Saiba mais sobre o grupo de elite que matou Osama Bin Laden
Treinamento recebido pelos seals, da Marinha americana, é considerado o mais pesado de quaisquer forças do mundo
Os homens designados para capturar ou matar Osama Bin Laden são parte
de uma lendária unidade de forças especiais da Marinha dos Estados
Unidos, os seals. Mas quem são eles?
A ação levou anos para ser planejada, mas foi executada em apenas 40
minutos. Mais de dez membros das forças americanas foram deixados perto
da casa de três andares e muros altos nos arredores de Abbottabad, no
noroeste do Paquistão.
Foto: AP
Seals da Marinha fazem treinamento em Fort Piece, na Flórida (7/11/2009)
Depois de um breve tiroteio, cinco pessoas foram mortas, incluindo Osama
Bin Laden, que segundo relatos levou um tiro abaixo de seu olho
esquerdo. Todos os soldados americanos escaparam ilesos, apesar de
problemas técnicos com um helicóptero, que foi deixado para trás.
E a despeito dos perigos, coletaram computadores, DVDs e documentos antes de deixar o edifício.
Elite
Do ponto de vista americano, a missão, batizada de Geronimo,
dificilmente poderia ter sido melhor, resultado da preparação e das
habilidades dos homens que a conduziram.
Embora não tenha havido confirmação oficial, acredita-se que o grupo
envolvido na missão tenha sido o Seal Team Six (ST6), oficialmente
conhecido como o Naval Special Warfare Development Group, também chamado
de DevGru. Eles são um grupo de elite treinado para conduzir operações
altamente sigilosas.
Os seals são parte do Comando de Guerra Especial da Marinha e também
integram o Comando das Operações Especiais dos EUA. Eles são
frequentemente deslocados pelo mundo em operações para proteger os
interesses americanos.
Há 2,5 mil seals no total, e o nome (que em inglês significa “focas”)
deriva das iniciais dos locais em que estão treinados para trabalhar –
mar, ar e terra. Mas a característica pela qual são mais conhecidos é a
sua alta especialização para atuar na água.
Foto: AP
Força de elite, seals recebem treinamento mais pesado(25/10/2010)
Suas missões podem ter naturezas bastante diversas e incluem combates, resgate de reféns e ações antiterrorismo.
'Cavalos treinados'
Segundo Don Shipley, que passou duas décadas na Marinha americana
como um seal, esses soldados são os melhores dos EUA. “Esses caras que
se tornam seals têm visão perfeita, inteligência acima da média e são
geneticamente construídos para suportar muita punição, apanhando muito.
Esses são os caras que estão preparados para entrar (no treinamento),
mas os que saem são como cavalos treinados para correr.”
Costuma-se descrever o treinamento como o mais duro para quaisquer
forças em qualquer lugar do mundo. A taxa de desistência varia entre 80%
a 85%.
Stew Smith, que foi um seal por oito anos, agora oferece treinamentos
físicos no Estado de Maryland para pessoas que cogitam entrar no grupo.
Ele diz que os primeiros seis meses de treinamento na unidade,
conhecidos como Demolição Básica Subterrânea, são os mais duros. Eles
incluem um treinamento que dura 120 horas seguidas e envolve nadar,
correr, cursos de obstáculos, mergulho e navegação.
“Nunca pensei em desistir. As pessoas me perguntam por que não, e eu
digo que você tem de ir lá com um espírito de competidor, não apenas de
sobrevivência”.
Após a conclusão do curso, o soldado torna-se oficialmente um seal e é
alocado em uma equipe, mas precisa passar outros 12 meses em
treinamento com os novos colegas antes de ser enviado para uma missão,
diz Smith. Para ele, o que torna os seals únicos é sua versatilidade.
“Por confiarmos no barco e termos uma relação com a Marinha, nós
respeitamos a mãe natureza e percebemos que quando se está no meio do
oceano, você é só um pontinho.”
Segunda Guerra
Os seals surgiram na Segunda Guerra Mundial e são sucessores de
grupos como a Unidade de Demolição de Combate Naval, que se envolveu na
invasão do norte da África em 1942.
A criação ocorreu graças a um pacote de US$ 100 milhões aprovado pelo
presidente John F. Kennedy para fortelecer as forças especiais
americanas. Posteriormente, eles se envolveram no Vietnã, em Granada e
no Panamá, onde quatro seals foram mortos ao tentar impedir que o líder
Manuel Noriega escapasse. O episódio também ficou conhecido por um
incidente alguns dias depois, quando rock em alto volume foi tocado
durante dias e noites para forçá-lo a deixar seu refúgio na Cidade do
Panamá.
Mais recentemente, os seals foram bastante empregados em missões no
Afeganistão e no Iraque. Mas o papel deles na morte de Osama Bin Laden
inaugura um novo capítulo na história do grupo.
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