado acompanha reunião da Cooperativa
dos Garimpeiros de Serra Pelada (Foto: Vianey
Bentes/TV Globo)

Desde que assumiu a presidência da Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), Gessé Simão teve de mudar a rotina. O ex-garimpeiro, que chegou a Serra Pelada no começo dos anos 1980, não anda mais sem a companhia de um segurança particular.
As reuniões comandadas por Simão na localidade de Serra Pelada são acompanhadas por policiais militares de Curionópolis.
Em 17 e 18 de agosto, o G1 esteve em Serra Pelada e mostra em uma série de reportagens o projeto e a estrutura da nova mina, o cotidiano da localidade e a esperança dos que ainda não desistiram do sonho de encontrar ouro.
As medidas de segurança, segundo ele, são necessárias. O antecessor, Josimar Barbosa, foi assassinado com 13 tiros em maio de 2008, pouco antes de ser firmado o acordo entre a cooperativa e a empresa canadense Colossus, que deverá permitir a a abertura da nova mina de Serra Pelada.
Foi já sob a gestão de Gessé Simão que a Colossus garantiu um aditivo que dá a ela 75% dos lucros da exploração. Desde então, ele vive sob proteção.

“Somos instrumentos de uma sociedade que passou por momentos difíceis. Não foi fácil [...] Aqui morreu companheiro meu em emboscada. Nossa sede foi quebrada por vândalos que não queriam que a parceria com a empresa saísse. O pior já passou, e tudo que conquistamos foi no peito e na raça. Mas é preciso que a Justiça tenha mais atenção com a gente. Sempre houve ameaças para mim e minha família, mas a gente procura levar na paz. Eu tenho meus companheiros que não me abandonam. Eu nunca ando sozinho”, conta Simão.
O principal motivo de divergência entre os garimpeiros de Serra Pelada é a divisão dos valores a serem arrecadados com a venda do minério.
No início das negociações, em 2008, ficou acertado que 49% dos recursos obtidos com a venda dos minerais seriam destinados à cooperativa dos garimpeiros e 51% ficariam com a Colossus.
No contrato final, contudo, os garimpeiros ficaram com 25% do valor, que precisa ser dividido em partes iguais entre todos os 37 mil associados. Do total de associados, pelo menos 2,5 mil são moradores da região de Serra Pelada. Os demais, de outras cidades e estados, que estiveram em Serra Pelada no começo do garimpo, nos anos 1980.
Segundo a assessoria de imprensa da Coomigasp, a redução de 49% para 25%  ocorreu porque havia uma cláusula contratual que determinava que “a empresa parceira iria investir sozinha até R$ 18 milhões em pesquisas. A partir daí, o que fosse investido a mais seria dividido entre as partes, conforme as suas participações. Segundo eles, como a cooperativa não conseguiu fazer os aportes de contrapartida, o valor foi descontado dos 49% da Coomigasp.
De acordo com a empresa, como o total dos descontos poderia reduzir a participação da cooperativa a um percentual inferior a 10%, houve uma negociação, com a participação do Ministério das Minas e Energia, que resultou em um aditivo ao contrato definindo uma parcela mínima de 25% para a Coomigasp.
Assim, a empresa canadense fica com a maior parte dos recursos obtidos com a venda do material (75%). O contrato também prevê o pagamento de prêmios para a cooperativa, de acordo com a quantidade do material extraído.
Dos três minérios que têm extração prevista - ouro, paládio e platina -, o ouro é o mineral mais valorizado no mercado. A unidade internacional de medida, a onça troy, equivale a 31,10 gramas de ouro. Para cada ano de exploração da nova mina de Serra Pelada, a Colossus espera extrair até três toneladas de ouro, o equivalente a R$ 285 milhões ao ano.





















Gessé Simão, presidente da Cooperativa dos
Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp)
(Foto: Vianey Bentes/TV Globo)
Pelo estatuto da cooperativa, desde 2005, nenhum novo integrante pode ser cadastrado. Com isso, somente quem já é sócio da Coomigasp receberá recursos provenientes da parceria com a empresa.
“Foi um cuidado que o governo teve de exigir que a cooperativa sempre receba um valor fixo. O ouro tem um problema, que é um minério em forma de moeda. Tratando-se de uma região como Serra Pelada, em que o clima é tenso, foi a forma que o governo teve de intervir. Eles não vão ser mais garimpeiros, vão ser sócios de um empreendimento”, diz o secretário de Geologia, Mineração e Transformação do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar.
Enquanto a exploração da mina não começa e o dinheiro não chega aos garimpeiros, José Rogério Santa Rosa, 49 anos, paga R$ 5 de mensalidade à Coomigasp. Sem dinheiro nem minério para ser explorado, ele deixou Serra Pelada e sobrevive vendendo cocadas na beira da rodovia PA-275.
Santa Rosa saiu de Marabá (PA) para a localidade em 1980. Ele espera que a nova mina possa trazer melhorias e os recursos tão sonhados da mineração.
“Se o contrato for honesto, é claro que a cooperativa vai ser beneficiada. E eu espero ter a minha parte nisso tudo”, disse o garimpeiro.

7 de setembro de 2011

Policiamento está reforçado no Complexo do Alemão

Policiamento está reforçado no Complexo do Alemão

Na noite de terça-feira (6), houve confronto entre traficantes e agentes da Força de Pacificação dez meses após a ocupação militar

iG Rio de Janeiro | 07/09/2011


Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Após noite de confronto, policiamento foi reforçado no Complexo do Alemão nesta quarta-feira (7)
O policiamento está reforçado nesta quarta-feira (7) no Complexo do Alemão e seu entorno após o confronto entre traficantes e militares da Força de Pacificação na noite de terça-feira (6). Dez meses após a ocupação da comunidade, um intenso tiroteio, inclusive com balas traçantes, assustou moradores da região e deixou morta uma jovem de 15 anos.
De acordo com a Polícia Militar, 50 homens dos batalhões da Maré e de Olaria ocupam por tempo indeterminado os morros da Baiana e do Adeus. Um blindado foi estacionado ao lado da estação Itararé do Teleférico do Complexo do Alemão. Essas determinações foram dadas pelo comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte.
Os morros da Baiana e do Adeus ficam em frente ao Complexo do Alemão e não estão ocupados pela Força de Pacificação do Exército. Como eles ficam em uma posição geográfica que facilita a visão de cima para baixo, traficantes lá localizados efetuaram disparos contra os militares e PMs.


Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo 
Militares da Força de Pacificação do Exército reagiram aos disparos feitos por traficantes

Dois artefatos de fabricação caseira também foram arremessados contra viaturas do Exército, deixando uma pessoa ferida. Por motivos de segurança, a Estrada do Itararé, principal acesso ao Complexo do Alemão, chegou a ser interditada ao tráfego durante o conflito.
Segundo a Força de Pacificação do Exército, dentro do Complexo do Alemão o policiamento está reforçado com o apoio de 100 fuzileiros navais. Doze blindados contribuem para o patrulhamento do local. Seis deles participariam do desfile de 7 de setembro no centro do Rio, mas permaneceram na comunidade para aumentar a segurança.
Clima tenso
A Secretaria de Estado de Segurança informou que os disparos feitos na terça-feira (6) teriam sido uma represália ao fechamento de uma revenda clandestina de botijões de gás pertencente ao irmão do traficante Marcinho VP.
Os criminosos também estariam inconformados com a informação de que o Exército vai permanecer no Complexo do Alemão até junho de 2012. Inicialmente, os militares ficariam somente até outubro deste ano.
O conflito na noite de terça-feira foi o terceiro tumulto registrado no Complexo do Alemão, desde o último domingo (4). Nesse dia, uma confusão entre a tropa e moradores terminou com três pessoas detidas e pelo menos outras três feridas.
No dia seguinte (5), moradores fizeram um protesto. Madeiras em chamas foram colocadas na Avenida Itaóca, impedindo o tráfego de veículos por cerca de 40 minutos. Horas depois, cerca de 30 mototaxistas realizaram outro manifesto na região. Eles reclamavam do rigor na cobrança de documentação e realizaram manobras na pista.
Avaliação
Na terça-feira (6), o comandante das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), coronel Robson Rodrigues, afirmou que o programa de pacificação da Polícia Militar do Rio vai passar por uma avaliação geral. Segundo ele, o procedimento já estava previsto antes da ocorrência no Complexo do Alemão.
O governador Sérgio Cabral elogiou o trabalho da Força de Pacificação do Exército, mas reconheceu que há problemas e "resquícios" de um tempo em que o aparato policial era feito com violência.
"É um processo de educação recíproca entre forças de segurança e comunidade. Estamos dispostos a aprender e os moradores também. Há tanto na comunidade quanto nas forças resquício de aparato violento e da cultura do poder paralelo. São 30, 40 anos em que a polícia só entrava para atirar e ia embora, e a comunidade vivia refém do bandido, seja miliciano ou traficante", disse Cabral.


Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo
Balas traçantes assustaram moradores do Complexo do Alemão na noite de terça-feira (6)

Dilma acompanha desfile de 7 de Setembro em Brasília

Dilma acompanha desfile de 7 de Setembro em Brasília

Primeiro desfile de Independência com mulher à frente da Presidência contou com presença massiva de ministros e populares

iG São Paulo | 07/09/2011
No primeiro desfile de 7 de setembro sob comando da primeira mulher a chegar à Presidência da República, Dilma Rousseff, foram notadas duas diferenças em relação aos últimos anos. A primeira mudança saltava aos olhos: o palanque presidencial reuniu quase todo o ministério do governo Dilma.



Foto: Agência Brasil 
Dilma Rousseff com o neto Gabriel e a filha Paula no desfile de 7 de Setembro em Brasília
A segunda alteração foi a ausência do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), que foi passar o feriado em Natal. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), também marcou presença.

Os ministros ficaram na cidade para prestigiar o primeiro 7 de setembro da primeira mulher presidente. Ao todo, com meia hora de desfile, estavam no palanque pelo menos 32 ministros - o governo tem hoje 38 autoridades com status ministerial.
No palanque, os ministros das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, e da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, ficaram mais próximos da presidenta por serem os dois ministérios mais antigos.
Calor e emoção
O tempo quente e seco não afastou os brasilienses da Esplanada dos Ministério. Milhares de pessoas acompanharam o desfile, que começou às 9h. Quem chegou cedo conseguiu um lugar nas arquibancadas cobertas. Os que não conseguiram apostaram nas sombrinhas ou disputaram espaços embaixo da árvores. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a umidade do ar na capital pode chegar a 15%, nas horas mais quentes do dia, quando a temperatura deve alcançar os 30 graus Celsius.
No entanto, nem todos queriam ficar na aglomeração para assistir à parada. É o caso da professora aposentada Francisca Lopes de Araújo, 55 anos. A maranhense que mora em Brasília preferiu acompanhar o desfile pelo telão instalado no gramado central da Esplanada. Ela participa das comemorações da Independência todos os anos e ainda se emociona. “Quando somos pequenos, somos obrigados a aprender os hinos. Mas, quando chego aqui, entendo o significado desses hinos e me emociono muito.”
Este ano, o Exército Brasileiro participou do desfile de 7 de Setembro com veículos militares e tropas de diversas organizações militares, entre elas os tradicionais Dragões da Independência; o Batalhão da Guarda Presidencial; e o Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, com a apresentação da premiada pirâmide humana.
O militar reformado Pedro Martins, 60 anos, desfilou durante a juventude. Para ele, a parada militar é importante porque resgata o espírito cívico. “Ainda me emociono. Sempre venho com minha esposa; meus filhos não gostam tanto.”
Porém, nem todos foram apenas para acompanhar o desfile militar. O estudante Key Carvalho, 31 anos, foi participar da Marcha Nacional contra a Corrupção. “Já desfilei como militar, mas, hoje, vim com o intuito de participar da marcha. Temos de protestar contra essa corrupção.”
A expectativa é que mais de 20 mil pessoas participem com roupas pretas e faixas pedindo o fim da corrupção no País. O grupo sairá em caminhada do Museu Nacional de Brasília em direção ao Congresso Nacional. Outros estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, também organizam marchas semelhantes.
Com AE e Agência Brasil

5 de setembro de 2011

Saiba os fatores que ampliaram a destruição do 11 de Setembro em NY

Saiba os fatores que ampliaram a destruição do 11 de Setembro em NY

Erros de inteligência não impediram ataques, cujo poder aumentou por problemas no projeto do WTC e nos procedimentos de resgate

Carolina Cimenti, de Nova York.
Erros do governo e da inteligência americanos não permitiram frustrar os ataques do 11 de Setembro de 2001, que, além das Torres Gêmeas do World Trade Center (WTC), em Nova York, tiveram como alvo o Pentágono, em Washington,  e um avião que caiu na Pensilvânia depois que os passageiros tentaram retomar seu controle dos sequestradores. (Veja infográfico com cronologia dos ataques)
Em Nova York, os problemas no projeto arquitetônico e de engenharia do WTC e as falhas nos procedimentos das equipes de resgate ampliaram o poder dos atentados. Leia, a seguir, uma lista compilada pela iG de dez problemas relacionados aos fatores que tornaram os atentados em Nova York ainda mais mortais:
1. erros do governo e da inteligência;
2. estrutura do WTC;
3. disposição das escadas de emergência no WTC;
4. travas nos elevadores do WTC;
5. resistência ao fogo do WTC;
6. plano de retirada do WTC;
7. porta da cobertura fechada no WTC;
8. comunicação entre bombeiros e policiais;
9. problemas nas transmissões dos rádios;
10. falta de plano de emergência.


Foto: AFP
Avião do voo 175 da United Airlines se choca contra Torre Sul do World Trade Center durante ataques do 11 de Setembro em Nova York
1. Erros do governo e da inteligência americanos
"No verão de 1989, um grupo de soldados mujahedin (guerreiros islâmicos), que haviam acabado de vencer a guerra contra a União Soviética no Afeganistão (1979-1989), imigrou para a Ásia Central, Oriente Médio e, finalmente, EUA. Esse grupo tomou conta de uma mesquita no Brooklyn, em Nova York, e escolheu o xeque Omar Abdel Rahman, um fundamentalista egípcio, como líder espiritual.
Em novembro de 1990, o grupo realizou seu primeiro ataque em solo americano, matando um rabino radical, Meir Kahane, em plena Manhattan. Um militante foi preso ao tentar fugir do hotel onde o assassinato havia sido cometido. Em sua casa, a polícia encontrou armas, munição e textos em árabe proclamando a “destruição dos edifícios do capitalismo”. Os oficiais também encontraram fotos de pontos famosos de Nova York, como a Estátua da Liberdade e o World Trade Center (WTC).
O homem foi preso, mas logo considerado um lunático. Os oficiais e policiais deixaram passar evidências de que ele não havia agido sozinho e, na verdade, contava com um grande grupo por trás. A maioria do material em árabe apreendido, na verdade, só foi traduzido vários anos mais tarde.
Os cúmplices do suposto lunático só foram presos três anos mais tarde, depois de levar uma van cheia de explosivos até a garagem do WTC. Ao meio dia da sexta-feira 26 de fevereiro de 1993, uma bomba em uma van deixou seis mortos.”
O trecho acima foi retirado do livro “102 Minutos - A História Inédita da Luta Pela Vida nas Torres Gêmeas”, dos jornalistas Jim Dwyer e Kevin Flynn, e ilustra as falhas na inteligência americana antes do 11 de Setembro. Um ano depois dos ataques de 2001, o Congresso americano, sob pressão do lobby das famílias das vítimas dos ataques, estabeleceu uma independente de investigação por meio da Comissão Nacional 11/9.
O relatório elaborado pela comissão aponta diversas falhas no recolhimento de informação de inteligência e coordenação dos dados obtidos em relação às fronteiras, segurança aérea e reação a emergências. Enormes problemas de comunicação entre a CIA e o FBI em relação a investigações também foram apontados como uma falha.
No documento, a comissão revela que os ataques não foram exatamente surpreendentes para a inteligência americana. Os atentados foram somente o resultado final, e o mais mortal, de uma série de ações iniciadas anos antes, com até alguns agentes os tendo previsto. A comissão descobriu que relatórios sobre as ameaças de um ataque iminente eram claros, pediam urgência e foram apresentados com mais persistência do que o governo americano queria reconhecer.

Alguns desses relatórios, por exemplo, enfatizavam totalmente o papel da Al-Qaeda e o uso que rede terrorista  pretendia fazer de aviões comerciais como armas. A organização dos atentados foi coordenada dentro dos EUA, durante dois anos, e ninguém, nem a polícia nem o governo, os deteve.
De acordo com a Comissão 11/9, o governo Bush recebeu um documento sobre os ataques um mês antes deles, em 6 de agosto de 2001, chamado "Bin Laden Determinado a Atacar em Solo Americano".
Além do WTC, os terroristas também conseguiram jogar um avião contra o Pentágono e sequestrar uma aeronave que caiu na Pensilvânia depois que os passageiros tentaram tomar seu controle. (Veja infográfico com cronologia dos ataques)
2. Estrutura do World Trade Center
Dois fatos permitiram que as torres do WTC, que foram finalizadas em 1973 após quase sete anos de construção, se tornassem dois dos prédios menos seguros do mundo no caso de um incêndio: primeiramente, elas eram propriedade da Autoridade Portuária de Nova York e New Jersey, ou seja, órgão público pertencente a dois Estados que era praticamente acima da lei em relação às normas de segurança. Em segundo, as torres foram construídas seguindo o código de construção de 1968 de Nova York, um dos menos restritos e mais influenciados pela indústria imobiliária.
De acordo com um artigo do jornal New York Times, o código de construção de 1938, anterior ao de 1968, “exigia materiais específicos, como tijolos e concreto, na construção de um prédio alto, para proteger em caso de um incêndio". Além disso, o código de 1938 determinava que as colunas de um prédio tinham de suportar o fogo por pelo menos quatro horas. O código de 1968 reduziu esse número para três, sem especificar qual material teria de ser usado nos prédios.
A flexibilidade criada por ele permitiu à Autoridade Portuária reduzir enormemente o uso de concreto na construção das torres. Segundo relatório do ex-chefe dos bombeiros de Nova York Vincent Dunn, especialista em incêndios em prédios altos, com mais de 43 anos de experiência na sua área, diferentemente da construção clássica de edifícios altos, os pilares fundamentais das Torres Gêmeas estavam concentrados no centro do edifício, juntamente com os elevadores. Além disso, a estrutura era feita de 60% aço e 40% concreto, quando o modelo clássico estipula exatamente o contrário.
Esse tipo de estrutura inovadora realmente absorveu o impacto imeadiato dos aviões, conforme haviam atestado os engenheiros que as construíram. Elas não desabaram imediatamente. Sua estrutura revolucionária, porém, respondeu muito mal aos minutos que se seguiram sob incêndio e calor extremo. “Quanto mais concreto, menos o fogo se alastra”, disse Dunn ao iG.
Cada andar das torres do WTC era praticamente uma área aberta, como passaram a ser os escritórios modernos, sem paredes do chão até o teto. “Esse projeto permitiu que o fogo se espalhasse muito mais rapidamente em cada andar e, disseminando-se pelas saídas de ar do ar-condicionado central, por todos os andares do prédio”, relatou o ex-chefe dos bombeiros.
Como cada andar suportava o peso apenas do andar imediatamente acima, assim que os andares mais altos começaram a desmoronar pela destruição causada pelo fogo, todos os andares foram pressionados consecutivamente. Isso ajuda a explicar por que os prédios desabaram completamente: assim que os andares superiores começaram a desabar, a pressão sobre os andares mais baixos era superior ao que eles podiam aguentar.
3. Disposição das escadas de emergência das torres
Até 1968, todos os prédios em Nova York com mais de seis andares tinham de ter uma saída de emergência adjacente ao edifício, fora da estrutura, e com paredes grossas de concreto para permitir uma retirada rápida e evitar que pegassem fogo. Se o WTC tivesse seguido as normas anteriores ao código de 1968, as torres teriam de ter pelo menos quatro escadas de emergência cada uma, sendo uma delas fora da estrutura principal.
Mas com o novo código de normas aprovado, os proprietários de imóveis podiam reservar mais espaço para salas e conjuntos, e menos para áreas de emergência: cada torre tinha apenas três escadas de emergência, e todas concentradas no centro do edifício. Com o ataque dos aviões, as três escadas de emergência da Torre Norte e duas na Torre Sul foram destruídas e bloqueadas em pelo menos uma parte. Apenas uma escada, na Torre Sul, continuou praticamente intacta depois dos ataques, possibilitando o tráfego as pessoas do topo à base do edifício de 110 andares.
Além disso, duas das três escadas de emergência de cada torre não levavam as pessoas diretamente até a rua, mas até o mezanino (primeiro andar), onde ainda era necessário descer uma escada rolante estreita para chegar às portas da rua. Esse foi um problema grave no momento da retirada no 11 de Setembro, porque uma longa fila se formou no mezanino, e muitas pessoas, impressionadas com o que viam lá fora, paravam e não conseguiam avançar para sair do prédio, impedindo que outros saíssem.
A cidade de Nova York havia mudado uma das regras sobre segurança em prédios altos em 1984, exigindo que as diversas saídas de emergências fossem distantes umas das outras, porém a lei não era retroativa, então o WTC não precisou se adequar.
4. Travas nos elevadores
Dezenas, se não centenas ficaram presos em elevadores nos ataques do 11 de Setembro. Aqueles que estavam presos nos elevadores parados no térreo, e conseguiram ser ouvidas por bombeiros, foram salvos. Outros não conseguiram forçar as portas externas dos elevadores que, por um dispositivo de segurança, ficaram travadas.
De acordo com o livro “102 Minutos", os bombeiros tiveram um trabalho estafante para salvar algumas das pessoas presas, pois tinham de forçar a porta de segurança de cada um dos 99 elevadores de cada torre a cada cinco andares para tentar descobrir onde exatamente estavam parados. Com a escuridão completa na coluna dos elevadores, não conseguiam ver mais do que quatro ou cinco andares.
Um trabalho demorado e pesado, que resultou no não salvamento de algumas vítimas. O código de construção exige aberturas nas paredes das colunas dos elevadores a cada três andares para evitar esse tipo de contratempo, mas o WTC não respeitava essa regra.
5. Resistência ao fogo
A resistência ao fogo das estruturas dos edifícios nunca havia sido posta à prova. “Um dos maiores segredos das torres era que a sua estrutura de aço nunca havia sido testada para saber como reagiria a um incêndio, e um dos maiores segredos do corpo de bombeiros é que um incêndio em um prédio alto é quase impossível de ser apagado pela corporação: o fogo tem de ser extinto pelo sistema automático do próprio edifício”, explicou Dunn, o ex-chefe dos bombeiros de Nova York, ao iG.

Foto: AFP
Torre do Sul do World Trade Center entra em colapso no 11 de Setembro de 2001 em Nova York
O sistema anti-incêndio do WTC (os sprinklers que todo o grande edifício teria de ter) estava velho e precisava de reforma. Depois do ataque de 1993, a Autoridade Portuária começou o trabalho de revisão e troca das peças do sistema, mas, até a manhã do 11 de Setembro, havia completado esse trabalho em apenas 30 dos 220 que os dois prédios totalizavam.
De acordo com as normas de construção de Nova York, a estrutura de aço de um espigão com 60 andares ou mais deve ser capaz de resistir ao fogo sem se deformar por pelo menos duas horas. Os andares em si, por pelo menos três horas. Para respeitar essas regras, os materiais de construção devem ser previamente testados.
As torres nunca tiveram seus materiais testados suficientemente, e, de fato, suas estruturas não resistiram duas horas. A Torre Norte, a primeira a ser atingida às 8h46 daquela terça-feira, entrou em colapso depois de 1h42. A Torre Sul, atingida às 9h03, desmorou passados apenas 56 minutos, às 9h59.
“As razões pelas quais esses testes nunca foram feitos não podem ser descobertas agora, porque os responsáveis por essa decisão morreram anos antes dos ataques. Mas sabe-se que resultados negativos para os testes e as modificações necessárias teriam aumento tanto os custos que as torres possivelmente teriam pouco mais da metade de sua altura. Poucas pessoas poderiam imaginar que o sistema anti-incêndio de dois dos mais altos edifícios do mundo nunca haviam sido efetivamente testados”, afirmam Jim Dwyer e Kevin Flynn no livro “102 Minutos".
6. Retirada completa do WTC
Como as torres tinham um sistema anti-incêndio em todos os andares, não foram planejadas para uma situação em que fosse necessário esvaziar os edifícios completamente e ao mesmo tempo. Como, teoricamente, seus materiais de construção eram resistentes ao fogo e o sistema anti-incêndio apagaria os focos em um andar antes que se espalhassem para outro, a expectativa era de que apenas alguns andares teriam de ser esvaziados em uma situação de incêndio.
A necessidade de uma retirada completa pelas escadas em prédios altos parecia tão remota que, poucos meses antes do 11 de Setembro, dois grupos muito influentes na arquitetura de Nova York, a Associação Nacional de Códigos Oficiais para Edificações e o Grupo de Seguradoras Anti-Incêndio, sugeriram que se começassem a construir escadas de seguranças mais estreitas. Afinal, menos escadas significam mais espaço comercial nos edifícios. A proposta foi completamente abandonada depois dos ataques.
A única vez, antes do 11 de Setembro, que as Torres Gêmeas foram esvaziadas foi depois do atentado de 1993. E, para milhares que participaram daquela situação, a queda da eletricidade depois que a bomba explodiu significou uma retirada lenta e difícil, em escadas de emergências completamente escuras e esfumaçadas por causa dos pneus que queimaram na garagem, e ainda por cima, sem a guia de alto-falantes. Naquele dia, foram necessárias dez horas para esvaziar os dois edifícios completamente.
7. Porta da cobertura fechada
Durante os ataques, as portas que davam acesso ao topo das torres estavam trancadas. Sem opção de fuga por baixo, acredita-se que dezenas acima dos andares atingidos pelos aviões fizeram o esforço de subir até 30 andares a pé em escadas de emergências esfumaçadas somente para ter suas expectativas frustradas.

Foto: AFP
Bombeiros observam destroços de uma das torres do World Trade Center, em Nova York, depois de seu colapso nos ataques do 11 de Setembro de 2001
Muitos relataram a situação a parentes, após se verem forçados a fazer o caminho de volta. “Os planos de emergências da Autoridade Portuária não continham uma página sequer para resgate na cobertura e (...) nunca informou explicitamente às pessoas que trabalhavam nas torres que o local não era uma opção válida em caso de emergência”, segundo o livro “102 Minutos”.
A Autoridade Portuária mantinha as portas fechadas desde 1974, quando o francês Philippe Petit conseguiu entrar na Torre Sul com a sua equipe sem ser notado, dirigir-se até o teto, estender uma corda de aço até a Torre Norte e caminhar sobre ela várias vezes até ser preso pela polícia de Nova York.
Depois do 11 de Setembro, descobriu-se que os prédios desrespeitavam completamente as regras. As portas poderiam ficar trancadas, mas teriam de ser destravadas por um sistema automático no caso de qualquer emergência ou falta de luz.
Durante o atentado de 1993, no subsolo da Torre Sul, os resgates pelo teto foram os mais noticiados, disseminando a imagem de que era uma das melhores soluções para quem estivesse mais perto do topo de um espigão.
No 11 de Setembro, porém, o teto não seria de qualquer foram uma opção de salvamento. Os helicópteros da polícia não conseguiram pousar porque a coluna de fumaça era muito densa e quente, representando um risco.
8. Comunicação entre bombeiros e policiais
Bombeiros e policiais em Nova York nunca trabalharam bem juntos, segundo o livro "102 Minutos". Seus autores, os jornalistas Jim Dwyer e Kevin Flynn, defendem que sempre houve uma batalha para determinar quem dava as ordens no caso de uma emergência, com nenhum dos lados aceitando ceder. Essa briga de egos explica algumas das falhas que as duas equipes cometeram durante o processo de resgate.
Primeiramente, os bombeiros e os policiais usavam frequências diferentes nos rádios, o que impossibilitou sua comunicação. Isso impediu aos bombeiros na entrada das torres, que tentavam descobrir em que andar ocorriam os incêndios, ouvir as informações enviadas pelos helicópteros da polícia sobre quais eram os focos mais críticos e os andares exatamente atingidos.
Nos helicópteros, os policiais conseguiram mais informações do que os bombeiros dentro dos edifícios. Ao notar enormes rachaduras e um andar pressionando o outro no alto da Torre Sul, souberam com antecedência que ela desabaria. Os bombeiros só se deram conta disso quando ela caiu.
Atualmente, os departamentos dos bombeiros e o da polícia recebem um treinamento mais integrado. Além disso, a prefeitura de Nova York determinou que, em caso de incêndio, são os bombeiros que dão as ordens, mas, em caso de ataque terrorista, os policiais são os responsáveis.
9. Problemas nas transmissões dos rádios
Além do problema das frequências diferentes entre os rádios das duas corporações, os rádios dos bombeiros não funcionavam bem entre si também. Assim que os oficiais subiam alguns andares, perdiam completamente o contato com os chefes, localizados na entrada das torres.

Foto: AFP
Equipes de resgate limpam destroços das torres destruídas no 11 de Setembro no dia seguinte aos ataques em Nova York
Esse foi um problema muito grave porque, assim que a Torre Sul desabou, os bombeiros chefes, na base da Torre Norte, começaram a avisar pelo rádio que todos deveriam sair do prédio imediatamente. Sem receber nenhuma resposta. Naquele momento, mais de 1 mil bombeiros lutavam para conseguir espaço nas linhas de rádio, que eram cinco, mas encontrando forte interferência e poucas respostas para seus pedidos de atenção.
10. Falta de plano de emergência
Os paramédicos e técnicos que responderam ao chamado urgente de resgate não tinham um plano estruturado: em junho de 2005 o Instituto Nacional de Tecnologias e Padrões publicou um longo documento com o que seria considerada a “autópsia” das Torres Gêmeas e do processo de salvamento naquele dia.
Na maioria das 200 entrevistas computadas, paramédicos e técnicos de emergência falam em caos, dificuldades em encontrar as vítimas, falta de comunicação, de coordenação entre as unidades de socorro e até mesmo um grande número de estacionamentos diferentes para ambulâncias na mesma área, dificultando a centralização dos esforços.

PMs vendiam drogas apreendidas para traficantes da Rocinha, revela processo

PMs vendiam drogas apreendidas para traficantes da Rocinha, revela processo

Interceptação telefônica flagrou policial oferecendo maconha recolhida no Complexo da Maré a bandido da Rocinha por R$ 350 o quilo

Mario Hugo Monken, iG Rio de Janeiro | 05/09/2011

Foto: Agência Estado 
A favela da Rocinha é apontada pela polícia como a que mais vende drogas na cidade
Um processo que tramita na 38ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revela que policiais militares supostamente vendiam para traficantes da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, drogas que eram apreendidas em outras comunidades cariocas.
As investigações começaram em 2007 mas somente no dia 23 de março deste ano a denúncia foi oferecida à Justiça. Dois PMs se tornaram réus mas ambos não estão mais na ativa.

Um deles, Alexandre Marques, conhecido como Cop, que era lotado no 23º BPM (Leblon, zona sul), foi expulso da corporação. O outro, Erivaldo da Silva, que trabalhava no 22º BPM (Complexo da Maré, na zona norte), teve a aposentadoria concedida no final do ano passado.
Os autos trazem informações sobre como ocorreu uma das supostas negociações entre os PMs e a quadrilha da Rocinha. Um trecho fala de uma interceptação telefônica (sem data especificada) em que Cop oferece chá-mate por R$ 350 o quilo para o traficante conhecido como Juca Terror, que foi preso no início de agosto, no Espírito Santo.

O chá-mate a que se referem, segundo os autos, trata-se de uma maconha que foi apreendida no Complexo da Maré.
Em uma outra parte do processo que também fala da mesma droga recolhida na Maré, os dois PMs suspeitos conversam e falam que o "whisky" (no caso a maconha apreendida) não era de boa qualidade e que baixariam o preço do quilo da droga para R$ 200.
Já expulso, o ex-PM do 23º BPM se apresentou à Justiça no mês de junho e está preso. Sua defesa requereu a liberdade em julho alegando que Alexandre é réu primário, trabalhador e possui domicílio certo. O recurso foi negado

Já o outro suspeito chegou a ficar preso mas teve o alvará de soltura expedido em julho. Na ocasião, a Justiça alegou que não havia indícios de que a soltura do acusado traria algum prejuízo à ordem pública e ao processo.
A Rocinha é apontada pela polícia do Rio como sendo a favela que mais vende drogas na cidade. A comuunidade é controlada pelo traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que está foragido. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 5 mil para quem prestar informações que ajudem a captura do criminoso.


Foto: Divulgação/Disque-Denúncia Ampliar
Chefe do tráfico na Rocinha, Nem é um dos traficantes mais procurados do Rio
Repasse de informações
O ex-PM Cop também é acusado no processo de repassar aos traficantes informações sobre operações policiais que seriam realizadas na Rocinha. Segundo os autos, ele se aproveitava do fato de trabalhar no batalhão do Leblon que é responsável pelo policamento na comunidade.
Em um trecho de uma outra interceptação telefônica (também sem data mencionada) citado na ação, Cop foi questionado pelo traficante Juca Terror sobre uma operação que ocorreu na Rocinha no qual houve tiroteio em que o policial teria mandado "meter bala" nos bandidos.
De acordo com o processo, o ex-PM recebia o dinheiro dos traficantes em um posto de gasolina e chegou a pedir um aumento da suposta propina que ganhava após os traficantes da Rocinha terem assumido, em 2009, o controle das bocas de fumo no conjunto habitacional Cruzada São Sebastião, no Leblon, que eram controladas por uma facção criminosa rival.
Outras suspeitas
Nos últimos anos, outras investigações também apontaram a ligação de policiais com os traficantes da Rocinha. No início deste ano, a Operação Guilhotina da PF (Polícia Federal) revelou que seis policiais (entre civis e militares) desviavam materiais apreendidos em comunidades rivais e negociavam com a quadrilha da Rocinha.


Os suspeitos também avisavam aos criminosos sobre operações na favela e, por isso, recebiam uma propina mensal de cerca de R$ 50 mil.
No ano passado, foi preso um ex-PM acusado de ser informante da quadrilha da Rocinha quando estava na ativa. Em 2007, um inspetor da delegacia de Copacabana (12º DP) foi preso suspeito de repassar informações sobre operações policiais na mesma favela.

"Arrego" na Penha

Um processo que corre na 26ª Vara Criminal da Capital do TJ-RJ e trata do tráfico no Complexo da Penha e nas favelas do Dique e do Furquim Mendes, na zona norte, levanta a suspeita de que, antes da ocupação pelas Forças de Pacificação do Exército, os traficantes da Penha contavam com a ajuda de policiais.

Segundo os autos, pelo menos dois traficantes identificados pelos apelidos de Lafado e Tuca, eram os responsáveis pelo pagamento do "arrego dos canas", que seria a propina dos policiais para que o "movimento trabalhasse em paz".

O texto não menciona, no entanto, se os policiais que supostamente receberiam propinas dos traficantes seriam militares ou civis. Não há nenhum policial réu no processo.

Novo clero do Congresso bate de frente com líderes tradicionais

Novo clero do Congresso bate de frente com líderes tradicionais

Nova forma de Dilma se relacionar com deputados e senadores esvazia poder de caciques dos partidos aliados

Adriano Ceolin, iG Brasília | 05/09/2011

Foto: Agência Brasil 
Rose de Freitas, com Marco Maia ao fundo
O jeito Dilma Rousseff de se relacionar com o Congresso criou uma nova classe na Câmara dos Deputados e no Senado. Trata-se de uma espécie de novo clero que começa a se destacar e causar problemas a lideranças políticas mais tradicionais, que se desvalorizaram nos últimos meses.
“A Dilma despersonalizou e desmitificou interlocutores que só falavam por si e pelos outros sem ouvi-los”, afirma a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). Atual primeira vice-presidente da Casa, ela se tornou uma das expoentes desse novo clero.
Por conta disso, ela já se movimenta para alçar voos mais altos. Rose é apontada como nome alternativo do partido à presidência da Câmara em 2013. Em princípio, o PT fez um acordo para apoiar o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que tem 11 mandatos na Casa.
Recentemente, Rose e Eduardo Alves bateram de frente por causa dos problemas enfrentados por Pedro Novais no Ministério do Turismo. Também deputado, Novais foi indicado ao posto por Alves, mas nunca teve o aval completo da bancada.
Com Rose à frente, peemedebistas insatisfeitos defenderam a saída imediata de Novais da pasta após a deflagração da Operação Voucher, da Polícia Federal. Isso enfureceu o líder do PMDB, que resolveu tratar do assunto publicamente e com críticas diretas à deputada capixaba. “Quem demite é só a presidenta Dilma”, disse.
Esse não foi o único momento em que Alves se viu fragilizado com a bancada que lidera. A indicação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a relatoria do Código de Processo Civil causou protestos por parte de um grupo de deputados.
Nesse caso, acabou se destacando como representante do “novo clero” o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). Ele questionou a indicação de Cunha. Disse que o nome deveria ter sido discutido na bancada. Resultado: Cunha foi pressionado e desistiu da relatoria.
“O que acontece é que esse governo não mistura ação administrativa com ação política”, diz Forte. “É preciso se adaptar ao estilo da Dilma. São novos tempos”, completa o deputado. Ele integra um grupo de deputados em primeiro mandato chamado “novos do PMDB”.
No PMDB, além dos “novos”, outro grupo independente é “os jovens”. São deputados com menos de 40 anos que têm como líder informal Renan Filho (PMDB-AL), filho do senador Renan Calheiros (AL). “A gente não é contra ninguém. Só quis um espaço para ser ouvido”, diz o jovem. “Não fizemos algo programado, articulado, de propósito”.
PP
Em outros partidos, também há representantes desse novo clero. É o caso do PP. Um grupo capitaneado pelo deputado Eduardo da Fonte (PE), em segundo mandato na Câmara, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), primeiro mandato no Senado.
Os dois impuseram uma derrota ao ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), ex-líder da bancada da Câmara, quando montaram uma estratégia para destronar do posto de líder Nelson Meurer (PR), uma espécie de herdeiro do deputado falecido José Janene (PR).
Meurer tornou-se líder no começo do ano, logo depois que Negromonte foi nomeado ministro. Antes do paranaense, o líder era João Pizzolatti (PP-SC), que demorou para tomar posse por causa da Lei da Ficha Limpa.
A principal queixa contra Meurer é que ele não fazia reuniões com a bancada e tomava decisões sozinho. Isso acabou gerando uma onda de descontentamentos e da Fonte e Ciro acabaram reunindo assinaturas para colocar Agnaldo Ribeiro (PP-PB) no lugar de Meurer.
Marco Maia
A própria chegada de Marco Maia à Presidência da Câmara foi, de certo modo, o começo da era do “novo clero”. Ele não era o favorito para o posto, mas acabou sendo produto de uma insatisfação de setores do PT com a falta de discussão dentro da bancada.
Líder do governo até o fim do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) era visto por todos como o principal nome para assumir a Câmara. No meio da disputa, uma pessoa próxima avisou-o que ele estava com uma estratégia errada, pois privilegiava a conversa com líderes e não com todos os deputados.
Vaccarezza deu a seguinte resposta: “Eu não tenho de falar com toda a porcada. É só falar com o dono da porcada”. O principal trunfo dele era o suposto apoio da presidenta Dilma Rousseff à sua candidatura. Na prática, ela acabou não se envolvendo. Quando Maia se uniu a Arlindo Chinaglia (PT-SP), outro candidato, Vaccarezza teve de desistir da disputa.
Ex-presidente do PT e ex-ministro da Previdência, o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) foi um dos articuladores da campanha de Maia. Alijado do grupo de Vaccarezza, resolveu se unir aos insatisfeitos em torno de Maia. “Dilma não quis se meter naquela disputa. Para ela, é melhor que as coisas definidas aqui, com conversa”, afirmou Berzoini.
Também eleita na chapa encabeçada por Maia, a primeira vice-presidente Rose de Freitas acrescenta uma impressão sobre como Dilma vê o Congresso: “Ela não vai ficar aqui correndo atrás da gente, mandando votar. Ela quer mostrar que os projetos são bons e será bom para o País. Se quiser votar, vota. Precisamos ter essa consciência”, disse a peemedebista.

2 de setembro de 2011

Che Guevara, no seu 83º aniversário é lançado em Cuba o 'Diário de Um Combatente'

Che Guevara, no seu 83º aniversário é lançado em Cuba o 'Diário de Um Combatente'



HAVANA — Cuba prestou uma homenagem ao mítico guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, no 83º aniversário de seu nascimento, com a publicação, nesta terça-feira, de um diário que relata passagens de sua vida e da luta que levou ao poder Fidel Castro, em 1959.
"Diario de um combatente", abrange os fatos desde a chegada do iate Granma, em 2 de dezembro de 1956, a Cuba até a vitória da revolução, em 1 de janeiro de 1959. Foi apresentado em ato do qual participaram a viúva do Che, Aleida March, e sua filha Aleida Guevara.
O Che "nos faz falta em Cuba, com sua capacidade de trabalho, de planejar, de convencer as pessoas. Lembramos que, em três anos, inaugurou mais de 30 fábricas e projetava outras 30", disse Oscar Fernández Mell, quem o acompanhou como médico e guerrilheiro durante toda a campanha em Cuba e no Congo (1965).
Fernández Mell, de 80 anos, recordou que a época em que Che foi presidente do Banco Nacional - nos primeiros cinco anos da revolução - foi a "mais frutífera e gloriosa" da instituição.
A pesquisadora María del Carmen Ariet explicou que Guevara foi um forte crítico dos países do bloco soviético, conforme o refletido no livro "Apuntes Críticos a la economía política", publicado em 2006.
O presidente de Cuba, Raúl Castro, quem substitui o irmão Fidel, desde julho de 2006, impulsiona um programa de reformas para tornar eficiente o esgotado modelo econômico cubano, de inspiração soviética, tentando descentralizá-lo e terminar com o paternalismo estatal.
O diário, publicado pela editora australiana Ocean Press/Ocean Sur, é encerrado com a batalla de Santa Clara (280 km a leste de Havana) no final de dezembro de 1958.
Fernández Mell aproveitou para refutar o que chamou de "desvio" histórico, que atribui a Guevara "centenas" de fuzilamentos de militares e policiais da ditadura de Fulgencio Batista (1952-58) na fortaleza de Cabaña, em 1959, depois do triunfo da revolução.
O livro foi preparado pelo Centro de Estudos Che Guevara.
Em dezembro, o Centro publicará "El Pensamiento Filosófico", notas trabalhadas por Che durante 17 anos para a composição de um dicionário filosófico.
Fonte: Carlos Batista

Acompanha gravação de Chico Anysio

Acompanha gravação de Chico Anysio

De cadeira de rodas e com ajuda de um respirador, humorista mantém rotina de trabalho no quadro Salomé do Zorra Total

Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro | 02/09/2011 
É o último ensaio do quadro Janete e Valéria, da dupla de humoristas Rodrigo Santana e Thalita Carauta. Cinquenta figurantes circulam pelo estúdio, que simula um vagão de metrô. 15h50 da tarde de uma terça-feira. Diretores e toda a equipe técnica conversam, remarcam os lugares de cada ator, pedem mais luz, outra câmera, barulho e agitação... Estão prestes a gravar.
De repente, um silêncio corta o estúdio. Um senhor de cabeça branca é levado de cadeira de rodas pela lateral esquerda. Impossível passar despercebido, pois se trata de Chico Anysio, caracterizado como Salomé.


Foto: Léo Ramos
Chico Anysio como Salomé: quadro do Zorra Total
Ninguém parece piscar. Chico é reverenciado com o silêncio dos que seguem seus passos na tarefa de fazer rir. O ator é levado para o estúdio ao lado, onde já está tudo pronto para gravar sua cena de cinco minutos. Salomé é uma simpática senhora que telefona para a presidenta Dilma, a fim de dar conselhos e comentar os últimos acontecimentos do Brasil e do mundo.
“Pessoal, quinze minutos para o café. Vamos gravar com o Chico e já voltamos ao quadro do metrô”, anuncia o diretor no microfone. A gravação é interrompida para ver Chico passar.


Tudo é cronometrado. Uma manta azul, da mesma cor do figurino, cobre o colo do ator e esconde as rodas. Ele não ensaia a cena. Grava de primeira, em uma única passagem de texto. “Ele não pode ficar muito tempo sem o seu respirador portátil, que ficou no camarim”, conta um rapaz da produção. Um teleprompter o auxilia com o texto que deve ser dito pausadamente, como se estivesse realmente em um papo informal ao telefone. Chico parece ignorar o aparelho. Ele tem o domínio da cena.
Rodrigo Santana, vestido como a transexual Valéria, vai ao set acompanhar o momento. “Não é todo dia que a gente tem um mestre lado a lado”, diz ele. Salomé fala com Dilma. Pergunta sobre Kadafi e ironiza se ele vai pedir asilo político no Brasil, lembrando o caso de Cesare Battisti. Fala também sobre o furacão que amedrontou a costa leste dos Estados Unidos. Antes do fim, improvisa uma frase em defesa dos Bombeiros (“só querem dar 1,5% de aumento para eles. É um absurdo”). A ligação com Dilma “cai”, acaba a gravação.
Quem vê Chico Anysio ali em cena, ao vivo, se emociona. Basta lembrar o que, aos 80 anos, ele passou recentemente. Ficou, até março desse ano, 110 dias internado por complicações cardiorrespiratórias. Foi detectada uma obstrução da artéria coronariana e, durante o período pós-operatório, um acúmulo de sangue entre as membranas que envolvem o coração. Além disso, teve pneumonia por duas vezes e perdeu a irmã, a atriz Lupe Gigliotti, durante o período em que ficou internado.
Antes de ser levado de volta ao camarim, o vascaíno Chico comenta que não está em um bom dia. “Estou triste hoje. Um grande amigo meu morreu no Rio Grande do Sul esta manhã, só soube agora há pouco. Também estou preocupado com o Ricardo Gomes (técnico do Vasco, que sofreu um acidente vascular cerebral)”.
Chico pede à produção para que mantenham o seu improviso na edição final. “Não deixem que tirem. Isso dos bombeiros é importante da gente falar. Quando precisam deles, chamam na hora. Quando é para dar aumento, ninguém faz nada. Se a Globo tiver a competência de cortar meu texto, então me digam o que eu estou fazendo aqui”.
Em mais alguns instantes, ele some na coxia com auxílio de um ajudante.

Fumar é pior para as artérias femininas

Fumar é pior para as artérias femininas

Efeito dos cigarros fumados na progressão do dano foi cinco vezes maior em mulheres do que em homens

The New York Times | 02/09/2011

Foto: Getty Images
Fumo: dano é maior nas artérias femininas
Fumar causa mais dano arterial em mulheres do que em homens, mostram resultados preliminares de um recente estudo europeu que examinou com aparelhos de ultrassonografia as artérias carótidas – vasos sanguíneos de grosso calibre que levam o sangue ao cérebro – de 1.893 mulheres e 1.694 homens em cinco países: Finlândia, Suécia, Holanda. França e Itália.
Leia: 10 razões para você largar o cigarro agora
O novo estudo concluiu que fumar durante a vida está associado ao espessamento das paredes das artérias (processo conhecido como aterosclerose) nos dois gêneros, mas o impacto negativo na população feminina é mais que o dobro do visto nos homens. Os resultados foram apresentados esta semana no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Paris.
Os pesquisadores também descobriram que o efeito do número de cigarros fumados por dia na progressão da aterosclerose era cinco vezes maior em mulheres do que em homens.

Essa associação entre fumo e aterosclerose apareceu independente de fatores de risco como colesterol alto, obesidade, idade, pressão sanguínea e classe social, afirmaram os pesquisadores.
“O motivo desse forte efeito do fumo sobre as artérias femininas ainda é desconhecido, mas algumas pistas talvez possam vir da complexa interação entre fumo, inflamação e aterosclerose” disse a autora da pesquisa, Elena Tremoli, professora de farmacologia da Universidade de Milão (Itália).
Como o estudo foi apresentado em um congresso médico, os dados e conclusões devem ser encarados como preliminares até serem publicados por um periódico científico revisado por especialistas.