RIO - O chefe de Polícia Civil, delegado Alan Turnowsky, anunciou
nesta quarta-feira que vai montar uma base operacional na Rua Uruguaiana
com equipes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade
Imaterial (DRCPIM). O objetivo é checar a chegada de mercadorias piratas
ao camelódromo. O prefeito Eduardo Paes já afirmou que vai ceder um
espaço para a polícia no local, além de cassar a licença do proprietário
do boxe quando a delegacia identificar a venda de produtos pirata.
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O objetivo da operação de hoje foi iniciar um projeto piloto para
cumprir um compromisso assumido pelo Rio de Janeiro de combate à
pirataria nos grandes eventos- disse Alan Turnowsky, se referindo a
realização da Copa do Mundo e à Olimpíadas.
Cerca de 150 policiais
civis da DRCPIM (Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade
Imaterial), 40 fiscais da Receita Federal e quatro associações de
combate à pirataria fazem, nesta quarta-feira, a megaoperação Ilegal
nunca mais no camelódromo da Rua Uruguaiana, no Centro do Rio. É a maior
já realizada no Brasil contra a pirataria. A operação, que está
fiscalizando cada um dos 1.508 boxes, segundo a delegada titular,
Valéria de Aragão, deve durar três dias. A estimativa é que sejam
apreendidos R$ 20 milhões em produtos piratas.
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De
acordo com a delegada, em alguns boxes há mercadorias avaliadas em mais
de R$ 1 milhão, no caso de equipamentos eletrônicos e de informática.
Nesta quarta, policiais devem abrir boxes até a noite e depois equipes
ficarão de plantão para que o trabalho continue na quinta-feira e na
sexta. Representantes das marcas Motorola, Nike, Rayban, Nokia e Oakley
entraram com pedido de busca e apreensão de mercadorias falsificadas de
suas marcas. Outras falsificações de marcas famosas também foram
recolhidas por policiais e pela Receita Federal.
A delegada
titular da DRCPIM, Valéria Aragão, estima que sejam necessários três
dias para abrir todos os boxes. Segundo ela, policiais se infiltraram no
camelódromo durante sete meses e fizeram o levantamento da região. Ela
explicou que donos de barracas no local vendem seus estandes
informalmente e cobram de R$ 20 mil a R$ 80 mil. Em alguns casos,
comerciantes são proprietários de até dez barracas dentro do
camelódromo. Essas pessoas, segundo a delegada, terão a licença cassada
pela prefeitura.
Ainda de acordo com a delegada, a pirataria ao
redor do mundo lucra duas vezes mais que o narcotráfico. Ela acrescentou
que a venda de produtos piratas movimenta US$ 600 bilhões. No Brasil,
segundo ela, a venda de produtos piratas é responsável pela sonegação de
R$ 30 milhões por ano e pela retirada de 2 milhões de empregos do
mercado de trabalho.
O camelódromo foi lacrado às 6h, e
pouquíssimos boxes chegaram a abrir. Membros das associações de combate à
pirataria, identificados com camisas vermelhas, estão ajudando a
impedir que os comerciantes fujam com as mercadorias. Três caminhões e
duas vans da Receita foram usados na operação.
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