5 de março de 2012

COLOSSUS FAZ PROPOSTA INDECENTE AOS GARIMPEIROS NA REUNIÃO DO MME.

COLOSSUS FAZ PROPOSTA INDECENTE AOS GARIMPEIROS NA REUNIÃO DO MME.

O presidente da Coomigasp, Gesse Simão, e o secretário de Geologia e Transformação Mineral,
Claudio Scliar, recusaram, prontamente, a descabida e indecente proposta oferecida pela Colossus,
em pagar os 25% que pertencem aos 38 mil garimpeiros em cima de apenas 51 toneladas de ouro,
dados pesquisados a três anos passados, apresentados no Plano de Aproveitamento Econômico.
 “Nós temos é dez vezes mais do que isso”, reagiu Gesse.
A reunião iniciou às 14 horas, no quarto andar do Ministério de Minas e Energia, sob o
comando do secretário de Geologia e Transformação Mineral, Claudio Scliar, cumprindo a
determinação do ministro Edison Lobão, que atendeu aos pedidos da Agasp Brasil. A Agasp Brasil,
entidade nacional dos garimpeiros de Serra Pelada, exige uma data certa para o inicio da produção
da mina em 2012; caso não consiga concluir a implantação este ano, que a Colossus então
 pague uma antecipação social aos sócios da cooperativa no montante de 25% dos 900 milhões
de dólares captados nos últimos cinco anos na Bolsa de Valores de Toronto. É necessário que
a Colossus deixe de esconder dos garimpeiros o real tamanho do depósito mineral da mina de Serra
 Pelada e que, finalmente, seja instituída pelo próprio Ministério de Minas e Energia uma Comissão
 de Fiscalização e Controle da Mina, tendo em vista que só a Colossus tem acesso 24 horas a tudo.
O diretor executivo e de operações Paulo de Tarso Serpa Fagundes se apresentou ao lado do
 advogado Daniel Vilas Boas e colocou à disposição de Claudio Scliar uma maçaroca de papéis que
 não tem nada a ver com aquilo que seria o assunto mais importante da pauta, ou seja, os dados que
 apontam o tamanho presumido do depósito mineral pesquisado até agora. Os papéis, segundo o
 próprio Paulo, era a demonstração de que estavam cumprindo o TAC (Termo de Acordo e
 Compromisso), documento condicionante para a validade da portaria de lavra e que serve
ainda para defender os direitos da Coomigasp dentro da parceria .
CADÊ A RESERVA MINERAL?
Direto ao ponto, tanto Gesse como o secretario Scliar cobraram da Colossus a apresentação
da reserva mineral antes de fazer qualquer proposta de compra da parte que cabe aos garimpeiros.
 Será comprada em cima de quê? Uma nova reunião será convocada nos próximos 30 dias para
que isso seja definido. Ainda que a Colossus apresente 300 ou mesmo 500 toneladas de ouro na
 área dos 100 hectares, os garimpeiros não acreditarão mais. Pelos menos esse é o atual
 clima de desconfiança que obrigará o próprio governo a desconfiar também. Tudo que for apresentado
 pela Colossus será preciso ser analisado e investigado novamente. Esse é o entendimento do Ministério
 de Minas e Energia e do próprio presidente da Coomigasp, Gesse Simão de Melo. Os garimpeiros
 se recusam a fazer qualquer negócio sobre a jazida de Serra Pelada sem antes saber através de
 uma minuciosa auditagem geológica se o que os gringos estão apresentando é de fato o tamanho
 real da mina.
DINHEIRO PARA OS GARIMPEIROS
O assunto sobre o pagamento de uma antecipação social aos 38 mil garimpeiros da cooperativa
 ficou para ser mais aprofundado na próxima reunião entre governo, Colossus e Coomigasp. Paulo de
 Tarso não deu nenhuma garantia de que a mina entrará em produção ainda este ano. Ficou a meio termo.
 Ele chegou a confirmar aquilo que a Agasp já desconfiava, ou seja, que essa previsão da empresa
estava empurrando para 2013. O diretor Paulo de Tarso disse que irá consultar os seus técnicos
 que trabalham na construção da mina se é possível concluir tudo ainda este ano. Deixou dúvidas.
Gesse Simão incorporou a mesma proposta defendida desde o ano passado pela Agasp, de que a
 Colossus, se não colocar a mina para funcionar conforme foi prometido, ela terá que desembolsar
 dinheiro para uma antecipação aos garimpeiros. E não é pouco dinheiro dado ao grande número de
sócios que tem a Coomigasp. Gesse disse ainda que está é do lado dos garimpeiros e não poderá
 ficar do lado de uma empresa que esconde, até hoje, o verdadeiro tamanho do depósito mineral de
 Serra Pelada. "Não era preciso nada disso se tudo fosse transparente", afirmou o presidente da
Coomigasp. Ele espera que Paulo de Tarso melhore a sua relação com o povo garimpeiro,
 principal condicionante para que a parceria com a Coomigasp sobreviva. Jairo Leite, que também
participou da reunião, afirmou que a Colossus não pode colocar a confiança conquistada no inicio do
 projeto de desenvolvimento de Serra Pelada na lata do lixo. "Se eles quiserem continuar bem, terão
 que respeitar os compromissos da parceria", afirmou Jairo.
QUEM QUER IMPLANTAR MINA NÃO DEMITE
Desde maio do ano passado, com o inicio da entrada do engenheiro Paulo de Tarso para
comandar a implantação da mina de Serra Pelada, que os trabalhos sofrem um o processo de
desaceleração total. Até o moinho que custou 1 milhão de reais e que foi motivo de festa na chegada
 a Serra Pelada encontra-se jogado no canto. Dos mais de 600 funcionários que formigavam no
canteiro de obras da mina, mais da metade foi mandada embora. A maioria cortada era de
 trabalhadores e cidadãos da própria comunidade de Serra Pelada. A Associação das Mulheres
de Serra Pelada, que antes tomava conta da cozinha, foi também dispensada. Foi um duro golpe para
 as mais de 20 mulheres que trabalhavam satisfeitas e se sentido dignificadas por serem incluídas ao
mercado de trabalho.
A COLOSUS FALIU A FAVORITA
O novo manda-chuva da empresa optou pela terceirização dos serviços ao contratar o
restaurante “Favorita”. O proprietário fez investimentos para atender às exigências feitas pelo novo
 chefe da SPCDM. O final dessa história foi trágico. O restaurante tido como um dos
melhores de Curionópolis quebrou e abriu falência. A Colossus deve ao proprietário R$ 1 milhão
e 480 mil reais e mandou no inicio de janeiro passado que ele procurasse os seus direitos na justiça.
Sem dinheiro, o dono do restaurante está vendendo a própria casa e outros imóveis para pagar
 as suas dividas.
CALOTE NA PRAÇA
Mais quem vai ao cartório do único oficio da comarca de Curionópolis pode se deparar com uma
 penca de títulos protestados da Colossus. São dívidas feitas e não pagas. A grande maioria é de
 prestadores de serviços que atuam no município. A Associação Comercial e a Câmara de
 Vereadores de Curionópolis estão preocupadas com a situação e não concordam com o
 calote que a empresa canadense vem dando na praça, vez que Curionópolis é um município
 que sobrevive da mineração.
VEREADORES COM LOBÃO
Na sessão de ontem da Câmara Municipal de Curionópolis, os vereadores decidiram apresentar
 uma moção de repúdio contra Paulo de Tarso e decidiram ainda criar uma comissão que virá a
Brasília na próxima semana para uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Vêm a Brasília para reclamar dos malfeitos de uma empresa que não respeita a comunidade e que
acha que a mina de Serra Pelada encontra-se geograficamente no território canadense.
EM TEMPO
Se a Colossus continuar dessa forma, os garimpeiros de Serra Pelada podem rever se faz ou não
um contrato sobre a área dos 700 hectares que será repassada integralmente para os garimpeiros
 pelo Ministério de Minas e Energia.
MODIFICA-SE OU PEDE PRA SAIR , PAULO!
Para Toni Duarte, presidente da Agasp Brasil, o diretor executivo da SPCDM, Paulo de Tarso,
continua a tratar os garimpeiros de Serra Pelada como se fossem nada, dentro de um projeto que
 ajudaram a construir nestes últimos cinco anos, que separam o contrato de parceria ao inicio da
implantação de uma mina. Chega ao ponto de subestimar até mesmo o próprio governo quando
 esconde dados que deveriam ser transparentes como os que revelam o real tamanho do depósito
 mineral pesquisado na área dos 100 hectares da Coomigasp. O ministro de Minas e Energia, Edison
 Lobão, que luta e defende há mais de 30 anos os garimpeiros de Serra Pelada, já demonstrou
 indignação contra o grupo canadense e determinou que o secretário de Geologia e Transformação
 Mineral, Claudio Scliar, passe, daqui por diante, a acompanhar a parceria Coomigasp e Colossus
 mais de perto, no sentido de que os garimpeiros tenham as informações corretas sobre o empreendimento.
É sabido que a diretoria internacional da Colossus anda preocupada com a administração feita por
 Paulo de Tarso, num momento em que a empresa deseja se expandir em todo o Distrito Mineiro
 de Serra Pelada. Além da Coomigasp, a Colossus fechou recentemente contrato de parceria com
a Coomic, através de sua subsidiaria Grifo Geologia, e conversa ainda para formar parcerias com
 mais seis cooperativas da região. Paulo de Tarso Serpa Fagundes parece disposto a acabar com
a empresa em que serve, caso continue achando que garimpeiro não é nada. Esquece que os
 garimpeiros sócios da Coomigasp são também sócios de todas as outras cooperativas. E não são
 apenas os garimpeiros de Serra Pelada que já começam a ficar nervosos e raivosos com tudo
 isso. O mesmo nervosismo misturado com ira também já afeta as ricas velhinhas e as viúvas de
 Toronto que investiram com grana em um projeto que pode desabar. A culpa, a máxima culpa
 de quem é? Nem precisa de resposta...

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