A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, estavam nos planos de alguns dos envolvidos no esquema que usou empresas falsas para desviar dinheiro em convênio com o Ministério do Turismo, que culminou na prisão de 36 pessoas na última terça-feira, durante a Operação Voucher da Polícia Federal (PF). A informação está nas páginas da Folha de S.Paulo nesta sexta-feira.

Segundo a reportagem, o esquema planejava fraudar e lucrar com os programas de capacitação do governo para as duas maiores competições esportivos do mundo, que acontecerão no Brasil nos próximos anos. No total, o ministério espera investir R$ 257 milhões e treinar 230 mil pessoas para receber turistas durante o Mundial no Brasil.

Ao determinar a prisão dos acusados, o juiz federal Anselmo Gonçalves da Silva disse que a Copa do Mundo iria "potencializar as fraudes" no programa de capacitação do governo. Segundo a PF, esse foi o canal utilizado pelos envolvidos para simular treinamentos e desviar dinheiro.

"Fica evidente que as ações são reiteradas, sendo certo que a proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas, com forte repercussão na área do turismo, poderia redundar na potencialização dessas fraudes", escreveu o juiz na justificativa para o pedido de prisão preventiva aos acusados.