Lily Marinho morre aos 89 anos, de falência múltipla dos órgãos
Viúva do empresário Roberto Marinho, fundador das organizações Globo, estava internada desde o dia 13 de dezembro no Rio
Foto: Agência O Globo
Desde a sua internação, dona Lily, como costuma ser chamada, estava
cercada de cuidados por toda a família. Nascida na Alemanha, registrada
na Inglaterra e educada na França, Lily Monique Lemb, seu nome de
batismo, ficou noiva aos 17 anos logo após ser coroada miss Paris.
Mudou-se para o Rio de Janeiro com seu então marido, o jornalista e
fazendeiro Horácio Gomes Leite de Carvalho Filho. Com ele teve um filho,
que morreu aos 26 anos em um acidente de carro. Meses depois adotou
João Baptista, na época com pouco mais de um ano.
Já viúva, após 45 anos de casamento, reencontrou Roberto Marinho, a
quem conhecera 40 anos antes durante um jantar. Em setembro de 1991 se
casaram e ficaram juntos até 6 de agosto de 2003, data da morte do
empresário.
Internada com uma infecção respiratória desde o dia 13 de dezembro na
UTI da clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio, Lily Marinho
morreu às 20h05 da noite desta quarta-feira (5), de falência múltipla
dos órgãos. Viúva do jornalista e empresário Roberto Marinho, fundador
das Organizações Globo, Dona Lily, como era conhecida, tinha 89 anos.
Lily Marinho deixa um filho, João Baptista, quatro netos, Phillipe,
Gabriela, Anthony e João Victor, além dos três enteados, filhos de
Roberto Marinho - Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto.
Vida
Dona Lily Marinho nasceu Lily Monique Lemb, na Alemanha, em 1921.
Registrada na Inglaterra, foi educada na França, mas se naturalizou
brasileira há 28 anos. Filha única da francesa Jeanne Bergeon e do
militar britânico John Lemb, aos 17 anos ganhou o título de miss Paris e
logo em seguida ficou noiva do jornalista e fazendeiro brasileiro
Horácio Gomes Leite de Carvalho Filho, com quem se mudou para o Rio de
Janeiro.
A união durou 45 anos. Juntos tiveram um filho biológico - Horácio de
Carvalho Junior, que morreu aos 26 anos, em 1966, em um acidente de
carro, e João Baptista - adotado por Lily com pouco mais de 1 ano de
vida e alguns meses após a morte do primogênito.
Dona Lily conheceu seu segundo marido, Roberto Marinho, durante um
jantar, quando ainda estava casada. Mas apenas 40 anos mais tarde, no
final da década de 80 e somente após a morte de Horácio, eles se
reencontraram. Em 1991 se casaram e ficaram juntos até 6 de agosto de
2003, data da morte do fundador das Organizações Globo.
Foto: Agência O Globo
Viúva do jornalista Roberto Marinho, Lily Marinho, morreu nesta quarta-feira, aos 89 anos
Por defender uma cultura de paz e não-violência, princípios do Manifesto
da UNESCO 2000, Lily Marinho foi nomeada em 1999 embaixadora da Boa
Vontade da organização. Ela apoiava projetos pelos direitos das crianças
de rua e famílias necessitadas.
Apaixonada pelas artes, Lily Marinho, além de colecionadora, também
presidiu as comissões de honra das exposições de Rodin, Picasso, Camille
Claudel e Monet no Brasil.
Lily e Roberto
Assim que se casou com Roberto Marinho, dona Lily foi morar em sua
mansão no Cosme Velho, zona sul do Rio. Com cerca de três mil metros
quadrados, a casa cor-de-rosa já abriu suas portas para muitos jantares e
recepções para artistas, políticos, reis e rainhas, comandados de perto
pela anfitriã.
No jardim da mansão, projetado por Burle Marx, dezenas de flamingos
provocam curiosidade. Não só pelos animais em si, mas pelo fato de
alguns deles terem sido presenteados por Fidel Castro na década de 90.
Após a morte de Roberto Marinho, dona Lily escreveu, em francês, o livro
de memórias “Roberto & Lily”, lançado em 2004. Na obra, sobre o dia
6 de agosto de 2003, Lily Marinho falou: “Estava escrito que aquele
seria o dia da nossa separação neste mundo, que eu nada poderia fazer a
não ser esperar que chegasse a minha hora, para revê-lo e, dessa vez,
ficarmos juntos... por toda a eternidade”.
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