PACTO PELA APROVAÇÃO DA APOSENTADORIA DOS GARIMPEIROS FEITO DURANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA
Publicado em 28/03/2012/quarta-feira.
Diante
de mais de 300 garimpeiros que lotaram dois plenários do anexo III da
Câmara dos Deputados durante a manhã de ontem para acompanhar a
audiência publica que debateu o mérito da PEC 405, os deputados
Wandenkolk Gonçalves (PSDB-PA), presidente da Comissão Especial , o
relator da matéria, Marçal Filho (PMDB-MS) e os dirigentes das entidades
garimpeiras selaram um pacto de compromisso em fazer aprovar o direito
da aposentadoria da categoria a ser anunciado no dia 21 de julho, Dia
Nacional do Garimpeiro.
Para Wandenkolk Gonçalves o Congresso
Nacional não tem como não reconhecer esse direito, ora debatido, sob os
fortes argumentos defendidos pelo presidente da Agasp Brasil, Toni
Duarte, pelo presidente da Coomigasp, Gesse Simão e pelo presidente do
Singasp, Raimundo Benigno que atuaram como debatedores convidados pela
comissão especial ao lado de outras autoridades e técnicos ligados ao
setor previdenciário brasileiro. “Vocês não estão falando de que o
Congresso Nacional tenha que dar o direito de aposentadoria. O que vocês
estão exigindo como bem definiu o presidente da Agasp, Toni Duarte, é
que o Congresso Nacional devolva o direito da aposentadoria dos
garimpeiros que foi usurpado em 1992 por Collor de Melo”, disse o
presidente Wandenkolk.
ERROS DO PASSADO TERÃO QUE SER CORRIDOS: DIZ RELATOR
Empolgado pela grande massa garimpeira
presente o relator Marçal Filho disse que a pressão exercida pela
categoria nesta primeira audiência publica, levará o Congresso Nacional
composto pela Câmara e pelo Senado a rever os erros do passado cometido
de forma injusta contra uma categoria atualmente muito organizada.
“Admiro todos vocês pelo direito dos quais vocês brigam e defendem”,
afirmou o deputado Marçal Filho. Ele disse ainda que a aprovação da
proposta depende de um diálogo com as equipes previdenciária e econômica
do Executivo e que trabalhará duro junto com Wandenkolk Gonçalves e
todos os membros da comissão no sentido de construir uma forte base de
convencimento pela aprovação da matéria. “A aprovação da PEC na comissão
especial não será muito complicada, mas sim a inclusão da proposta na
pauta do Plenário. A partir do momento que a matéria entrar na pauta do
Plenário vai ser unânime a sua aprovação. Mas a dificuldade é incluir na
pauta, os lideres garimpeiros terão que pressionar para que isto
aconteça o mais rápido possível”, disse.
CONTRIBUIÇÃO GARIMPEIRA
O relator Marçal Filho destacou a
importância do documento distribuído aos deputados durante a audiência
publica denominado “Memorial Agasp pela Aposentadoria”. O rol de
justificativas formuladas pela Agasp, segundo ele, irá contribuir para
que todos possam exercer um juízo de valor e tentar concertar o erro do
passado cometido pela Lei nº 8.398, de 07 de janeiro de 1992. No
documento, a Agasp Brasil argumenta que o garimpeiro foi injustamente
excluído do rol dos segurados especiais do sistema previdenciário
brasileiro, mediante uma justificativa que não encontra amparo nos
princípios de política econômica e, muito menos, social. “O dispositivo
que excluiu os garimpeiros esteve durante quase 7 (sete) anos em total
desacordo com a Carta Magna, amparada, somente muito tempo depois, pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, vindo dessa
forma corrigir essa inconstitucionalidade, quando a Constituição
Federal passou a disciplinar um novo rol de beneficiários, sem constar,
lamentavelmente, os garimpeiros”, aponta o documento.
INFLAMADOS DISCURSOS
Com um discurso inflamado o presidente
da Agasp Brasil, Toni Duarte, criticou o fato de o Congresso Nacional
ter referendado o ato usurpador cometido pelo governo federal da época.
“O que impressiona nessa decisão tão prejudicial ao seguimento dos
garimpeiros é como um argumento tão frio e inconsistente tenha
prevalecido para retirar dessa classe de trabalhadores um direito tão
fundamental à sua segurança previdenciária. Está claro que com essa
medida, que coincidiu com o também danoso fechamento do garimpo de Serra
Pelada, o governo Collor e o Congresso Nacional demonstraram uma grande
insensibilidade com essa classe sofrida de trabalhadores brasileiros”,
argumentou Toni Duarte. O dirigente afirmou ainda que a categoria não
aceita que um argumento tão frágil, incoerente e descabido permaneça
negando ao garimpeiro um direito tão fundamental à sua segurança na
velhice. “Dessa forma, a PEC 405, de 2009, significa uma benéfica
oportunidade de se reparar uma das maiores injustiças já praticadas
neste país, devolvendo aos garimpeiros a sua condição de segurado
especial, ao lado dos trabalhadores rurais e pescadores, como foi à
vontade política dos constituintes de 88” apontou o dirigente
garimpeiro.
GESSE SIMÃO
O presidente da Coomigasp Gesse Simão
apontou aos deputados que entre os garimpeiros remanescentes de Serra
Pelada há 35 mil trabalhadores com direito de aposentar. “As entidades
estão unidas e o governo terá por obrigação reconhecer esse direito que é
nosso e nos foi roubado”, afirmou. Ele lembrou a saga dos garimpeiros
que tiveram que trabalhar duro na Serra para ajudar o erário publico
brasileiro e de lá saíram sem nada em 1992. “Senhores deputados a
categoria garimpeira hoje aqui presente veio para pedir uma única chance
de ter o direito de se aposentar”, pediu Gesse.
RAIMUNDO BENIGNO
Raimundo Benigno fez questão de
registrar a atuação do Singasp ainda em 1988, ao contribuir para que os
garimpeiros, não somente os de Serra Pelada, mas de todo o país,
estivessem com seus direitos assegurados na Constituição Federal.
Benigno apontou o tamanho sacrifício enfrentando pelos garimpeiros que
encontra o bem mineral, que contribui com a Nação, e, no entanto,
continuam sendo por ela discriminados ao longo dos anos. “Porem estamos
diante de deputados renomados e com muita experiência na questão de
aposentadorias alem de sensíveis aos interesses dos garimpeiros o que
nos dar a certeza de que vamos vencer essa batalha”, afirmou Benigno.
O QUE DIZ A PEC
A PEC 405/09, de autoria do deputado
Cleber Verde (PRB-MA), reenquadra garimpeiros e pequenos mineradores no
Regime Geral da Previdência Social ao lado de produtores rurais,
parceiros, meeiros e pescadores artesanais. Para ter direito à
aposentadoria, os garimpeiros e pequenos mineradores devem exercer suas
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, e
contribuir para a seguridade social com 2,1% sobre o resultado da
comercialização da produção. A comissão especial foi instalada no último
dia 7 de março. A PEC precisa ser votada na comissão especial para
depois passar por dois turnos de votação no Plenário da Câmara e seguir
para o Senado.
MARTÍRIO
O pequeno vídeo de 6 minutos produzidos
pela Agasp Brasil cousou um enorme efeito mexendo com a sensibilidade
dos deputados presentes. Sob o fundo musical da “Marcha Fúnebre Mater
Dolorosa de Guatemala”, o vídeo sem comentários ou narração, revela
imagens de sofrimentos e dor de milhares de cidadãos brasileiros, os
quais foram submetidos por duas décadas ao trabalho escravo e muitas
humilhações no enorme campo de concentração que foi o ex-garimpo de
Serra Pelada administrado pelo estado policialesco da época. Uma verdade
difícil de esconder o quanto o Estado Brasileiro foi perverso com esse
seguimento trabalhador. Cerca de 700 copias do vídeo foram produzidas e
serão distribuídas para todos os 513 deputados e 81 senadores.
PAULO HIGINO EM BRASÍLIA
O vereador Paulo Higino foi o único dos 9
edis a participar da concorrida audiência publica sobre a PEC da
Aposentadoria dos Garimpeiros , realizada ontem na Câmara dos Deputados.
Higino acompanhou as baterias de reuniões de várias cooperativas do
Distrito Mineiro de Serra Pelada no sábado e no domingo, quando o tema
foi profundamente debatido pelas lideranças garimpeiras. Como político
bem articulado com todos os segmentos sociais do município de
Curionópolis, e, em especial, dentro da comunidade garimpeira de Serra
Pelada, Paulo Higino não somente participou da audiência publica como
buscou ajuda dentro do seu partido na Câmara e no Senado para que o
sagrado direito de aposentadoria dos garimpeiros seja aprovado.
PRESSÃO GARIMPEIRA
A participação de quase 200 garimpeiros
de Goiânia, Anápolis e região, somados aos 250 garimpeiros de Brasília e
cidades do Entorno que ocuparam dois plenários da Câmara, foi
fundamental para que os parlamentares, membros da comissão especial da
PEC da Aposentadoria, sentisse que estava diante de uma categoria
organizada politicamente e decidida e brigar pelos seus direitos dentro
do Congresso Nacional. O líder garimpeiro Vicente Correia de Goiânia e
Luiz de Anápolis prestaram um relevante serviço a causa. Ambos
conseguiram convencer duas centenas de pessoas a participarem de uma
reunião em um dia de terça-feira em Brasília distante 200 quilômetros de
Goiânia o que não é fácil. Importante ação também foi feita pelos
líderes garimpeiros Manoel, Raimundo Ramalho e Chico Pesão, todos
ligados a direção nacional da Agasp Brasil. A eles o profundo
agradecimento dos garimpeiros de todo o país, e, em especial, os de
Serra Pelada .
Fonte: AgaspBrasil
O TAC remédio e veneno de Serra Pelada
ResponderExcluirO TAC firmado entre o Ministério Público do Pará e a Coomigasp remetem o operoso e Digníssimo Promotor de Justiça Dr. Helio Rubens à condição de tutor da cooperativa e principal mantenedor do ordenamento que representam os Estatutos e o Regulamento Interno, norte incontestável e inarredável de qualquer ação que alí não encontre o devido respaldo.
Por tais motivos, constituiu surpresa entre o povo garimpeiro a postagem no site da Coomigasp onde informa a contratação do Grupo Work como parte do previsto no TAC para o enfrentamento dos graves problemas administrativos hoje constatados dentro da diretoria da cooperativa.
Nada temos contra ou duvidamos do Grupo Work. Somos contra fatos que usurpam e ignoram dispositivos legais e ausentes de elementos de memória que esqueceram por completo o princípio primeiro do TAC que é a transparência.
A Coomigasp e a Colossus não respondem a perguntas simples a quem de direito, os garimpeiros, e assim continuam a não fazer. Entretanto passam a responsabilidade da administração da cooperativa, que é dos garimpeiros, para uma empresa e somente anunciam o feito após o sacramentado. Nos perdoe o Digníssimo Dr. Hélio Rubens, mas a responsabilidade do anúncio aos 38.000 trinta e oito mil garimpeiros sócios da Coomigasp acreditamos, seria de Vossa Excelência pelo que lhe confere o TAC e o amparo legal da Justiça e dos Estatutos e Regulamentos da Cooperativa.
Portanto saiba o Digníssimo Dr. Helio Rubens, que respeitosamente estamos todos na expectativa e no aguardo de sabias decisões que nos informe e conduza pelos caminhos da ordem, do direito e da justiça pois sabemos todos da reinante carência de confiânça na cooperativa.
PEDRO PAULO DELFINO
Obs. Pedro Paulo Delfino não pertence a nenhuma das chamadas redes sociais tais como facebook, orkut, twitter e outros similares.