27 de julho de 2011

Medidas do governo estancam queda do dólar

Moeda dos EUA finalmente subiu, após seis dias de baixa, com anúncio de Mantega. Alta foi de 1,35%, para R$ 1,5595

iG São Paulo | 27/07/2011
O governo federal conseguiu estancar uma seqüência de seis quedas seguidas do dólar com o anúncio de uma nova medida cambial nesta manhã. Regaindo às novidades, o dólar comercial fechou com valorização de 1,35%, cotado em R$ 1,5595 na venda. É a maior valorização diária desde 29 de junho de 2010, de 1,57%.
Guido Mantega, Ministro da Fazenda, destacou que as medidas cambiais visam dar mais transparência ao mercado de derivativos, obrigando as operações chamadas de balcão a serem registradas. "A maioria (dessas operações) é feita no balcão... agora estamos obrigando o registro dessas operações de derivativos que são feitas fora da BM&F e da Cetip. Isso dará maior transparência ao volume de derivativos que está sendo montado", disse.
Um trader que preferiu não se identificar explicou que este é o primeiro conjunto de medidas cambiais que "fazem sentido", por conta de seu provável efeito na cotação do dólar. "No longo prazo, a tendência para a moeda americana continuará sendo de queda. As medidas surtirão efeito no curto prazo, mas, desta vez, é um curto prazo mais duradouro", diz, ao fazer uma comparação com as regras adotadas anteriormente.
Para esse trader, o que o país tinha, até então, era um controle parcial do câmbio que não estava funcionando, principalmente porque os investidores estavam encontrando meios para burlar as medidas que visavam conter a alta do real. "Ou o governo deixava o câmbio livre mesmo ou estabelecia um controle mais efetivo, o que foi feito hoje", afirma.
O novo arsenal do governo inclui taxação de 1% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aquisição, venda ou vencimento de derivativos cambiais que resultem no aumento da exposição vendida das instituições financeiras em relação ao dia anterior.
Outra medida que chamou a atenção do mercado concede poderes ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para regulamentar o mercado de derivativos. Essas regras podem diminuir o nível de alavancagem dos investidores e dificultar a realização de operações de hedge. Na opinião do especialista consultado, entretanto, o governo fez isso de maneira "relativamente suave" porque não alterou o estoque atual de posições vendidas das instituições.
"A questão é que, a partir de agora, os operadores precisarão ficar mais atentos para, no fim do dia, zerar as posições, para não ter uma posição líquida vendida superior ao dia anterior. Todo mundo terá que operar com muito cuidado", diz.
"As regras anteriores geravam pressão sobre o mercado de pronto, principalmente a restrição na posição vendida dos bancos", opina. As novas medidas irão afetar o investidor estrangeiro que vende dólar futuro no Brasil.

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