16 de janeiro de 2011

Trinta helicópteros trabalham na operação na Região Serrana

O repórter Felipe Santana acompanhou o trabalho de um dos helicópteros que estão em operação na área.

Nunca a Região Serrana do Rio de Janeiro tinha visto um tráfego aéreo tão intenso como nos últimos dias. O repórter Felipe Santana embarcou em um dos 30 helicópteros que estão em operação na área.

Na base aérea da Aeronáutica, o grupamento de bombeiros usa uma máquina da Marinha. A união de força acontece em ocasiões extremamente necessárias. Hoje é um desses dias. São milhares de desalojados e 24 helicópteros em operações de salvamento e resgate. Esse é o começo de uma grande aventura real. O objetivo é salvar vidas.

“Nós estamos indo para Friburgo. A gente vai tentar encontrar mais acessos para conseguir ir até esses familiares que estão desalojados”, afirma uma das integrantes do grupamento de bombeiros.

Com tantos caminhos quebrados por terra, a alternativa é voar. A equipe de reportagem sai da cidade. O rio aparenta calma até que o verde das montanhas se mistura com o branco das nuvens, que trouxeram para o Vale da Serra do Rio de Janeiro grandes feridas de barro vermelho.

Pousar é o começo de uma nova aventura em terra. Em um campo de futebol, os helicópteros não param de chegar. A pressa do socorro por vezes passa por cima da vida pessoal de quem está na linha de frente. Eles só sabem para onde vão quando estão a caminho.

É o capitão José Fábio que hoje está no comando. “A gente vai levar médico e trazer feridos”, diz.

Os dois helicópteros da Marinha partem um atrás do outro. Levar as médicas até onde é preciso e ir atrás de um endereço escrito à mão em um pedaço de papel. Mas por onde começar?

Em outro heliponto improvisado, as médicas desembarcam para prestar atendimento. E é no chão que a realidade grita. Os helicópteros não param. A prioridade são os vivos que esperam ajuda. “Só hoje foi quatro horas de caminhada no meio do mato”, diz um rapaz.

É gente de todo tipo, de toda idade. Nunca Nova Friburgo viu tantos helicópteros, e nunca esses helicópteros viram tantos caminhos abertos na mata fechada. A horta vira pouso e quem trabalha nela se torna passageiro.

Como é ver a terra tão revirada? E o desespero de não achar o endereço de uma missão? De um salvamento? A costureira Anelise largou a máquina e vai ajudar. A equipe de resgate aéreo vai encontrando o caminho, ainda bem difícil de percorrer.

Quando chegam ao endereço, é tarde demais, mas por um bom motivo. Os bombeiros conseguiram resgatar o homem que estava soterrado.

Para quem está isolado, a ajuda chega e os helicópteros levam provisões. Os dias não têm hora para acabar. O que acaba é o combustível.

Depois de tantos trajetos, tantas missões, uma última combinação de esforços: gasolina emprestada. É preciso retornar à base. As nuvens ainda estão no céu e dificultam a saída do helicóptero pequeno, que precisa ter visão para poder voar.

Depois de várias tentativas, enfim, se avista o mar, que se confunde com o céu. O pouso não significa o fim, mas mais uma escala de uma equipe que tem muitas missões pela frente.

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