27 de fevereiro de 2011

"Lula foi popular; Getúlio populista", diz Sarney ao iG

A pedido da reportagem, presidente do Senado apontou os principais presidentes do País. Ele excluiu FHC: "Um presidente normal"

Tales Faria e Adriano Ceolin, iG Brasília | 27/02/2011 08:00
Em entrevista ao iG, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aceitou apontar os melhores presidentes da história do Brasil. Ele excluiu a si próprio, que comandou o País entre 1985 e 1990, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Um presidente comum", disse.
Sarney afirmou ainda que nunca viu o ex-presidente Fernando Collor (1990-1992), atual colega no Senado, como inimigo político e que Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) foi um líder popular maior que Getúlio Vargas (1930-1945).
Sobre a atual presidenta Dilma Rousseff, Sarney afirmou que mantém conversas particulares com ela da mesma forma que fazia com Lula: sem a presença de terceiros.

"Não tenho nenhum interesse no setor elétrico (...) O que estou pedindo hoje é que o criador me dê saúde", disse Sarney ao iG.
Foto: Felippe Bryan Sampaio, iG Brasília
"Não tenho nenhum interesse no setor elétrico (...) O que estou pedindo hoje é que o criador me dê saúde", disse Sarney ao iG.
“Nós temos continuidade sem termos continuísmo. Ela vai marcar o governo dela com um grande controle da administração pública. Melhora qualidade nos gastos públicos e o Lula mantém-se como grande político nacional”, disse.
Confira os principais trechos da entrevista:
iG: Quem o senhor identifica como inimigo político?
José Sarney:
Eu não tenho inimigo. Eu tenho adversários políticos. Não tenho capacidade para ter inimigos políticos. Eu não tenho ódio de ninguém. O criador fez tanto por mim que não tenho direto de reclamar e ter inimigos.
iG: Então qual foi seu maior adversário político?
Sarney:
Com quem eu tive a maior luta política foi com Vitorino Freire (1908-1977). Foi uma luta estadual, que durou 30 anos. Ele foi um grande adversário político. Era um homem de temperamento muito forte e o meu temperamento sempre foi muito fraco como vocês todos reconhecem.
iG: No campo nacional, qual foi seu maior adversário?
Sarney
: No campo nacional, eu não tive nenhum adversário que eu pudesse considerar.
iG: No fim do seu governo (1989), quando o então candidato Fernando Collor criticava o senhor, não o considerou um grande adversário?
Sarney
: Eu sabia que não era verdade e pensava que ele se referia a uma terceira pessoa.
iG: E o presidente Lula virou um amigo?
Sarney
: Eu hoje sou amigo pessoal do Lula. Foi o presidente que me tratou bem não só do ponto de vista institucional, mas também do ponto de vista pessoal. Ele sempre teve maior delicadeza e respeito comigo. Então, eu posso dizer que eu o considero amigo. Foi nesse sentido que eu acompanhei até São Bernardo do Campo (no dia 1º de janeiro quando Lula deixou Brasília).
iG: Como o senhor define o Lula presidente e a Dilma presidenta?
Sarney
: Até agora não tivemos na história do Brasil uma liderança como Lula. A liderança que ele exerce no País não é de penetração popular horizontal. Ela é vertical. Tem várias raízes do povo brasileiro. Ele é quem tem de forma mais profunda essa condição. Agora, ele era um político e a Dilma tem um outro temperamento. Acho que é temperamento mais administrativo. Então, acho que completa muito bem. Nós temos continuidade sem termos continuísmo. Ela vai marcar o governo dela com um grande controle da administração pública. Melhora qualidade nos gastos públicos e o Lula mantém-se como grande político nacional.
iG: O senhor acredita que Lula foi um líder popular maior que Getúlio Vargas?
Sarney:
Getúlio nunca foi líder popular. Ele teve uma grande popularidade. Lula é um líder popular. Getúlio era da elite do Rio Grande do Sul, do Cosme de Medeiros, do Julio de Castilho. Foi ministro da Fazenda do Washington Luís. Então ele era da elite nacional. O Lula não. Lula veio das raízes. Foi torneiro mecânico, operário. De maneira que podemos dizer que todas as classes sociais ocuparam o poder.
iG: Getúlio era um líder populista?
Sarney
: A meu ver sim.
iG: O Lula não?
Sarney
: O Lula não. Ele é um líder de resultados para a classe dele. Isso foi o balanço do governo.
iG: Se o senhor tivesse que fazer um ranking dos presidentes da República como faria? Sarney: Colocaria Rodrigues Alves (1902-1906), porque ele ordenou as finanças públicas depois de encontrar um país extremamente endividado. Tinha uma visão de Estado profunda. Estou fazendo um exame cronológico. Eu consideraria o Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954). De qualquer maneira, ele foi um ditador durante 15 anos. Ele enfrentou problemas trabalhistas que eram só para aqueles que tinham carteira de trabalho. Para os excluídos, esses que não tinham carteira de trabalho, Getúlio nunca fez nada. O Juscelino Kubitschek (1955-1960) foi um grande presidente. Teve uma grande responsabilidade, assumiu para ser deposto porque ele tinha uma reação militar e política muito grande. E ele (JK) contornou tudo isso e transformou a luta política num debate nacional pelo desenvolvimento econômico. E eu colocaria o governo do Lula, que é uma mudança profunda. O Lula deu uma paz social ao país, fez uma distribuição de renda muito grande. Acho que a partir do Lula o Brasil também conclui um ciclo republicano, coma a chegada de um homem do povo ao poder.
iG: Duas perguntas que sobram: primeiro o senhor não se incluiu...
Sarney:
Não me incluí porque caso contrário seria cabotinismo da minha parte. Eu fiz coisas certas e coisas erradas. Eu às vezes fui o melhor presidente do Brasil e fui o pior presidente do Brasil.
iG: Em quê?
Sarney
: Quando eu fiz o Plano Cruzado e tive a coragem que nunca ninguém tinha tido neste País de partir para uma fórmula heterodoxa de modificação da economia. Todos os outros (presidentes) tinham se submetido às regras internacionais. Isso foi uma coragem extraordinária. Naquele tempo eu havia ouvido do próprio Leonel Brizola (ex-presidente nacional do PDT) que eu tinha sido o presidente com maior coragem no Brasil, quando decretei o congelamento (de preços) e fiz o Plano Cruzado, quando abri a porta para que o País pudesse ter condições para modificar a economia.
iG: Isso foi o melhor e o que foi o pior?
Sarney:
O pior foi quando fiz o Plano Cruzado número 2. Fiz uma correção errada. Evidentemente que eu não sou economista, mas a responsabilidade é minha. Os que fizeram errado não têm responsabilidade nenhuma. Mas eu tenho a responsabilidade de ter aceito aquela fórmula de corrigir o aumento daqueles cinco produtos.
iG: A outra pergunta que sobra daquele ranking foi não ter incluído o presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Sarney:
Acho que Fernando Henrique Cardoso foi um presidente que prestou muitos serviços ao País. Ele realmente foi um bom presidente. Um presidente normal, comum. Não há uma marca profunda como os outros presidentes que ocuparam o comando do País.
iG: Em 1985, o senhor saiu do PDS e ajudou a criar a Frente Liberal, que resultou na formação do PFL. Depois, em 2002, foi um dos primeiros políticos do PMDB a apoiar o Lula. Como o senhor vê agora alguns integrantes do DEM (o antigo PFL), como o prefeito Gilberto Kassab, querer aderir a um partido governista?
Sarney:
Quando fiz uma dissidência no PDS foi um gesto de coragem. O Ullysses (Guimarães, ex-presidente nacional do PMDB) me disse que se não fosse aquilo não teria havido a transição democrática. Eu é que comandei aquilo. Fui contra a candidatura do (Paulo) Maluf (PDS). Já na fase final da min ha vida, eu fiquei muito feliz em apoiar o Lula como candidato a presidente. Porque o Lula era uma mudança fantástica para o País. Era uma transformação na qual eu não poderia estar fora. Eu não fui atrás de apoiar o Lula. O Lula foi à minha casa pedir o meu apoio. Quando ele me pediu, achei que era meu dever apoiá-lo porque naquele tempo era tido como demônio e o meu apoio era importante porque era um homem de centro.
iG: Antes, em 2001, sua filha Roseana havia surgido como candidata. O senhor acha que José Serra (PSDB) pode ter prejudicado a candidatura dela?
Sarney:
Há muitas coisas no ar, mas eu não quero remover o passado.
iG: Mas como o senhor a tentativa de se formar um novo partido como quer o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab?
Sarney:
É tal necessidade da reforma política. Nós não conseguimos fazer partidos políticos. É um desajustamento. Há muitas pessoas que não estão ajustadas em seus partidos por motivos ideológicos ou por motivos pessoais. O Brasil não tem partidos políticos. Temos instituições políticas que remontam ao século 19.
iG: A crítica que tem sido feita é que a reforma política deveria começar na Câmara dos Deputados e não no Senado por meio da comissão que o senhor criou.
Sarney
: Não quero saber onde ela deve começar. Acho que a reforma deve ser feita. Esse é o problema. É fazer a reforma. Começar na Câmara ou no Senado não importa. Depois nós vamos nos unir. Evidentemente que a reforma será feita pelo Congresso Nacional.
iG: Com o presidente Lula, o senhor era um dos poucos aliados que mantinha conversas sem a presença de terceiros. Ele sempre fazia encontros com a presença de Gilberto Carvalho, chefe do gabinete pessoal, ou Clara Ant, assessora especial. O senhor mantém esse tipo de reuniões com a presidenta Dilma?
Sarney:
Eu acho que depende do assunto que for tratar com o presidente . Às vezes há assuntos que você trata apenas com o presidente. Tive poucas audiências com a presidente Dilma, mas já tive encontros a sós com ela.
iG: O senhor acha que Dilma deve disputar a reeleição ou Lula tem de voltar?
Sarney:
Se ela fizer um excelente governo, aí ela é quem vai decidir.
iG: E o Lula deveria voltar?
Sarney:
Não podemos olhar na bola de cristal e olhar o que vai acontecer. Dizia-se que esta frase era do Magalhães Pinto, mas não. Era do velho Antônio Carlos Magalhães: ‘política é como nuvem. Todo momento ela se transforma’.
iG: Qual sua avaliação da votação do salário mínimo?
Sarney:
Acho que pela primeira vez temos uma regra para estabelecer o salário mínimo. Uma regra positiva para os trabalhadores. Uma regra que acrescenta realmente a produtividade incorporada ao salário. Não é mais uma coisa voluntarista. Agora nós temos uma regra.
iG: O senhor ficou surpreso com a postura do ex-presidente Itamar Franco na sessão em que se votou o salário mínimo?
Sarney
: Acho que aquilo é o estilo do Itamar. A questão de ordem que ele levantou era sobre um minuto. Se fosse lido na hora do expediente e tinha sido na ordem do dia... Não prejudicava em nada.
iG: Qual são seus projetos futuros?
Sarney:
Eu não tenho mais projeto futuro. O que eu tenho é um longo passado. O meu projeto é procurar ajudar o Brasil naquilo que eu puder.
iG: Mas um projeto que ficou para trás foi a reforma administrativa do Senado.
Sarney
: Nós fizemos. Hoje o Senado está profundamente organizado. Reforma administrativa, plano de cargos e salários. Todos os problemas apresentados nós solucionamos. Temos um portal da transparência.
iG: Mas aquele parecer da Fundação Getúlio Vargas não foi aproveitado.
Sarney:
Foi aproveitado.
iG: Não chegou a ser votado.
Sarney:
Nós estamos concluindo. Eu já fiz um projeto da FGV aqui. Com o tempo, nós precisamos adaptar. O núcleo do Senado é bem organizado.
iG: O que achou das mudanças que ocorreram nos últimos tempos, como acabar com o nepotismo no serviço público.
Sarney
: Isso está na Constituição.
iG: Mas mesmo assim havia casos, o senhor teve alguns momentos que...
Sarney:
Nós vivemos um ano político apaixonado e eu acho que houve uma interpretação muito errada feita pela oposição. Disputei pela primeira vez uma eleição para a presidência do Senado (em fevereiro de 2009, contra Tião Viana) e ganhei. Evidentemente eu deixei um lado ressentido. Um lado que passou a ser oposição e que fez oposição durante todo o período que eu estive à frente da Casa.
iG: Gostaria de perguntar sobre ocupação de espaços no governo. O senhor tem uma tendência, desde o governo Fernando Henrique, de indicar pessoas que já trabalharam com o senhor no setor elétrico.
Sarney:
Não tenho nenhum interesse no setor elétrico. No governo Fernando Henrique, quando fui eleito senador pelo Amapá e havia um racionamento total, funcionava a energia apenas seis horas. Então eu pedi a ele... O presidente Fernando Henrique me chamou e me pediu a sugestão do ministro da Cultura. Eu disse: ‘não, presidente. O senhor é um homem de Cultura, o senhor escolhe o ministro. Agora o que eu quero é que o senhor nomeie um nome para Eletronorte e resolva o problema de racionamento que existia no Amapá e no Amazonas’.
iG: Era o José Antonio Muniz (atual presidente da Eletrobras que deve ser deslocado para a Eletronorte).
Sarney:
Não. Pelo contrário. Era o Aluízio Guimarães, que morreu. José Antonio não foi nomeado por mim. Ele havia sido presidente da Chesf, começou como office-boy da empresa. Veio da Chesf pelos políticos pernambucanos que o indicaram para a Eletronorte.
iG: O próprio Flávio Decat, presidente de Furnas, também procurou o senhor para ser indicado.
Sarney
: Botaram no jornal que eu indiquei o Decat para Furnas. Eu vi o Decat uma vez na vida. Ele veio e me procurou para também me pedir apoio para que eu conseguisse apoio do Garibaldi Alves (atual ministro da Previdência e presidente do Senado entre 2007 e 2008) para que ele fosse presidente da Eletrobras. Então eu telefonei para Garibaldi Alves e pedi que ele recebesse o Decat. Agora disseram que o Decat foi indicado por mim para Furnas. Calcule que isso é tão profundo, essa força de vocês de dizer verdades entre aspas. Então ficou todo mundo pensando que havia indicado Decat para Furnas. Outro dia eu estava com a presidente de República e o presidente da Câmara... Aí eu disse: ‘olha presidente, a senhora sabe que no Brasil as coisas são assim: disseram que eu indiquei o Decat e a senhora sabe mais do que ninguém que eu não indiquei’. Aí o presidente da Câmara disse: ‘Mas não foi você que indicou o Decat?’ Nunca ninguém me colocou no setor elétrico com interesse. Nunca na minha vida ninguém me acusou de improbidade.
iG: Mas não é natural o PMDB querer ocupar esses espaços, cargos no governo? É natural dentro da política?
Sarney:
Não sei se é natural ou se não é. Eu não estou metido nisso, não estou participando, não tenho nada a ver com isso. Isso é com o presidente de partido. O que estou pedindo hoje é que o criador me dê saúde.

Mais de 100 mil pessoas fugiram da Líbia na última semana

Levantamento é da agência para refugiados da ONU, Acnur. Maioria seria de imigrantes ilegais


A agência para refugiados da ONU, Acnur, informou que aproximadamente 100 mil pessoas, muitas delas imigrantes ilegais, saíram por terra da Líbia rumo a países vizinhos na semana passada, durante as turbulências que afetam esse país do Norte da África. "A Acnur está trabalhando com as autoridades tunisianas e egípcias, assim como ONGs, para apoiar aproximadamente 100 mil pessoas que saíram da Líbia por conta da violência na semana passada", informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em um comunicado.


A contagem da Acnur dá conta de que se tratou principalmente de imigrantes estrangeiros, especialmente egípcios e tunisianos. No entanto, esse total também inclui 4.600 líbios que viajaram ao Egito e à Tunísia. A Crescente Vermelha informou mais cedo que mais de 10 mil pessoas voaram da Líbia para a Tunísia no posto fronteiriço de Ras Jedir apenas no sábado, a maioria egípcios, chamando a situação de uma "crise humanitária", enquanto esse fluxo aumenta.
Antes dessas chegadas, o governo tunisiano informou no sábado que 40 mil pessoas cruzaram a fronteira com a Líbia desde 20 de fevereiro, enquanto autoridades egípcias contaram 55 mil pessoas fazendo o mesmo percurso desde 19 de fevereiro, de acordo com a Acnur.

STJ ignora teto e paga supersalário a seus ministros

Prédio do STJ em Brasília-DF. Foto: Reprodução

por Filipe Coutinho

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) usou brecha para driblar o teto salarial de R$ 26.700 imposto pela Constituição e pagou no ano passado em média R$ 31 mil aos ministros que compõem a corte-quase R$ 5.000 acima do limite previsto pela lei.

O tribunal gastou no ano passado R$ 8,9 milhões com esses supersalários. Um único ministro chegou a receber R$ 93 mil em apenas um mês.

Uma planilha com as despesas de pessoal do STJ mostra que, na ponta do lápis, o valor depositado na conta da maioria dos ministros supera o teto constitucional.

Dos 30 ministros, 16 receberam acima do limite em todos os meses de 2010.

No total, o STJ pagou mais de 200 supersalários -em apenas 26 casos houve devolução de parte do que foi depositado pelo tribunal.

O salário final dos ministros é aumentado, na maioria dos casos, graças ao abono de permanência -benefício pago a servidores que optam por continuar em atividade mesmo tendo contribuído o suficiente para se aposentar.

Esses valores variaram entre R$ 2.700 e R$ 5.500, e foram depositados em 2010 nas contas de 21 ministros.

"Por que um servidor que ganha R$ 10 mil pode receber e quem está perto do teto não? A lei não vale para todos?", questiona o presidente do STJ, Ari Pargendler.

"Vantagem pessoal"
A Constituição afirma que esse pagamento -rubricado como "vantagem pessoal"- deve estar incluído na conta do teto constitucional.

O pagamento de R$ 93 mil foi feito em agosto, para um ministro que recebeu auxílio de R$ 76 mil para se mudar para Brasília com a mulher e os filhos. O tribunal não divulga o nome dos ministros na folha salarial.

Os supersalários pagos no STJ não se repetem em órgãos similares.

Nenhum ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou do TST (Tribunal Superior do Trabalho) recebeu pagamento acima do teto -com exceção dos meses em que saíram de férias e receberam 13º salário.

O STM (Superior Tribunal Militar) afirma que também paga só até o limite.

Resolução
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) editou, em 2006, resolução sobre os salários dos magistrados.

De acordo com o texto do CNJ, o "subsídio constitui-se exclusivamente de parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, verba de representação ou outra espécie remuneratória".

Como a Folha apurou com integrantes da Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do CNJ responsável por investigar irregularidades no Judiciário, o entendimento da Constituição deveria prevalecer e o pagamento de qualquer benefício não poderia levar os rendimentos totais a ultrapassar o teto.

Um dos conselheiros do CNJ disse que os pagamentos devem ser estudados caso a caso. Uma das ideias discutidas no órgão para a questão, diz ele, é pedir uma lista com os depósitos acima de R$ 26.700 e as justificativas para serem analisadas.

O CNJ, oficialmente, disse que não pode se pronunciar porque há várias ações no STF (Supremo Tribunal Federal) que tratam do teto e a questão está "sub judice" até o Supremo definir quais as "vantagens pessoais" citadas pela Constituição.

O ministro do STF Março Aurélio Mello critica o uso de brechas que fazem os salários superarem o teto.

"Quando se abre exceções há sempre o risco de generalizar e dar o famoso jeitinho. O teto é furado a partir de jogo sutil de palavras, mas a Constituição é categórica: o teto é efetivo e deve valer", afirmou o ministro.

O Conselho Nacional de Justiça manda os tribunais federais publicarem seus gastos na internet desde dezembro de 2009.

O STM mantém os gastos sob sigilo. O Supremo, que não é subordinado ao CNJ, não pública as despesas.

Fontes: Folha de São Paulo, Caldeirão Político e Jus Brasil

Os 50 dias do melhor governo de Roseana Sarney


A análise criteriosa dos primeiros 50 dias do Maranhão, agora sob a velha administração! O colunista John Cutrim do Jornal Pequeno continua impagável:

Do blog do PSTU-MA
Basta analisar os primeiros 50 dias do quarto mandato de Roseana apelidado por ela mesma do “melhor governo da vida dela” para perceber o quanto nosso povo vem sofrendo nas mãos desta oligarquia corrupta. O Egito mostrou o caminho de como é possível derrotar uma ditadura de trinta anos: Os estudantes, trabalhadores e desempregados nas ruas e praças se organizaram e protestaram até a queda de Mubarak. Então não podemos esperar mais quatro anos para dar o troco. A “hora do revide” tá chegando!

21 de fevereiro de 2011

Alunos, professores, familiares e convidados aprovam discurso de Flávio Dino na Facimp

Em reuniões de ambientes abertos ou fechados, comícios ou entrevistas em Rádio e TV, Flávio Dino se destaca pela facilidade na comunicação com o público. Foto: Reprodução
por João Estrada Branco

Homenageado como paraninfo dos graduados em direito, pedagogia, sistema de informações, administração, economia e enfermagem, o presidente estadual do PCdoB e ex-deputado federal Flávio Dino recebeu aplausos de cerca de 5min ininterruptos ao fim de seus discurso na sexta-feira, 19, à noite, no auditório da Faculdade de Imperatriz, Facimp.

Flávio lembrou que, praticamente, todos os juramentos de todos os cursos de nível de nível superior incluíam a palavra, Ética. “O exercício das suas respectivas profissões possuem compromisso inseparável com a ética, a cidadania e o desenvolvimento sustentável”, disse.

Professor da Ufma e de faculdades em Brasília e Rio de Janeiro, o ex-deputado federal estava acompanhado do vice-prefeito de Imperatriz, Jean Carlo (PDT), do seu pai, o ex-deputado estadual (14 anos) e ex-prefeito de João Lisboa (2 vezes), Sálvio Dino; do presidente do PCdoB local, Clayton Noleto, do presidente do PCdoB de São Luís, Márcio Jerry e do ex-candidato ao senado federal, professor Adonilson

À tarde, Flávio fez contatos políticos na cidade e ainda teve tempo para participar da solenidade de filiação de novos integrantes do PCdoB, entre eles, os ex-presidentes do PT, Isnande Barros, professor universitário e desportista, do ex-presidente do PCB, radialista e blogueiro, Frederico Luiz, do professor Erick e da estudante Ellen.

!Da esq. p/ dir.) Frederico Luiz, Ellen, Flávio Dino, Isnande Barros e professor Erick. Foto: Carlos Leen
“Vamos construir um partido forte com o objetivo de atender às justas reivindicações do conjunto da nossa população”, disse Clayton Noleto.

Flávio Dino abonou todas as fichas dos novos filiados. “Após a eleição, é a segunda vez que estou em Imperatriz para atividades políticas, minha presença será constante no Sul do Estado, região importante para as mudanças que o Maranhão necessita”, concluiu.

Na solenidade dos novos filiados do PCdoB, de outras siglas partidárias estavam Eduardo Palhares e Neudson Claudino do PSB e o presidente da sigla em Imperatriz, Kléber Gomes; Professor André, presidente do PT e Carlos Leen, integrante do PSOL e blogueiro.

MPMA cobrará ampliação do número de leitos de UTI em São Luís

STF garante o cumprimento das medidas requeridas pelo Ministério Público

por Rodrigo Freitas

Ação Civil Pública(ACP) protocolada pelo Ministério Público em 2004, contra o Estado do Maranhão e o Município de São Luís tem decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ACP, a 13ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Saúde cobrou o aumento no número de leitos de UTI. Sete anos depois do ingresso da Ação Civil Pública, após inúmeros recursos, o processo foi julgado pelo STF, que garantiu o cumprimento das medidas requeridas pelo Ministério Público.

O promotor de Justiça Herberth Costa Figueiredo vai ter acesso as cópias do processo junto ao STF na próxima semana. De acordo com o titular da 13ª Promotoria de Justiça da Saúde, o processo encontra-se em fase de recurso extraordinário, que não tem efeito suspensivo. A decisão, portanto, pode ser cobrada pelo Ministério Público e deve ser cumprida pelo Estado e Município.

Segundo Herberth Figueiredo, com o cumprimento da decisão judicial, o número de leitos de UTI na capital deve ter um aumento entre 30% e 50%. Nos últimos dois meses, houve um grande investimento em UTIs neonatais, com um aumento de 34 leitos. “Nosso problema atual são os leitos de UTI adulto”, assinala o promotor de Justiça. “Temos um déficit de 30% para alcançar o número mínimo determinado pelo Ministério da Saúde”, afirmou.

De acordo com o Ministério da Saúde, a cada 1.000 habitantes o município deve ter três leitos hospitalares. Do total de leitos, 10% devem estar em Unidades de Tratamento Intensivo. Na época em que a ação foi proposta, o percentual de leitos de UTI em São Luís chegava a apenas 2,7%.

Baseando-se em dados da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, 75% da população brasileira é atendida pelo SUS. Aplicando-se esses números à realidade local, chegou-se à conclusão que, em 2004, 360 leitos de UTI deveriam ser oferecidos aos pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde. O mínimo aceito pelo ministério seriam 114 leitos mas, na verdade, apenas 25 eram disponibilizados aos usuários do SUS.

Redação: Coordenação de Comunicação - MPMA

Carta dos Bispos do Nordeste V ao Povo de Deus condena falsas promessas

Sentimos que chegou a hora de não mais aceitar que se jogue com os sentimentos e as expectativas de nosso povo, vendendo-lhes promessas mirabolantes de que tudo, a partir de agora, vai melhorar.
Dos Bispos da Regional Nordeste V da CNBB
Aos presbíteros, aos diáconos
Às pessoas consagradas
Aos fiéis, leigos e leigas
Bem como a todas as pessoas que atuam na defesa da promoção da vida no Maranhão

Dom Gilberto Pastana, bispo de Imperatriz, coordena a Regional Nordeste V da CNBB
Foto: Reprodução
“Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão” (Mt 9, 36)
Nos dias 12, 13 e 14 de janeiro próximo passado, realizamos nossa reunião anual, desta vez em Carolina, no sul do Maranhão. A partir de relatórios, apresentados por diversos setores da Igreja, e de nossa própria vivência pastoral, pudemos mais uma fez refletir sobre a realidade maranhense. Ao contemplarmos a situação de nosso povo, lembramo-nos de Jesus de Nazaré e fomos tocados por sentimentos de compaixão, pois a dura verdade é que grande parte desse povo continua vivendo em situação de sofrimento e de abandono.

Um momento de otimismo
À primeira vista, parece predominar no meio do povo um sentimento de otimismo e de euforia. Verificam-se intensas expectativas para com o futuro imediato. Há no ar um sentimento difuso de otimismo. De onde provém esse sentimento?

De um lado, este sentimento parece advir das numerosas promessas oficiais de empregos, de investimentos de toda ordem e de crescimento econômico generalizado. De fato, não podemos negar que mais pessoas têm subido à classe média, com maior acesso a bens de consumo. Também no campo e nas periferias das cidades, tem havido algumas melhorias através de políticas compensatórias como a bolsa família, energia rural e aposentadorias, fato que tem mitigado a extrema pobreza e freado, em parte, o êxodo rural. Num primeiro momento, o acesso ao mundo do consumo funciona como um estimulante. O esbanjamento de dinheiro – pessoal e público –, o consumo de bens, nem sempre de primeira necessidade, como por exemplo, celulares, aparelhos sofisticados de informática e de carros de luxo, parece exercer nas pessoas um fascínio irresistível.

De outro lado, essas expectativas – embora genéricas – parecem revelar um desejo humano profundo, legítimo, de caráter pessoal e coletivo, de sair definitivamente de uma situação de dependência, de insegurança e de abandono institucional ao qual foi relegado até hoje o povo maranhense. Parece ser a tentativa de se sentir reconhecido como cidadão emancipado, mesmo que inserido num sistema que o obriga a consumir e a gastar compulsivamente, a se endividar e a parecer aquilo que não é na realidade.

Na vida intra-eclesial, apesar de nossas fraquezas, limitações e pecados, podemos chamar a atenção para dois dados positivos.

Em 2010, com a nomeação de cinco novos bispos para o Maranhão – bispos diocesanos para Coroatá, para Caxias, para Brejo e para Viana e bispo auxiliar para São Luís –, uma terça parte do episcopado maranhense foi renovado, observando-se que, com exceção do último, todos os outros provêm de nossas comunidades locais.

O outro dado positivo em nossa vida eclesial é a constatação que, nas três últimas décadas, como fruto de um trabalho contínuo e perseverante, verifica-se um aumento significativo do clero local, formado aqui mesmo no Maranhão. Embora ainda em número insuficiente, esses presbíteros, jovens em sua maioria, sinalizam para uma Igreja cada vez mais enraizada e presente na vida do povo.

Olhar para o futuro com otimismo e esperança é condição primeira e indispensável para qualquer mudança da realidade presente. Tal atitude, porém, pode ocultar uma tendência quase inconsciente em remover sentimentos de impotência perante a realidade atual. De fato, não podemos negar que a realidade social e econômica do Maranhão é particularmente dura e iníqua. Como bispos, queremos nos associar àquelas ovelhas que, mesmo “no vale das sombras não temem mal algum”, pois, afinal, o Senhor é o único pastor e guarda do rebanho que nos conduz “por caminhos bem traçados e nos faz descansar junto às fontes de águas puras” (cfr. Salmo 23).

Está na hora de se fazer uma inversão de prioridades e valores
Sentimos que chegou a hora de não mais aceitar que se jogue com os sentimentos e as expectativas de nosso povo, vendendo-lhes promessas mirabolantes de que tudo, a partir de agora, vai melhorar. Estamos às vésperas da comemoração dos quatrocentos anos da chegada dos europeus a essas terras. É um momento oportuno de se fazer um resgate histórico das formas de luta por liberdade, de resistência à escravidão, de testemunho de coerência de grupos sociais e de evangelizadores que têm marcado positivamente a história de nosso Estado. Esse resgate nos ajudará a fortalecer um projeto popular independente e soberano.

A história do Maranhão, do Brasil tem sido marcada pela apropriação por parte de pequenos grupos, mediante influências políticas e corrupção ativa, daquilo que pertence a todos. Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal. Talvez por esse motivo, a maioria da população cuide tão mal de nossas praças e ruas, de nossas escolas e hospitais, de tudo aquilo que deveria estar a serviço de todos. Seria talvez uma maneira de reagir – certamente equivocada! – a esse tipo de apropriação indébita.

Para inaugurar um novo momento histórico, precisamos nos educar para um trato totalmente novo, mais ético, com o bem comum. Sentimos que chegou a hora de se fazer uma radical inversão de prioridades e valores. Não podemos deixar que o Estado continue colocando sua estrutura a serviço quase exclusivo dos grandes exportadores de minério, de soja, de sucos e carnes, construindo-lhes as infra-estruturas necessárias para obter sempre maiores dividendos. Ao contrário, ou paralelamente a isto, os aparatos do Estado devem estar a serviço da integridade humana de todos os seus cidadãos e cidadãs..

Preocupa-nos sobremaneira que, em nome de um ilusório e equicocado desenvolvimento, entendido de forma redutiva como desenvolvimento exclusivamente econômico – e não na sua acepção integral –, empresários, quadrilhas de colarinho branco, setores do Estado e do Judiciário pisoteiem direitos básicos, transgridam impunemente normas ambientais, desconsiderem medidas básicas de prevenção de saúde pública, agridam povos e territórios tradicionais, rios, matas e seres vivos em geral.

É urgente que produzamos sinais de uma nova sociedade na qual se proceda efetivamente a uma “inversão de prioridades”, investindo-se maciçamente em saneamento básico universal, em água potável, na distribuição equânime de terras férteis para quem trabalha nela, em unidades hospitalares para todos, em educação formal de qualidade. Está na hora de se fazer uma inversão de prioridades e valores também em relação ao papel do Estado e de seus representantes. Estes estejam em permanente escuta da sociedade civil, dos movimentos sociais, do povo e das suas legítimas aspirações e propostas para um verdadeiro bem comum.
Juntos a favor de “um novo céu e uma nova terra” (Cfr. Ap 21, 1)
Não podemos sonhar com uma nova sociedade se nos deixarmos arrastar por sentimentos de indiferença e de derrota. É preciso, ao contrário, mobilizarmos corações e instituições que ainda possuem sentimentos de compaixão e de justiça. É tempo de missão e de conversão pastoral.

Como pastores
Juntamente com as nossas comunidades, pastorais e movimentos –, queremos apostar no surgimento de uma nova consciência para que o direito e a justiça se unam definitivamente; para que aquelas instituições públicas que são chamadas a defender os direitos coletivos de nosso povo – Ministério Público, Defensoria Pública, Conselhos e outros – não se omitam. E que assim, como fruto deste esforço e compromisso coletivo, ninguém tenha poder de matar os sonhos e os desejos de felicidade de cada criança, de cada mãe e pai, de cada jovem do nosso Estado.

Saudamos a todos em Cristo Jesus. Para a nossa Igreja pedimos a graça da coerência e da coragem para que ela possa continuar a missão de Jesus de Nazaré, levando luz aos cegos, liberdade aos cativos, esperança e a dignidade aos pobres de nossa terra (Cfr. Lc 4, 14ss).

São Luís do Maranhão, 14 de fevereiro de 2011

Armando Martín Gutierrez – bispo de Bacabal
Carlo Ellena – bispo de Zé Doca
Enemésio Ângelo Lazzaris – bispo de Balsas
Franco Cuter – bispo de Grajaú
Gilberto Pastana de Oliveira – bispo de Imperatriz e presidente do Regional NE-5
Henrique Johannpoetter – bispo emérito de Bacabal
José Belisário da Silva – arcebispo de São Luís do Maranhão
José Soares Filho – bispo de Carolina
José Valdeci Santos Mendes – bispo de Brejo
Ricardo Pedro Paglia – bispo de Pinheiro
Sebastião Bandeira Coêlho – bispo de Coroatá
Sebastião Lima Duarte – bispo de Viana
Vilsom Basso – bispo de Caxias
Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges – bispo emérito de Viana

Vanessa Duarte, Raíssa Nogueira e Magna Roncati: aumenta a violência contra mulheres em SP

Número de mulheres assassinadas em SP sobe em dez anos, diz polícia

Na cidade de São Paulo, um dado novo intriga a polícia: enquanto o número de homicídios caiu 78% nos últimos dez anos, o assassinato de mulheres aumentou. A informação faz parte de um estudo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em 2000, 57 mulheres foram assassinadas na capital paulista. Em 2010, esse número chegou a 105.

A delegada Fabiana Sarmento de Sena, do DHPP, acredita que isso seja reflexo da emancipação feminina. “As mulheres conseguem trabalhar fora, sustentar a casa, sustentar os filhos, estudar. Isso, em alguns homens, causa rejeição”, diz.

Uma das últimas vítimas foi a jovem Vanessa Duarte, de 25 anos. No dia 12 de fevereiro, Vanessa saiu de casa para se encontrar com duas amigas e desapareceu. Vinte e quatro horas depois, ela foi encontrada morta com marcas de violência sexual, em um matagal próximo a uma estrada entre as cidades de Vargem Grande e Cotia, na Grande São Paulo. Um crime brutal e misterioso.

“Eu chegava no meu serviço, ligava o computador. A primeira coisa que eu ia fazer era dar bom dia para ela”, conta a irmã gêmea de Vanessa, Valéria.

Outra vítima é Magna Roncati, de 32 anos. Ela foi encontrada morta dentro de uma mala, na represa de Mairiporã, na Grande São Paulo. O crime aconteceu em janeiro.

“Ele foi infeliz porque a mala boiou, a mala subiu. Achamos o nome da vítima da mala e conseguimos identificar a vítima e a família. Foi aí que veio a primeira suspeita”, disse o delegado. O suspeito era namorado de Magna.

Nesta semana, ele foi preso dentro de um ônibus enquanto viajava de Fortaleza para São Paulo. Em depoimento à polícia, ele declarou ter matado a dançarina por legítima defesa, mas a família de Magna afirma que o rapaz era ciumento e agressivo.

“Ela apareceu aqui em casa, eu falei para ela que eu estava muito preocupada com ela e ela falou: ‘Por que essa preocupação? Porque eu tenho medo dele te matar”, relembra a mãe de Magna, Maria Aparecida Nascimento Soares.

O suspeito não agiu sozinho. Um amigo ajudou a transportar o corpo de Magna até a represa. Sem saber que estava sendo gravado, ele assumiu a participação no crime. Perguntado pelo delegado por ajudou, ele respondeu: “É que nem eu falei, ele já fez tanto favor, tantas coisas pra mim, que aconteceu, que na hora eu não neguei”, disse.

Dentro de casa
O levantamento da polícia de São Paulo aponta ainda um dado que assusta: a maioria dos crimes contra as mulheres acontece dentro de casa e o assassino é o companheiro.

Foi o que aconteceu com a nutricionista Raíssa Nogueira, de 31 anos. Em 2009, ela foi morta dentro de casa pelo marido. Eles estavam casados há sete anos e tinham uma filha.

“Parecia que estava tudo bem entre eles, assim, aparentemente, né? Acho que ele já estava preparando o crime”, contou a mãe de Raíssa, Juraci Aparecida Nogueira.

Segundo a polícia, o marido tinha uma amante e teria matado a mulher para ficar com o dinheiro do seguro de vida. “Ele falou: ‘Não, sogra, eu não vou me separar da Raíssa. Eu não vou me separar nem da outra nem da Raíssa. A Raíssa, só morta’”, relembrou a mãe.

Com 40 anos de profissão, o delegado Marco Antônio Desgualdo acredita que o estudo do DHPP possa indicar novos caminhos para proteger a mulher de tanta violência. A estratégia pode servir tanto para a cidade de São Paulo como para o Brasil.

“Isso faz com que a impulsividade seja controlada, porque, se ele tiver vontade de fazer, ele também tem que ter a consciência, mesmo diante do impulso, de que ele vai ser punido”, afirma o delegado.

As investigações sobre a morte de Vanessa Duarte continuam. A polícia já tem um suspeito e decretou a prisão preventiva dele. O homem teria agido com a ajuda de outra pessoa, que ainda não foi identificada.

Luis Anderlei de Oliveira era noivo de Vanessa. Nesta sexta-feira , ele cumpriu um triste compromisso. “Eu saí para cancelar bufê, igreja, essas coisas, porque não vai mais acontecer o que a gente tinha planejado”.

Como ele, as famílias de Raíssa e Magna não se conformam com tanta brutalidade. “Acabou com a minha família porque ele não matou só a minha filha, matou a mim também”, afirma Maria Aparecida Nascimento, mas de Magna.

“Quantas mães, quantos pais estão chorando porque perderam os seus filhos com requinte de crueldade? Isso tem que acabar!”, desabafa José Francisco Nogueira, pai de Raíssa.

Testemunhas de protestos falam em 'massacre' na Líbia

Novos episódios de violência contra manifestantes anti-governo em Benghazi, segunda maior cidade da Líbia, foram registrados neste domingo.

Testemunhas locais disseram que a cidade é palco de um "massacre" promovido pelas forças de segurança.

Segundo médicos de hospitais locais, mais de 200 pessoas teriam morrido e ao menos 900 ficaram feridos nos últimos dias.

A ONG internacional Human Rights Watch, que vem fazendo uma contabilização das vítimas dos protestos na Líbia, afirmou ter confirmado ao menos 173 mortes desde o início dos protestos, na quarta-feira.

Mas a própria organização reconheceu que a estimativa é conservadora e que o número total de mortos pode ser bem maior.

A restrição à presença de jornalistas estrangeiros e o bloqueio aos serviços de internet nos últimos dias torna difícil a confirmação independente dos números de vítimas.

Funerais
Novas mortes teriam ocorrido neste domingo, quando as pessoas que participavam de funerais de pessoas mortas na véspera teriam sido alvejados por tiros de metralhadoras e outros armamentos pesados.

Uma médica de Benghazi, identificada como Braikah, descreveu a situação na cidade como "um massacre" e descreveu à BBC como as vítimas foram levadas ao hospital Jala, onde ela trabalha.

"A maioria das vítimas tinha ferimentos a bala - 90% na cabeça, no pescoço e no peito, principalmente no coração", disse.

Segundo ela, o necrotério do hospital Jala tinha 208 corpos neste domingo, e outro hospital tinha outros 12. Porém não está claro quantos desses corpos são de vítimas da repressão aos protestos populares.

Benghazi tem concentrado os protestos contra o regime do coronel Muammar Gaddafi, no poder há quase 42 anos.

Protestos concentrados
A Líbia é um dos vários países árabes ou muçulmanos a enfrentar protestos pró-democracia desde os levantes populares que levaram à queda do presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro.

Desde então, os protestos populares também forçaram a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, no dia 11 de fevereiro.

Segundo o correspondente da BBC para o Oriente Médio Jon Leyne, os atuais protestos na Líbia são os maiores até hoje contra Gaddafi.

Apesar disso, eles parecem até agora estar concentrados na região leste do país, onde a popularidade do líder líbio é tradicionalmente mais baixa.

Até agora não foram registradas grandes manifestações contra o governo na capital do país, Trípoli.

18 de fevereiro de 2011

Carlos Amorim: PDT foi mal aquinhoado nas comissões

por Cláudio Brito

O deputado Carlinhos Amorim (PDT) disse, durante pronunciamento realizado na manhã desta quinta-feira (17), que seu partido foi discriminado na formação das comissões técnicas da Assembleia Legislativa.

Vice-líder do PDT na AL-MA, Carlinhos Amorim pede maior participação da sigla nas Comissões.
Foto: Reprodução
Para Amorim, apesar do partido ter protocolado algumas indicações na Mesa da Assembleia, pedindo a participação dos pedetistas nas comissões técnicas, seus correligionários foram mal aquinhoados.

Da mesma opinião compartilhou o deputado Marcelo Tavares (PSB). Segundo ele, durante o governo Jackson Lago (PDT) os governistas foram corteses com a oposição, que foi contemplada com a presidência de seis das 18 comissões técnicas da Casa.

Tavares entende que os pedetistas e os de sua bancada devem buscar a valorização da oposição, e “não cair nesse jogo fácil de permitir que sete membros das comissões o Governo comandem seis comissões e os oposicionistas apenas uma”.

Para a líder do PDT na Casa, deputada Graça Paz, a sigla realmente foi discriminada na formação das comissões. Ela lembra que apesar do assunto ter sido discutido em sucessivas reuniões, o partido acabou sendo mal aquinhoado nas comissões técnicas.

Acordo de lideranças
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), esclareceu que, como de praxe, a participação dos partidos nas comissões técnicas da Casa é resolvido depois de acordos firmados entre as lideranças.

“A presidência só interfere regimentalmente na formação das comissões, quando o partido não indica e extrapola o prazo. Isso não aconteceu. A composição das comissões foi acertada depois de acordo entre as lideranças”, afirmou Arnaldo.

O PDT tem quatro deputados na Assembleia: Graça Paz (líder), Carlinhos Amorim (vice-lider), Camilo Figueiredo e Valéria Macedo. Nenhum deles ocupou a presidência das comissões técnicas. Foram indicados apenas como membros titulares ou suplentes.

Expansão da base de Alcântara enfrenta impasse com quilombolas

Visão panorâmica do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Foto: Reprodução

A base de Alcântara, no norte do Maranhão, tem outro desafio além de fazer um lançamento bem-sucedido do foguete ucraniano Cyclone-4, previsto para 2012: os planos governamentais de expandir a base para projetos futuros esbarram nas comunidades de estimados 2 mil quilombolas que vivem na região.

Segundo Servulo de Jesus Moraes Borges, representante do Movimento dos Afetados pela Base de Alcântara (Mabe), o caso está em debate em uma câmara de conciliação, sem previsão de conclusão.

Se aprovados, os planos de expansão podem dobrar o tamanho da base, que atualmente tem cerca de 8,5 mil hectares.

Borges disse que seu movimento “não aceita o avanço dentro das áreas dos quilombolas, porque se criariam precedentes políticos”.

Segundo ele, os quilombolas ficam atualmente apenas com os “subempregos de pouca qualificação” oferecidos pela base.

– O projeto não beneficia a comunidade local, faltam investimentos em educação e em qualidade de vida.

O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Ganem, aposta no bom relacionamento com os quilombolas e afirmou que essas comunidades “deverão ser tratadas como clientes prioritários”.

– A população encontrou um colaborador no programa espacial brasileiro –, disse.

O previsão é de que o lançamento do foguete Cyclone-4, preparado em parceria entre Brasil e Ucrânia, ocorra com a base de Alcântara nas atuais dimensões.

Maranhão: nova fronteira agrícola do nordeste se destaca em grãos

por Renê Gardim

Uma nova fronteira agrícola brasileira conhecida como Matopiba, que compreende partes dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, vem se destacando no mercado de grãos do País. Na área, a agricultura, desenvolvida através de modernas técnicas de plantio, irrigação e colheita, já responde por 81% da produção de grãos dos quatro estados.

Na safra 2009/2010, os agricultores do Matopiba colheram 12,2 milhões de toneladas de grãos enquanto a produção total dos quatro estados ficou em 15 milhões de toneladas. A previsão para a safra atual é de crescer 17%.

15 de fevereiro de 2011

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA – AGO, 27 de março de 2011
COOMIGASP – COOPERATIVA DE MINERAÇÃO DOS GARIMPEIROS DE SERRA PELADA
CNPJ nº 05.023.221/0001-07 – NIRE nº 1540000057-4
EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA – AGO

Em face ao que preceitua os Artigos 5º, XI, 31, 32, caput, 33, 34, 35 e 45, do Estatuto Social vigente, aprovado na data de 29/03/2009, o Presidente da Coomigasp – Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, inscrita no CNPJ/MF sob o número 05.023.221/0001-07e NIRE nº 1540000057-4, legalmente constituída e estabelecida à rua do Comércio, 129 – Distrito de Serra Pelada, com sub-sede provisória na Av. Pará nº 120 – Centro – CEP 68.523-000, ambas em Curionópolis – Estado do Pará, vem CONVOCAR todos os associados da Coomigasp – Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, que estejam quites com seus deveres e obrigações estatutárias, para a ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA-AGO, que será realizada junto as instalações físicas da  Escola Estadual de Ensino Médio Governador Almir Gabriel, localizada à Rua Minas Gerais esquina com a Avenida Brasil, Centro – Curionópolis/Pará, no dia 27 de Março de 2011, às 7:00 horas em primeira convocação, com a presença de pelo menos 2/3 (dois terços) dos associados quites com suas obrigações estatutárias, ou às 8:00 horas em segunda convocação, com a presença de pelo menos metade mais um dos associados quites com suas obrigações estatutárias, ou às 9:00 horas em terceira e última convocação, com a presença de pelo menos 50 (cinqüenta) associados quites com suas obrigações estatutárias, em conformidade com o art. 31 e Parágrafo Único, Art. 35, do Estatuto Social Vigente da Coomigasp – Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia:
I - Prestação de contas dos órgãos de administração referente ao exercício 2010, acompanhado de parecer do Conselho Fiscal, compreendendo:
 a) Relatório de Gestão;
 b) Balanço Patrimonial
 c) Demonstração das Sobras ou Perdas do Exercício
 d) Destinação das Sobras ou Perdas
II – Eleição para os membros do Conselho Fiscal
III – Apresentação do aprovação do Quadro Social
IV – Autorização para contratação de Assessoria Jurídica para acompanhamento da  ação de execução conta a CEF
Em cumprimento ao disposto no artigo 34, “c” do Estatuto Social da entidade, o Presidente da COOMIGASP informa que o número de associados inscritos é de 45.570  ( Quarenta e Cinco Mil, Quinhentos e Setenta), sendo que até esta data, estão quites com as obrigações estatutárias 5.925 ( Cinco Mil Novecentos e Vinte e Cinco ) associados, sendo que poderão votar, adicionalmente, aqueles que comprovarem que estão quites com suas obrigações estatutárias ou que quitarem suas obrigações perante a Coomigasp – Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada, até a data da Assembléia Geral Ordinária.”
Serra Pelada/Curionópolis/PA, 14 de Fevereiro de 2011.

GESSÉ SIMÃO DE MELO
Presidente da COOMIGASP

13 de fevereiro de 2011

Revista ironiza Lobão e sugere que brasileiros
se acostumem com "interrupções" de energia

Segundo a The Economist, ministro "guarda" o termo apagão para um problema mais grave

A revista britânica The Economist ironizou declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, negando que o país tenha enfrentado novos apagões. Segundo a revista, "os brasileiros têm de se acostumar às 'interrupções temporárias' toda vez que ligarem o ar-condicionado".
Em sua edição que chegou às bancas nesta sexta-feira (11), a revista traz uma matéria sobre os recentes blecautes que deixaram oito Estados da região Nordeste sem energia na noite da quinta-feira (3) e na madrugada da sexta-feira (4).
A Economist cita a declaração feita pelo ministro negando que tenha havido um apagão na ocasião e dizendo que o problema se tratou de uma "interrupção temporária no fornecimento de energia".
Segundo a revista, Lobão evita falar em apagão, pois "prefere guardar a palavra para um problema muito mais grave: um grande e sustentado desequilíbrio entre o fornecimento de energia e a demanda".

A matéria lembra que isso ocorreu pela última vez entre 2001 e 2002, após décadas de crescimento no uso de energia e baixo investimento na área, seguidos de uma grave seca que baixou a capacidade das hidrelétricas. Na época, houve racionamento. Consumo
A Economist cita que o consumo de energia cresceu 7,8% em 2010 e que não deve haver um recuo nessa tendência, mesmo se a economia brasileira parar de avançar.
A revista afirma que os brasileiros não estariam dispostos a desligar da tomada suas recém-compradas geladeiras e máquinas de lavar - em uma referência ao crescimento do consumo no país.
Para lidar com esse cenário, o governo está planejando investir R$ 214 bilhões no setor, vindo tanto dos cofres públicos como da iniciativa privada.
Parte dessa verba se aplicaria em fontes alternativas de energia, como a eólica e a gerada por biomassa. No entanto, a maior parte do dinheiro será direcionada a novas hidrelétricas, como a polêmica Belo Monte.
Histórico
O Brasil, lembra a revista, teve 91 apagões em 2010, 48 a mais que em 2008, e que, em grandes cidades, cortes de energia localizados estão se tornando cada vez mais comuns.
Quatro dias depois, outro blecaute atingiu a região sul da cidade de São Paulo, afetando 2,5 milhões de pessoas, segundo dados citados pelo governo.

Votação do mínimo vira termômetro
para medir força de Dilma no Congresso

Planalto apressou votação, mas pode sofrer derrota no valor proposto de R$ 545

Diógenis Santos/Agência Câmara
Voto de cada deputado será exposto no painel da Câmara; governo saberá quem o apoia ou não
Diógenis Santos/Agência CâmaraA votação do salário mínimo na Câmara dos Deputados marcada para a próxima quarta-feira (16) deverá ser o primeiro teste de fogo do apoio que a presidente Dilma Rousseff tem na Casa. Embora tenha fechado questão em segurar o valor em R$ 545, propostas de aumento maior já vêm seduzindo membros da própria base aliada para chegar aos R$ 560.
Pelo lado do Planalto, o resultado da votação será útil na hora de distribuir, entre os partidos aliados, os tão desejados cargos de segundo escalão. As negociações já haviam sido suspensas no início do mandato para aguardar se haveria traições na eleição da Mesa Diretora.
O governo venceu com folga esse desafio e emplacou os nomes que queria no comando da Câmara. Agora, é a vez de testar de novo o apoio que tem na Casa.
Na primeira semana de trabalho efetivo da Câmara, a base de sustentação da presidente já conseguiu uma vitória: evitar que a discussão se arrastasse e agendar para logo a votação do projeto, que fixa o valor e formaliza a regra de reajuste.
Mas embora tenha conseguido apoio da oposição para dar rapidez, o governo ainda pode sofrer um revés.
Lançado pelo DEM e alas da oposição ligadas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), o aumento para R$ 560 já obteve concordância do PDT, que queria R$ 580. O PSDB, que repetia a proposta da campanha eleitoral por R$ 600, também deverá ceder e apoiar o valor menor.
O objetivo é juntar o maior número de votos para enfrentar o governo, que tem ampla maioria na Casa. Dos 513 deputados, 388 são de partidos da base aliada. A ideia da oposição, portanto, é atrair dissidentes em torno de uma proposta única.
Foi por esse motivo que PSDB, DEM, PPS aceitaram votar já a proposta, mas com a condição de antes discutirem o valor com o Ministério da Fazenda. As bancadas receberão o secretário-executivo da pasta, Nelson Barbosa, e haverá uma audiência aberta com o ministro Guido Mantega na terça-feira (15).
Mais que debater, o objetivo aí será desconstruir, publicamente e diante de aliados, os argumentos do governo, que não abre mão dos R$ 545 para não estourar gastos da Previdência. O Planejamento calcula que um aumento para R$ 600 geraria uma despesa extra de R$ 17,7 bilhões para os cofres da União, valor proibitivo em ano de aperto.
Os tucanos, porém, já fizeram a conta de onde arrumar o dinheiro. Na emenda que irão apresentar pelos R$ 600, calculam que a Previdência terá em 2011 uma receita maior: em vez de R$ 230,5 bilhões previstos pelo governo, seriam captados R$ 246,5 bilhões (R$ 16 bi a mais). Além disso, o próprio aumento traria arrecadação de outros R$ 5,6 bilhões em impostos da folha de pagamento de empregados e empregadores.
Outra fonte de revolta que pode atrair dissidentes é o corte previsto nas emendas parlamentares, despesas que deputados e senadores incluem no Orçamento para obras em suas regiões. O governo ainda não anunciou oficialmente, mas estima-se que dos R$ 21 bilhões aprovados no Congresso, R$ 18 bilhões sejam congelados por Dilma.
De seu lado, o Planalto também mostra suas armas. Alega, sobretudo, que todo o esforço deve ser feito para economizar. Não foi por outro motivo o anúncio antecipado, na última quarta (9), de um corte de R$ 50 bilhões do Orçamento. Outro argumento oficial é que um aumento no mínimo sufocaria os prefeitos, sejam de situação ou oposição.
Para melindrar aliados dispostos à traição, conseguiu ainda emplacar a votação nominal do projeto. Significa que, logo após a votação, ficará exposto no painel do plenário o voto de cada deputado. Assim, o Planalto saberá quem de fato está e quem não está com o governo.

Senado

Para finalmente valer, o novo salário mínimo ainda deverá passar pelo Senado. Se a proposta for votada na Câmara na quarta, a ideia do governo é colocá-la em pauta no dia seguinte entre os senadores. Lá, também com maioria tranquila (63 dos 81 senadores são aliados), o governo já articula apoio suficiente para segurar o valor em R$ 545.
Nesta última semana, porém, a surpresa veio do PMDB, principal aliado. Embora concordem com os R$ 545, alguns caciques chegaram a sugerir mudança na regra de reajuste. O líder do partido, Renan Calheiros (AL), propôs que o governo crie compensações para anos em que não houver ganho real no aumento, mas apenas reposição da inflação, como 2011.
Uma ideia é que os Estados desonerem impostos sobre alimentos para baixar os preços. Mas isso depende de acordo entre eles e de uma ajuda financeira da União para compensar os prejudicados. São discussões que ameaçam atrasar a aprovação.
Se houver qualquer alteração na Casa, o projeto tem que ser analisado de novo na Câmara. O apoio no Senado deverá ser o segundo teste de Dilma no Congresso.

Manifestantes voltam às ruas no Cairo; clima no local é tenso

Manifestantes discutem com soldados na praça Tahrir, no centro do Cairo Milhares de manifestantes estão se dirigindo à praça Tahri


Milhares de manifestantes se dirigem nesta manhã à praça Tahrir, no centro da capital do Egito, Cairo, para se unir às poucas centenas de pessoas que continuam acampadas no local e que o Exército até agora não conseguiu remover. De acordo com chefe do bureau de Oriente Médio da BBC, Paul Danahar, há vários dias o clima na praça Tahrir não era tão tenso. Houve empurra-empurra entre manifestantes e militares, que insistem em liberar a praça.


A praça Tahrir foi o principal foco dos protestos populares iniciados no dia 25 de janeiro, pedindo a saída do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Na última sexta-feira, depois de quase 20 dias de manifestações, Mubarak deixou o poder, após quase 30 anos. As pessoas que ficaram acampadas na praça dizem que só sairão quando o Comando Militar, que assumiu o poder no lugar de Mubarak, implementar reformas democráticas.
Segundo um correspondente da BBC no Cairo, os soldados que estão na praça parecem indecisos sobre como reagir ao crescente número de manifestantes que se dirige para a área. O editor de Oriente Médio da BBC afirma que um grupo bastante consistente de ativistas está localizado em um dos cantos da praça Tahrir, apesar das tentativas do Exército em remover as pessoas.
A grande maioria dos egípcios que havia montado acampamento no local já foi embora. Muitos tiveram a ajuda do Exército para desmontar suas barracas. Os veículos já trafegam com normalidade na praça, onde barricadas haviam sido erguidas durante os protestos. O Exército egípcio começou a retirar as barricadas dos acessos à praça nesse sábado, removendo carros queimados que serviam de barreiras.
Além disso, centenas de pessoas fizeram mutirões para limpar o local. As Forças Armadas mantêm tanques e veículos blindados nas ruas, principalmente em frente aos prédios do governo e de outras instalações importantes.

Dois apostadores dividem o prêmio da Mega-Sena

Confira as dezenas sorteadas pela Caixa Econômica Federal no concurso de número 1257 neste sábado


A Caixa Econômica Federal sorteou na noite deste sábado em Balneário Arroio do Silva, em Santa Catarina, as dezenas do concurso 1257 da Mega-Sena. Um apostador de Madalena, no Ceará, e outro do Rio de Janeiro vão dividir o prêmio de mais de R$ 52 milhões.
Os números sorteados foram02 - 15 - 26 - 27 - 30 - 52
A quina paga R$ 24.358,21 a 154 bilhetes. Outros 11.765 recebem R$ 455,48 por terem acertado a quadra.
Segundo a Caixa Econômica Federal, o valor estimado do prêmio é suficiente para comprar uma frota de mais de 2 mil carros populares ou 10 mil motocicletas de 125cc. Mas se o apostador quiser investir, aplicando o prêmio de R$ 52 milhões na poupança, ele receberia mensalmente cerca de R$ 310 mil em rendimentos.
Em outra possibilidade de investimento, o apostador premiado, poderia comprar quatro prédios inteiros, de 13 andares e quatro apartamentos por pavimento, considerando um imóvel de valor médio de R$ 250 mil.
A aposta mínima na Mega-Sena é de R$ 2,00 e pôde ser feita até as 19h deste sábado, em qualquer uma das 10,7 mil lotéricas do País.

7 de fevereiro de 2011

Incêndio na Cidade do Samba é controlado

Barracões da Portela, Grande Rio e União da Ilha foram atingidos pelas chamas



A quase um mês do Carnaval, incêndio de grandes proporções atingiu a Cidade do Samba, no Rio de Janeiro
Foto: Agência O GloboAmpliar
A quase um mês do Carnaval, incêndio de grandes proporções atingiu a Cidade do Samba, no Rio de Janeiro

Foi controlado por volta das 11h20 o incêndio que atingiu na manhã desta segunda-feira (7) a Cidade do Samba, no bairro da Gamboa, na zona portuária do Rio de Janeiro. Cerca de 120 bombeiros de sete quartéis estão no local e já realizam o trabalho de rescaldo. Trinta e nove viaturas da corporação dão suporte à ação.
Segundo o Corpo de Bombeiros, por volta das 7h15, quatro barracões foram atingidos pelas chamas, entre eles os das escolas de samba Portela, Grande Rio e União da Ilha. Ainda não há informações sobre o que teria ocasionado o incidente.
De acordo com o chefe de alegorias da União da Ilha, Bernard Basílio, o incêndio gerou um clima de pânico na Cidade do Samba. “Havia chegado ao barracão para trabalhar quando ouvi gritos alertando sobre o fogo. Não deu tempo de pensar em nada, só correr”, relatou.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, um homem, de 30 anos, proveniente do incêndio deu entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar. A vítima, cuja identidade não foi revelada, teria inalado muita fumaça, mas está lúcida. O homem ficará no hospital em observação.
Como as escolas utilizam materiais altamente inflamáveis em seus carros, esculturas e fantasias, como papelões, papéis e madeiras, as chamas se alastraram rapidamente e uma gigantesca nuvem negra cobriu a zona portuária do Rio, sendo vista de longe.
Segundo dirigentes da Liga das Escolas de Samba (Liesa), cada uma das agremiações investe todos os anos cerca de R$ 7 milhões para preparar o desfile do Carnaval. A maior parte desses recursos é investida nos carros alegóricos, esculturas e fantasias.
Ajuda
Apesar das perdas sofridas pelas escolas de samba a apenas um mês do Carnaval deste ano, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, assegurou que a prefeitura ajudará às associações a preparar todo o material para permitir que possam participar normalmente dos desfiles.
“Minha Portela, União da Ilha e Grande Rio terão todo respaldo da prefeitura para reconstruir o Carnaval e irão para a avenida”, postou Paes no twitter. “Prefeito do Rio não escolhe jurados e nem define regras do carnaval. No entanto, vai minha opinião: nenhuma escola deve cair em 2011”, opinou.
Paes esteve pela manhã na Cidade do Samba e afirmou que o complexo cultural começará a ser reconstruído ainda nesta semana.

Foto: AE Ampliar
Policial militar detém integrante da Portela por desacato à autoridade
Confusão
O presidente da Portela, Nilo Figueiredo, chegou à Cidade do Samba por volta das 10h, acompanhado de diretores e seguranças, mas foi barrado por policiais militares e bombeiros. A atitude deu início a um tumulto e discussão. Durante a confusão, um dos seguranças do presidente da Portela tentou agredir um PM, que deu voz de prisão ao agressor.
O segurança foi encaminhado à delegacia de polícia da região, acompanhado por um diretor. Após a confusão, Nilo Figueiredo pôde entrar na Cidade do Samba.
Entorno
Devido ao incêndio na Cidade do Samba, as ruas do entorno estão interditadas ao tráfego e há dezenas de curiosos no local. A área foi interditada pelo Corpo de Bombeiros e, segundo a corporação, há risco de desabamento.
Por conta do incidente, a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) bloqueou o acesso pelo Elevado da Perimetral, que fica ao lado da Cidade do Samba, para facilitar o trabalho dos Bombeiros. De acordo com a CET-Rio, por volta das 10h45, havia lentidão na região, por conta de motoristas que trafegavam com velocidade reduzida para observar o incêndio.
Embora ainda exista muita fumaça no local, as operações no aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, não sofreram reflexos. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a fumaça gerada pelo incêndio não causa problemas no trajeto das aeronaves que chegam ou deixam o terminal.
Histórico
Inaugurada em 2005, a Cidade do Samba está situada em uma área de 92 mil metros quadrados, equivalente a dez campos de futebol. O espaço reúne os barracões das 12 agremiações do Grupo Especial do Carnaval carioca, onde são feitas todas as alegorias para os desfiles na Marquês de Sapucaí. No local também estão dois barracões da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).

5 de fevereiro de 2011

Pedras, paus e xingamentos a Ronaldo marcam manhã corintiana

Véspera de clássico tem mais protestos no CT. Mais de 300 torcedores protestaram


Se a sexta-feira já foi tumultuada no CT corintiano do Parque Ecológico, a manhã de sábado foi aterrorizante. Mais de 300 torcedores organizados do clube se amontoaram na frente do centro de treinamento com faixas de protesto e bandeiras e por volta das 9h30, quando o ônibus dos jogadores chegou ao local, um cenário de guerra se instalou.

Os torcedores cercaram o ônibus, jogaram pedras, paus e tudo que encontravam pela frente no veículo corintiano. O efetivo policial, com oito carros e cerca de 50 policiais, não pareceu suficiente para segurar a horda de corintianos. Foram jogadas bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes que correram para os lotes vazios ao redor do CT. Na sexta-feira, com 30 torcedores, até a tropa de choque da polícia militar foi acionada. Eles não estiveram no CT neste sábado.



Muitos caíram e foram pisoteados. O ônibus corintiano partiu em alta velocidade para dentro do CT e por pouco não atropelou os torcedores. Assim que o ônibus entrou, os policiais fizeram um cordão de isolamento e jogaram mais bombas. O portão de entrada foi danificado.

Foram cerca de 10 minutos de muita tensão. Alguns jornalistas também sofreram com a bombas. Fotógrafos que estavam em cima de um carro de transmissão de emissora de TV também foram alvos da torcida que os atingiu com pedaços de bambu. A imprensa não foi liberada para acompanhar o treino da equipe.

A torcida só poupou três jogadores na manifestação: Júlio César, Alessandro e Jorge Henrique, que foi até o alambrado conversar com os manifestantes. Os três tiveram seus nomes gritados pelos torcedores. Com Ronaldo foi bem diferente. “Andrés, presta atenção, Ronaldo não é homem pra jogar no Coringão”, gritaram os torcedores. “Alô Ronaldo, vamos jogar, o Coringão não é o seu spa”.
Mas o grito que melhor sintetizou o atual momento corintiano tinha no terror seu lema. “Ôôô, ou joga por amor ou joga por terror”.
Por volta das 11h10 os torcedores atenderam a um pedido de um dos líderes do grupo que protestava e encerraram a manifestação. "Não adianta mais protestar hoje, vamos continuar o protesto amanhã durante o jogo".
Além de pedir o fim do protesto, o líder do grupo pediu que os demais torcedores não perdoassem qualquer deslize de conduta esportiva dos atletas.
"Se encontrar alguém na balada, todos os Gaviões têm o direito de pegar e fazer o que quiser com o cara", disse o líder dos torcedores.
 

Milena Toscano atropela dois funcionários da Rede Globo

A atriz se envolveu em acidente na manhã deste sábado (05) nas proximidades do Projac

 

A atriz Milena Toscano atropelou esta manhã (05) dois homens quando chegava à Central Globo de Produção, em Jacarepaguá. Leonardo Agripino de Lima e Claudio Willian Romão de Almeida foram socorridos imediatamente e levados ao hospital Lorenço Jorge, onde fizeram exames.
Já liberados, os operários da Rede Globo foram encaminhados ao hospital Miguel Couto para serem avaliados por um médico ortopedista. Milena esteve na 32º DP (Taquara), onde explicou que foi ofuscada pelo sol depois de fazer uma curva.
“Os dois estavam no meio da rua. Tomei um grande susto. Fiquei muito abalada. Minha grande preocupação agora é saber como estão o Claudio e o Leonardo”, disse a atriz - que não se feriu no acidente -  por meio de comunicado da emissora.


 

Foto: AgNews
O carro de Milena Toscano após o atropelamento de dois homens

4 de fevereiro de 2011

Polícia Federal ainda procura pelo prefeito de Barra do Corda

Além de Manoel Mariano, estão foragidos a esposa, Francisca, e João Magalhães, lobista do bando.
Roberta Gomes/ Imirante
SÃO LUÍS - A Polícia Federal ainda continua as buscas pelo prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, por sua esposa Francisca Teles de Sousa e por João Batista Magalhães, lobista da quadrilha, que tem mais nove pessoas, já presas pela PF na manhã desta quinta-feira (3). Segundo a polícia, eles estão nacionalmente cercados e conseguirão pegar nenhum avião.
Os nove presos pela PF já estão prestando depoimento e serão encaminhados para uma penitenciária de São Luís. São eles: Sandra Maria Teles de Sousa e Pedro Alberto Teles, filhos do Manoel Mariano, Iramar Araújo Medeiros, genro de Manoel Mariano, Janaína Maria Simões de Sousa, nora do Manoel Mariano, Moacir Mariano Silva, Luís Marques de Sousa, o "Luizinho da Cemar", Quintino Gomes da Silva, o "Peba", Gilson Silva Oliveira e José Alcimar da Silva, todos laranjas.
A organização criminosa estava sendo investigada pela Polícia Federal desde fevereiro de 2010, após análises de documentos e relatórios enviados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, que identificou movimentações atípicas e vultosas nas contas pessoais dos envolvidos e em bens pertecentes aos integrantes. Eles estão sendo acusados de lavagem de dinheiro. "Nós já temos muitas provas nos autos, que para mim, já são robustas e, o mais importante, para o desembargador elas são mais robustas ainda, porque ele concedeu a prisão de uma pessoa", afirmou o delegado Victor Mesquita, do Grupo de Repressão aos Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Superintendência Regional de Polícia Federal no Maranhão, responsável pela Operação Astiages.
Os policiais federais afirmam que a origem do dinheiro usado na lavagem é o desvio de recursos públicos, mas o desvio, especifico, ainda não foi investigado, pois a ação da PF no combate à lavagem independe do crime cometido antes.
Apreensões e bens
Desencadeada às 6h desta quinta-feira, a operação apreendeu duas caminhonetes Pajero, uma Hilux, dois Hondas City, um Honda CRV, seis caminhões-baú, 15 relógios de grifes, como Rolex, Mont Blanc, Bvlgari, entre outras, muitas joias, um helicóptero e um avião. Sem as joias, que ainda serão avaliadas, os bens apreendidos somam, aproximadamente, R$ 5 milhões. Somente pelo prefeito de Barra do Corda e mais outro integrante da organização, foram movimentados R$ 50 milhões nas contas pessoais
"Isso [a apreensão] representa 10% do valor movimentado nas contas dos integrantes da quadrilha, mas já é uma quantia que a gente consegue reverter para a sociedade. [...] Precisávamos agiar rápido para frear as ações da quadrilha, pois estava sendo um derramamento de dinheiro", comentou o delegado Mesquita.
O avião apreendido, segundo a PF, estava no nome de um laranja, cujas condições financeiras não podem justificar um bem com esse valor. "Essa pessoa não pode comprar nem uma bicicleta", disse o delegado. Essa aeronave e o helicóptero foram encontrados em um aeroporto particular de Paço do Lumiar.
Sobre os imóveis visitados durante o cumprimento dos mandados, vários em Barra do Corda e um em São Luís, o delegado Victor Mesquita reforçou que a estrutura interna das casas eram bastante luxuosas. Porém, ainda não pode ser estimado o valor que os imóveis têm. "Muitos bens estavam no nome dos laranjas e sendo utilizados pela família", revelou Victor Mesquita.
O superintendente em exercício da PF no Maranhão, o delegado Eugênio Ricas, informou que, depois dos depoimentos e defesa dos envolvidos, será pedido o perdimento dos bens, para revertê-los ao patrimônio público.
Da operação participam vinte policiais federais do Piauí, oitenta do Maranhão e oito policiais de Brasília (DF), que dão suporte na busca pelo prefeito Manoel Mariano e a esposa, que poderiam estar na capital federal.
Os trinta mandados - 12 de prisão e 18 de apreensão - foram concedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Após blecaute, energia elétrica é restabelecida no Nordeste

Falhas na subestação de energia Luiz Gonzaga, no município de Jatobá (PE), causaram o apagão

A energia elétrica foi restabelecida completamente, por volta das 6h desta sexta-feira, em toda a região Nordeste do País afetada por um apagão. As informações são da sala de operações do núcleo Norte/ Nordeste do Operador Nacional do Sistema (ONS), em Brasília. Os painés, segundo os agentes, não indicavam mais nenhuma área com problemas.
O blecaute, que aconteceu na madrugada desta sexta, deixou os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe às escuras. Piauí teria sido parcialmente atingido. O único que, segundo a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), não teria sido afetado pela pane foi o Maranhão.

Elevador Lacerda, um dos principais pontos turísticos da capital baiana, às escuras
Foto: AEAmpliar
Elevador Lacerda, um dos principais pontos turísticos da capital baiana, às escuras

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), falhas na subestação de energia Luiz Gonzaga, no município de Jatobá (PE), provocaram o apagão. Houve queda em uma linha de transmissão na região, que pertence à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).



De acordo com o diretor de operações da Chesf, Mozart Arnaud, um circuito eletrônico chamado cartela apresentou defeito e isso enviou um falso comando para desligamento do sistema. Como seis linhas de alta tensão passam pela subestação, o problema atingiu as usinas de Itaparica, Paulo Afonso e Xingó. "O problema foi isolado e já foi resolvido, e não há riscos de ocorrer novamente."
Com a queda da primeira linha, outras cinco também foram desativadas pelo sistema de proteção. Para evitar que se propagasse, o sistema desligou automaticamente o que estava em torno do problema inicial. Esta interrupção promoveu um efeito dominó. O problema, segundo a ONS, começou à 0h20 e a recomposição do sistema começou em torno de uma hora depois.
O presidente da Chesf, Dilton da Conti, diz ao iG que o restabelecimento de energia no Nordeste aconteceu "no menor tempo possível". "Em situações como essa não se liga seis máquinas de uma vez, mas uma de cada vez", afirmou Conti. "O entendimento da empresa é que a prioridade é o restabelecimento, que foi o possível no menor tempo possível."
No Rio Grande do Norte, último estado a ter a energia elétrica restabelecida, a energia começou a ser restabelecida apenas cerca de quatro horas após o episódio. Um grupo de trabalho vai analisar as causas do incidente na próxima terça-feira. Técnicos da Aneel, Eletrobrás, Chesf, ONS, entre outros representantes do setor devem se reunir no Rio.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirma que o governo está pesquisando os motivos que ocasionaram no blecaute. "Foi uma interrupção temporária causada por uma subestação, a de São Luiz Gonzaga. Foi prontamente estabelecida e agora estamos pesquisando as causas para tomar as devidas providências."
Incidentes e assaltos

Em Natal, ficou difícil dormir por causa do calor

Em Salvador, o serviço de emergência da Defesa Civil informou que recebeu inúmeras ligações sobre a queda de energia e muitas pessoas não conseguiam se comunicar com a Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) para esclarecimentos. “Está pior do que em dia de chuva”, afirmou um atendente da Defesa Civil à reportagem do iG.
A Polícia Militar do Estado não registrou um aumento de ocorrências na capital em razão da queda de energia, mas houve relatos não confirmados sobre a presença de suspeitos nas ruas, informação semelhante à obtida com a Defesa Civil, que comunicou testemunhos de "trombadinhas" no bairro do Garcia, na capital baiana.
Na região metropolitana de Olinda (PE), um grupo ateou fogo na avenida Presidente Kennedy, uma das mais movimentadas da cidade. De acordo com o major Ricardo Sentes, gerente adjunto do Centro de Operações da Secretaria de Defesa Social, foram registradas ocorrências isoladas de vandalismo e tentativas de assalto.
Também foi registrada uma "inquietação" nos presídios, o que demandou um reforço policial ns arredores destes centros prisionais. Segundo Sentes, o comportamento foi provocado sobretudo pelo calor dentro das celas, que necessitam de ventiladores para aplacar as altas tempraturas.

Foto: Futura Press
Bairros de Salvador e cidades do interior da Bahia ficaram sem energia

Redes sociais
Pelo Twitter, serviço de redes sociais da web, o termo "apagão" rapidamente tomou conta das mensagens e por volta da 1h (horário de Brasília) desta sexta-feira já constava na lista mundial de termos mais citados.
Por meio de seu perfil, o deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto, do DEM-BA, cobrou um posicionamento do governo federal sobre o incidente. "Esperamos que a presidente Dilma Rousseff e o Ministério de Minas e Energia expliquem imediatamente à população o que está acontecendo. Os brasileiros não podem pagar o pato por problemas técnicos ou falta de capacidade daqueles que geram o nosso sistema energético."