13 de março de 2012

Afeganistão quer que americano autor de massacre seja julgado no país

O militar é acusado pela morte de 16 civis no fim de semana, entre elas 9 crianças. Otan diz que ação na província de Kandahar foi isolada.


O Parlamento do Afeganistão exigiu nesta segunda-feira (12) que um militar americano, que matou 16 civis no fim de semana, seja julgado em um tribunal do país.
Três casas perto de uma base dos Estados Unidos foram invadidas. Entre os 16 mortos, há 9 crianças. O sargento americano acusado pelo massacre é casado, tem 38 anos e dois filhos. O nome dele não foi revelado.
A Otan, a Aliança Militar do Ocidente, afirmou que a ação na província de Kandahar foi isolada, mas algumas testemunhas disseram que o atirador não teria agido sozinho.
O Exército americano informou que o sargento acusado lutou também no Iraque e chegou ao Afeganistão em dezembro, vindo de uma base do estado de Washington, chamada Fort Lewis. A mesma de onde saiu outro militar, condenado em novembro, por ter liderado um grupo que assassinou três civis no Afeganistão. A base em Washington já vinha sendo criticada pela imprensa por não dar tratamento adequado a soldados com estresse pós-traumático.
Nesta segunda, o Parlamento afegão exigiu que o sargento responsável pelo massacre seja julgado publicamente em um tribunal do país. O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, disse que a ação foi intencional e imperdoável.
O presidente Barack Obama ligou para Hamid Karzai e prometeu apuração rápida dos fatos. A Casa Branca disse que o incidente não deve alterar os planos de retirada das tropas do Afeganistão, prevista para 2014. Mas o ataque deve tornar ainda mais difícil a presença dos soldados americanos no país.
No mês passado, a queima de exemplares do livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão, na maior base dos Estados Unidos no Afeganistão, provocou protestos que causaram a morte de mais de 30 pessoas. Em janeiro, um vídeo divulgado na internet mostrou quatro soldados americanos urinando sobre os corpos de combatentes afegãos.
Nesta segunda, o grupo talibã prometeu vingar as mortes do fim de semana. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton , reconheceu que os Estados Unidos têm vivido semanas muito complicadas no Afeganistão. Chamou a matança em Kandahar de inexplicável e prometeu levar à justiça qualquer um que seja responsável pelo crime.

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